Fim

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Alguma coisa acabou de acontecer. Meu peito doía com muita força, o suor escorria por toda parte no meu corpo. O mundo era confuso.
E de repente parou.
O mundo parou, tudo ao meu redor desacelerou. Menos a banda, ela marcha mais rápido, com mais força e mais alto.
Me senti leve, levantei da cama e olhei pra trás.  De alguma maneira eu ainda estava lá deitado. Mas também estou aqui de pé.
Os corredores do hospital estão vazios, sou um caminhante solitário.
Pelas portas principais eu vejo a banda de perto.
Dezenas de pessoas seguram instrumentos dos mais diversos tipos. Um homem baixinho segura um clarinete, um outro encapuzado toca um tambor pequeno.
A banda de vestes negras olha pra mim. O som para.
Meu olhar percorre cada figura sinistra. Observo seus trajes assustadores. Alguns deles usam máscaras, outros exibem olhares parados e sorrisos amarelos.
A banda volta a tocar. Me chama.
Uma mulher segura a minha mão.
Os tambores rufam, os pratos estalam, a música acontece.
Dentro de mim cresce um sentimento, o som vibra no meu corpo.
A mulher que segurou minha mão fala:
" Seja bem vindo".

Bem Vindo Ao Desfile NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora