Era uma vez...
Ah, aquele livro maravilhoso. Boas lembranças, boas lembranças...
Eu só tinha cinco anos quando tudo aconteceu. Foi tão de repente, nem deu tempo de me despedir....
E cá estou eu, 19 anos, cabelos ruivos, pele branca, um bom livro em minhas mãos. Um livro no qual minha mãe costumava ler para mim todas as noites antes de dormir, dizendo que uma fada cuidaria de mim... Bom, acredito que essa fada seja a governanta de minha casa; ela sim é uma fada.
Os anos passaram tão rápidos ao ponto de nem me recordar tanto do passado. Mas tem uma parte da minha infância que foi horrivelmente e completamente destruída... Essa parte, fez um estrago em meu ser. Dores e dores percorrem meu ser sempre que me recordam de meus pais. Aquele acidente traumático...
"Era quarta à tarde...
- Omma! Eu quero sorvete! -Cruzou os bracinhos de leve, fazendo um bico que se tornou fofo.
- Já estamos chegando, Rosé. Se acalme pequena. -Riu da face da pequena, se virou um pouco para o banco de trás, largando por um tempo o volante, alcançando a menor e lhe fazendo carinho em seus fios castanhos; logo voltando ao volante normalmente.
Não tardou de se apavorar assim que notou outro carro vindo de contra mão, indo em direção ao carro preto da família. O pai de Rosé desviou o próprio carro, deslizando na pista molhada pela chuva, e tragicamente, capotando; matando a mãe de Rosé na mesma hora pelo impacto.
- Omma!!! Não... -Chora ao ver o corpo de sua mãe estendido no chão. Seu pai tentava lhe acalmar enquanto tentava permanecer acordado. Pessoas que estavam por perto chamaram uma ambulância, que em alguns minutos, apareceu socorrendo o casal e a pequena que insistia em dizer que estava bem. Uma chama a tinha lhe protegido no momento do impacto do carro ao asfalto e seus corpos. Não conhecia que tipo de chama era aquela, mas sentia que era algo de novo percorrendo suas veias.
Seu pai logo morreu ao chegar ao hospital, deixando a menina completamente órfã naquele momento. Sua Amma, governanta da mansão dos pais de Rosé, fôra lhe buscar para lhe levar para casa e cuidar da mesma; mas logo se assustou quando a pequena, enquanto chorava, transmitia uma quentura estranha e a mais velha sabia o que era. "
- Rosé? Você está bem, meu anjo? -Disse a governanta ao se deparar com a sua -não tão mais- menininha chorando calada.
- Não é nada, Amma. Eu só...
- Seus pais, acertei?
- Sim. - Fungou, limpando suas lágrimas com a manga do casaco de lã que usava naquele dia frio.
A Amma de Rosé não falou nada, apenas acolheu a menina em seus braços quentinhos em um abraço maternal.
Depois de algum tempo assim, encerraram o abraço quando Rosé ficou um pouco quente da mesma forma que Ficara no dia do acidente; logo a Amma da mesma então mandou lhe ir dormir. Rosé pegou o livro e acolheu o mesmo em seus braços. Se levantou do tapete e deu passos leves até seu quarto.
Chegando ao quarto, se deitou e colocou o livro em cima de um de seus travesseiros e lhe cobriu junto à si mesma. Deu um beijo na capa do livro e antes de apagar por completo, se lembrou das palavras de sua amada e falecida mãe; logo as citando calmamente, palavra por palavra.
- Once Upon A Time....
E assim o livro imediatamente se resplandeceu brilhosamente, e saiu dali cânticos de fadas que fizeram a menina nem ligar e adormecer de vez. Mal sabia ela o que tinha feito...
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Fênix - Playing With Fire
Short StoryVocês sabem a graça dos contos de fadas, não sabem? Sempre um final feliz, sempre uma princesa indefesa e um príncipe que vem salva lá. Bom, deixe-me lhes contar um segredinho; Todos os contos de fadas mentem. Na verdadeira história por trás dos co...