quatro

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-Uau.quer dizer que você quer que eu venha estudar aqui?!tipo...quando?

-Vamos só dar uma olhada-repetiu ele.

Papai nunca soube mentir. Fica vermelho,dá uns tremeliques,dava para ver que aquilo turo era uma grande mentira. As mãos dele tremiam.Os pelos do meu braço se arrepiaram.Tinha algo de muito errado ali.

-Que merda é essa?-berrei,abrindo a porta do carro.

Aquela altura,meu coração ja batia em disparada,ecoando nos meus ouvidos.De uma hora para outra,os dois brutamontes estavam do meu lado,imobilizando meus braços contra as costas e me puxando na direção do prédio.

-Pai!o que está acontecendo?O que eles estão fazendo?

-Por favor,não machuquem minha filha-suplicou papai,então olhou para mim-é para o seu próprio bem,meu amor,é para o seu próprio bem.

-O que voce está fazendo comigo,pai?Para onde eles estão me levando?

-É para o seu próprio bem

Vi que ele estava chorando e fiquei ainda mais apavorada.

Fui jogada numa saleta abafada e a porta foi trancada.Soluçando,esperei que papai caísse na real,visse a grande besteira que estava fazendo e viesse me buscar .Mas não foi isso que aconteceu.Ouvi-o conversando com uma mulher e depois o barulho do nosso carro indo embora.Comecei a gritar de novo,o rosto ensopado de lágrimas,ranho e saliva.Berrei muito mas nínguem apareceu.Então continuei chorando,até aí que entendi por que eu estava ali.Amonstra.Ela era a culpada.O medo e a tristeza que eu sentia não eram nada se comparados á furia que essa mulher tinha despertado em mim.Mas depois veio outra coisa também.Uma profunda decepção.Porque,apesar de tudo,eu estava mesmo a fim de conhecer o Grand Canyon.

o que há de estranho em mimOnde histórias criam vida. Descubra agora