Diretora: -Algum problema?
Lise: -Na verdade, não. Nenhum problema.
Diretora: -Então, a quem devo a honra da sua visita na minha sala?
Lise: - Nossa, diretora, já ti falaram que a senhora está linda, hoje?
Tentei mudar de assunto, enquanto olhava disfarçadamente pelo local.
Diretora: -Agradeço pelo elogio. Mas estou ocupada no momento. Se não tem nenhum problema, poderia se retirar.
Hora do plano B.
Lise: -Tudo bem.
Quando me aproximei da porta da diretoria, me veio a ideia de fingir que estou passando mal.
Lise: -Eu não estou me sentindo bem.
Para dar uma ênfase na minha mentirinha de leve. Fingir um desmaio.
Diretora: -Menina, meu Deus. Acorda. Acorda. Preciso chamar ajuda. Não vou conseguir levar ela até a enfermaria.
Eu ouvi a porta da sala da diretoria ser aberta e fechada logo depois. Levantei-me do chão assim que ela saiu.
Lise: -Ainda bem. Por um momento pensei que ela não iria cair.
Suspirei aliviada.
Lise: -Melhor ser rápida.
Comecei a procurar por todos os cantos.
Debaixo da mesa, da cadeira, de papéis, dentro de livros, nas estantes.
Lise: -Que droga, não está em lugar nenhum.
Voltei a procurar e pensei. Deve estar em um lugar que eu nunca pensaria em procurar. Mas onde?
Lise: -Onde eu nunca olharia?
Parei pra pensar um pouco, olhando o local mais concentrada. E reparei que tinha um quadro na parede do Colégio pendurado na parede.
Lise: -Será? Não.
Aproximei-me do quadro tocando com cuidado.
Lise: -Se bem que eu nunca olharia atrás de um quadro.
Nos filmes atrás de um quadro sempre tem um cofre escondido.
Ri com meu pensamento.
Tirei da parede o quadro com o maior cuidado e como eu imaginei, a peça estava realmente atrás do quadro. Peguei a peça e coloquei o quadro de volta do mesmo jeito que estava antes.
-José, pega ela com cuidado.
Ouvi a voz da diretora fora da sala. Tentei correr para deitar no chão do jeito que eu estava antes dela sair, mas não deu tempo.
Diretora: -Que bom que você já está melhor. Você me deixou preocupada.
Ela colocou a mão no peito respirando mais aliviada.
Lise: -Desculpe. Não queria a preocupar, deve ter sido uma queda de pressão.
Diretora: -Que bom que está melhor. Mas eu tenho realmente coisas pra fazer. Pode passar depois?
Lise: - Até depois.
Saí escondendo a peça dentro do bolso da farda.
Consegui.
Agora tenho que achar as outras. Procurei em várias partes do Colégio.
Os cantos em que estavam as peças eram na arquibancada, na sala da diretora, no corredor que leva para os dormitórios masculino, no alto de uma escada que dá para o terraço, na biblioteca, no corredor e no meu dormitório.
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Só Sonhos
FantasyEssa é a história de Lisette, uma jovem de 17 anos, meiga e rica. Sempre teve tudo na mão. Mas Lisette não gostava da vida que tinha, então ela sempre está se colocando em perigo. Um dia em uma corrida ela sofreu um acidente de carro, perdendo parte...