Capítulo 7

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Capitão Torres

Passo o domingo em casa pensando em como era linda, não conseguia tirá-la da minha mente.

Resolvo sair e dar uma caminhada na orla da praia. Sempre que tinha um tempo, gostava de caminhar para clarear as ideias. Nunca havia me desviado em uma missão, e ela fez com que perdesse completamente meu foco. E era por isso que não conseguia parar de pensar naquela atrevida. Além do seu endereço, local de trabalho e que o pai dela era um policial civil, não sabia mais nada, a não ser o fato de que era bem abusada.

Tinha que admitir, pisei na bola, estava com tanta sede de pegar o assassino que havia matado meu amigo, que não confirmei os dados do cara. E ela não deixou barato, me desafiou a todo o momento, não estava acostumado com ninguém me dizendo o que tinha que fazer. Havia conquistado meu respeito e ela quase o tirou na frente da minha equipe. E simplesmente dei corda para todo aquele abuso, agi como um novato que não sabia o que estava fazendo.

Ela simplesmente me tirou do meu centro, e quando olhei aqueles olhos, fiquei totalmente perdido; parecia um anjo com toda aquela beleza. Mas tenho que esquecer, já passou. O cara que matou meu amigo já está atrás das grades. Esse era o grande objetivo daquela missão, e não ficar encantado com anjos que aparecem no meu caminho.

*

Volto para o meu apartamento, apesar de a noite estar linda para caminhadas na orla, estava cansado, não tinha dormido nada na noite anterior e, amanhã, o dia seria longo. Teria uma reunião na empresa cedo, ficaria lá até depois do almoço e depois iria para o batalhão e só sairia de lá no outro dia à tarde. Como era um dos poucos que ainda não tinha família, vivia quebrando o galho dos colegas.

Quando entro em casa, vejo o papel contendo as informações de Lívia. Preciso parar de agir por impulso, ir ao batalhão só para pegar dados de uma pessoa que vi apenas uma vez. Acho que esse lance dela me desafiar e o fato de ter sido muito grosseiro mexeram comigo. Sempre procurei cumprir o regulamento em todas as situações possíveis. Claro que com bandido já tinha que chegar esculachando, mas ela não tinha cara de bandida. Muito tempo de polícia, sei bem reconhecer um, pode ter certeza.

Pego o papel em minhas mãos, o amasso e o jogo na lixeira. Essa merda de ficar remoendo as coisas não é pra mim. Vou para o meu quarto, tomo um banho e vou direto para a cama.

*

Acordo na segunda-feira com o despertado berrando no meu ouvido.

Minutos depois estou pegando minha pistola e saindo de casa para a empresa.

Assim que chego, encontro Michel falando com uns funcionários. Tínhamos essa empresa há três anos e já estava com uma rentabilidade muito boa. Se continuássemos assim, logo poderíamos ampliar o espaço e aumentar a produção.

Trabalhávamos com todos os tipos de blindagem e esse mercado vinha crescendo cada vez mais, devido ao alto índice de violência no Rio. Todos queriam recorrer a mais um dispositivo de segurança. Se meu amigo não tivesse sido tão orgulhoso em aceitar que blindasse seu carro, hoje ele poderia estar vivo.

Infelizmente, tem coisas que não podemos mudar.

— Michel, e aí, tudo certo com a produção? — pergunto. Michel ficou responsável pela produção, e eu, pelo financeiro.

— Tudo certo, todos os prazos serão cumpridos a tempo.

— Que bom, a credibilidade do cliente é a nossa melhor propaganda. — Tínhamos como prioridade a sinceridade e profissionalismo com os clientes. Estava dando muito certo.

A Missão Agora é Amar - missão bope 1Where stories live. Discover now