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_Acabou. Vá embora da minha casa. -eu disse com as lágrimas escorrendo pelo rosto e sentindo o gosto de sangue na boca.

_Eu amo você. Eu juro que não quis te machucar, eu não estava pensando direito. -ele dizia com lágrimas nos olhos, dando passos em minha direção.

Eu recuei e ele  parou me olhando nos olhos.

_Eu nunca mais vou voltar a tocar em um fio do seu cabelo. - ele prometeu.

Mas quantas vezes eu ja não ouvi essa promessa? Meu corpo doía, minha cabeça estava cansada e eu estava com raiva.

_Juro que nunca mais vou beber. Sabe que eu só fico assim por causa da bebida.

Fui até a porta e abri, sequer conseguia olhar nos olhos dele.

O cheiro do seu perfume que antes me provocava desejo hoje me dava nojo.

_Saia. -eu mandei e ele me olhou,  caiu de joelhos aos meus pés e implorou por mais uma chance.

Eu engoli a vontade de aceitar, eu sabia que tudo era da boca para fora, e eu não estava mais disposta a ser humilhada.

_Ou você sai agora, ou eu chamo a polícia. -tentei parecer firme.

Ele se pôs de pé e finalmente saiu, não apenas da minha casa, mas também da minha vida.

Quando fechei a porta desabei no chão e chorei.

Chorei como nunca tinha chorado, chorei como uma criança, chorei por todos aqueles anos que sofri calada, chorei por cada tapa que recebi, por cada palavra que me feriu, por todas as vezes que me senti um lixo.

Chorei porque sabia que aquele ciclo finalmente tinha chegado ao fim.

_Acabou. -sussurrei para mim mesma.

Decifra-me. (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora