IV

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Pulei da cama assim que o despertador tocou, sou uma pessoa extremamente ansiosa pra tudo, e hoje não teria como ser diferente. Comecei a me arrumar, coloquei uma roupa confortável para viagem e fui pegar minha câmera, e os seus acessórios que faltava colocar na mala. Como era só três dias, não tinha muito o que levar, peguei a menor mala que tinha em casa, e o que a deixou cheia foram meus equipamentos de fotografia.

Quando estava tudo pronto, desci as escadas e fui para cozinha. Minha mãe já estava acordada e preparando a mesa para o café da manhã. Mal conseguir comer direito com tanta ansiedade.

– Come direito Sofia, não da pra viajar de barriga vazia minha filha. – disse mamãe me dando um pedaço do bolo que ela tinha feito.

Já estava terminando de comer quando uma coisa me preocupou, eu não conhecia Marilyn, só sabia que ela era amiga da minha mãe, na época em que elas eram adolescentes, mas eu nunca tinha conhecido ela pessoalmente.

– Você tem certeza que é uma boa ideia ficar na casa da Marilyn? Eu nunca a vi na vida, fico sem graça de chegar lá assim. – eu disse um pouco preocupada.

– Sofia e sua timidez de sempre, eu com sua idade não era assim não viu? mas fica tranquila que tenho certeza que ela vai te tratar muito bem. – respondeu minha mãe. – e além do mais ela tem uma filha que tem quase a sua idade, e um filho que é um pouco mais velho que você. Tente fazer amizade, eles são ótimas pessoas. – acrescentou ela.

– Tudo bem mãe, vou tentar.

Mamãe me levou até a estação, me despedi dela com um beijo e um abraço.

– Se cuida, e juízo minha filha!

– Pode deixar. Beijo!

Escolhi um assento ao lado da janela, peguei meus fones e o notebook e comecei a escrever no Word algumas ideias para colocar no site do meu estúdio. Tive a ideia de criar uma espécie de blog dentro do mesmo site, para compartilhar algumas dicas de fotografia com as pessoas. Escrevi alguns posts e mandei por e-mail para Milly, pra ver o que ela achava.

Depois, peguei meu celular e comecei a ouvir musicas, e observar a paisagem linda que estava através da janela, àquelas montanhas formava um belo paraíso. A viagem foi curta, Salt Lake era realmente perto de Provo, não demorou mais que uma hora pra chegar.

Desci do trem e fiquei parada observando a estação, quando escuto uma voz feminina atrás de mim.

– Você é a Sofia?

– Sim. – disse me virando e ficando de frente para a menina.

– Eu sou Louise, filha da Marilyn. – era uma menina loira e um pouco mais alta que eu.

– Ah, oi!

– Então, vamos?

– Claro.

Sai caminhando ao lado dela, até pararmos em frente um café que tinha ao lado da estação.

– O que você acha da gente tomar um café aqui antes de ir? – Louise me perguntou.

– Ótima ideia. – Se eu tinha um vício, esse com certeza era por café.

O lugar era lindo, como tudo que eu já tinha visto até o momento, essa cidade era perfeitamente maravilhosa. Conseguia ser mais lindo que os cafés de Provo, sentamos em uma mesa pedimos nossos cafés e começamos a conversar.

– Então quer dizer que você é fotógrafa? – disse ela.

– Sim, já faz um tempinho... Mas como você sabia? – lancei um sorrisinho tímido.

– Minha mãe me disse, e provavelmente foi a sua mãe que disse pra ela – ela disse rindo – Eu faço arquitetura, falta pouco pra eu concluir o curso. – deu um gole no seu café.

– Ah que legal, se eu não fosse fotógrafa com certeza seria arquiteta só que seria de interiores, amo decorar os lugares. – comecei a ficar mais a vontade com a conversa.

Terminamos o café e fomos andando até o estacionamento onde ela tinha deixado o carro. Continuamos conversando, descobri que ela era realmente uma pessoa muito legal.

Essa cidade era maravilhosa, cada canto, cada fachada de loja, tudo aqui era lindo. Mas tinha apenas um problema: transito. O transito aqui era péssimo, mas serviu para alguma coisa: estávamos em um engarrafamento horrível, quando olhei para o lado e vi um templo maravilhoso, parecia um castelo. Era o Temple Square de Salt Lake, tinha um jardim enorme e lindo que com certeza daria pra fazer lindas fotos aqui. E então, tive uma ideia:

– Louise, o que você acha da gente voltar aqui pra fazer umas fotos? Estou precisando montar o meu portfolio.

– Primeiro, pode me chamar de Lou. E segundo, claro que aceito, se quiser podemos vir aqui amanhã. Mas, quem você vai fotografar?

– Você, claro! – eu disse rindo.

– Eu? – ela me olhou assustada – Mas eu não sei nada dessas coisas, quando vou tirar foto é a mesma pose de sempre – respondeu rindo.

– Fica tranquila que vai dar certo.

– Está bem, mas só se você for na Area 51 comigo hoje, estou sem companhia e meu irmão é um chato, sai comigo e fica pegando no meu pé.

– Area 51? – perguntei confusa porque não sabia o que era.

– É uma boate que tem aqui, a mais legal da cidade.

– Tudo bem, eu vou. – respondi com um sorrisinho.

Eu não era muito de frequentar boates, mas já que estava em Salt Lake, queria conhecer cada canto desta cidade. Não demoramos muito pra chegar, apesar do trânsito a casa deles era perto do centro, então não demorou tanto.

Paramos em frente uma casa que tinha uma fachada linda, e um jardim perfeito em volta. Entramos na sala e ela era perfeitamente decorada, era simplesmente maravilhosa.

– Olá querida, tudo bem? – disse uma mulher elegante, de cabelos longos e negros que vinha em minha direção, deveria ser a Marilyn.

– Olá! – respondi um pouco tímida.

– Sou a Marilyn, deixa eu te ajudar aqui com essas coisas.

Ela pegou a minha mala e subiu as escadas, fui atrás dela. O andar de cima da casa tinha apenas quartos, e todos com banheiros. Passamos por uns três quartos até chegar no que ela entrou.

– Você vai ficar nesse quarto, pode ficar a vontade tá?

– Uau, que quarto lindo! – eu disse boquiaberta.

– Pode organizar suas coisas aí, estamos te esperando lá em baixo.

– Está bem, já desço.

Coloquei minhas roupas no armário, meu notebook e minha câmera em uma mesa, minhas maquiagens no banheiro e desci as escadas.

Estava observando uma estante de fotos que tinha na sala quando – uma – me chamou atenção: era a mesma foto do menininho loiro de olhos verdes que eu tinha visto lá em casa. Segurei a foto e vi que tinha o mesmo símbolo de todas as fotos do meu pai, então a foto era mesmo dele. Ainda estava com a foto na mão quando Lou chegou perto de mim e falou:

– Esse é meu irmão, Willian.

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⏰ Última atualização: Oct 31, 2017 ⏰

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