XII. Little Things

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Desperto, com os olhos arregalados
Eu estou gritando a mim mesmo
Tentando manter a fé e imaginar o seu rosto
Olhando para mim

(Heaven - Troye Sivan)

O menor foi praticamente jogado contra o carro pelo pai, já sentia lágrimas inundarem seu rosto mas ele tentava segurá-las ao máximo, Mark ligou o carro e deu partida, pegou o próprio aparelho e discou um número já conhecido pelo mesmo.

"Sou eu... Preciso de um favor baby... Claro que sim pra você sempre... É uma bobagem..."

"Só precisa tirar a virgindade do meu filho."

Louis soltou um grunhido que mais pareceu um engasgo, e ele voltou a se sentir sufocado em meio as lágrimas gordas, seu pai continuava a falar com sabe se lá quem, depois de um tempo desligou, agora sorridente.

Louis sentia nojo dele queria ficar o mais longe possível.

"Hoje filho você vai virar um homem de verdade."

Louis não falou nada, sentia repulsa do pai, não entendia por que era tão difícil pra ele, talvez... Talvez se seu pai fosse mais compreensivo ele não estivesse tão confuso, talvez ele não acordasse todo dia chorando por não ser quem é, talvez ele se aceita-se como é, e pararia de mentir pra si mesmo, e aí aquela dor que atravessa seu peito todo dia sumiria. Mais o mundo não funciona assim. Nada é fácil, e Mark está conseguindo triplicar a dor para Louis.

Ele não queria fazer aquilo, não queria, mesmo que fosse apenas uma "fase" o que estava passando, ele não estava pronto para isso ainda, não agora, não! Mais tinha que fazer, seu pai parecia muito zangado para deixar aquilo passar, o menor tentou enxugar as lágrimas mais parecia trabalho impossível já que elas caiam cada vez mais, e mais gordas.

O pai dirigiu um caminho que pareceu longo demais para Louis, as mãos do pequeno tremiam, sua mente dividida, um lado gritava.

VOCÊ VAI FAZER ISSO PORRA!

O outro lado só queria gritar e chorar pra seu pai, como um bebê o implorando que entendesse que não era aquilo que ele queria.

Porém Louis nada fez, nada disse, o caminho foi longo demais, os soluços e lágrimas cercaram, o menor não sabia se sentia tudo ou se não sentia nada, ele só estava sem reação, até seu pai parar num estacionamento de areia ao lado de uma construção que se parecia um motel de madeira, no meio do nada, que Louis até acharia legal e empolgante por conta de ser parecido com Bates Motel, porém não naquele momento.

"Tome aqui." Falou o mais velho com a voz levemente embolada, o menor olhou para Mark, esse tinha uma chave nas mãos, que ele pegou receoso. "Agora vai." O castanho não se moveu. "Vai caralho!"

Louis se assustou e saiu do carro, secando as mãos na calça, olhou a chave, tinha um chaveiro nela com o número 11 que ele imaginou ser o número do quarto, os vans surrados caminhavam devagar pelo corredor turtuoso, sua vontade de chorar havia voltado, mais ele segurou, segundos passaram até o castanho encontrar a porta com o número correspondente ao chaveiro.

Ele tinha de entra, mas estava travado na porta, demorou uns bons minutos para que seus dedos se movesse e ele levasse a chave até a fechadura, esperava ser um quarto afastado o suficiente para não poder ser visto pelo pai, provavelmente sim, já que o mais velho não apareceu para lhe gritar por conta de estar estagnado na porta.

A madeira se abriu com leve ruído, Louis entrou lentamente, estava tudo escuro, apenas a luz do banheiro se mantinha ligada, seu coração batia furioso....

♐Notas finais do autor♐

Tantantantan! Querem ainda hoje o capítulo?

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