Dezenove♥

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A noite estava chegando quando um jovem policial adentrou a sala, vermelho e esbaforido. Ele arrumou na mesa um mapa gigante, um plano. Circulou cinco pontos diferentes, fez cálculos e colocou fotos de carros e homens no quadro branco.

- Detetive...

- Estes são os três pontos principais da organização e este é Eli, o chefe. – o policial começou a explicar – Eles têm quatro prostíbulos e um galpão abandonado. Na nossa investigação tem mais alguns pontos que eles usam para os leilões e trocar, mas não são certos. Não invadimos os prostíbulos porque temos que esperar a operação, mas esse galpão.... ele estava vazio quando fomos, então eles devem achar que estão seguros lá.

- O que estamos esperando? – Niall perguntou exaltado.

- Vão até lá e tragam eles. Organizem a tropa de resgate, o esquadrão de invasão. – o delegado ordenou.

- Como proceder com a missão?

- Permissão para matar. – o delegado falou e logo toda a delegacia estava agitada com homens se organizando e fazendo ligações, correndo contra o tempo.

- E nós? – Liam falou se levantando.

- Vocês ficam aqui e tentem lidar com a imprensa porque eles vão aparecer logo. Mantenha-os longe da operação, se quiserem ver seus amigos novamente. – falando isso, o delegado saiu da sala gritando ordens.

Como levados por um furacão, os policiais sumiram. Correndo contra os segundos, contra o perigo, contra a morte.

Lindy abriu os olhos lentamente e viu a luz fraca do sol se pondo. O cheiro de eucalipto espalhado pelo vento fresco continha algo como esperança. Os braços que lhe envolviam também. Quentes e receptivos, embalavam-na com um carinho que explodia por cada poro.

- Que bom que você acordou, dorminhoca. – ele sussurrou, rouco e sorridente.
A cabeça dela estava confusa. Não sabia bem o que fazer, como lidar com aquela situação. Seu corpo começara a doer e as forças que ela sentia lhe escaparam. Harry a reergueu, colocando-a sentada na grama verde e serviu de apoio. Ele não parecia perceber que estava segurando uma garota mole e transtornada. Tinha algo que Lindy precisava lembrar, mas não conseguia. A razão pela qual seu corpo estava daquele jeito, pelo qual Harry não lhe percebia direito.

- Harry... – ela não reconheceu sua própria voz, estava cansada.

- Eu estava pensando que talvez devêssemos ir ao Brasil. Encontrar sua irmã, matar essa saudade que você está sentindo. Imagine, como será vê-la novamente, abraçá-la. Contar a ela que você namora Harry Styles...

Lindy sentiu uma dor no peito e seus pulmões arderam. Harry apertou seus braços ao redor dela, com muita força. Fechou os olhos de novo e de repente o aperto de Harry parecia sufocá-la mais.

- Abra os olhos... – e a voz não era mais a de Harry. – Abra os olhos!

O chão sujo e empoeirado do galpão ficou bem real para Lindy. Seu rosto estava arranhado graças a areia. E a mão que a segurava brutalmente não era a de Harry. A cara gorda e gelatinosa que lhe encarava era conhecida, mas odiosa.

- Isso, minha querida. Sempre soube que você era fraca, mas você está se superando. Seu namorado nem sofreu nada porque você estava aqui, desmaiada. Vamos, tome isso. – o médico disse dando-lhe um copo de água para beber.

Ela engasgou, mas bebeu achando melhor engolir a água por vontade própria do que a força, novamente.

Ergueram Lindy pelos braços, colocando-a sentada numa cadeira de ferro. Juntando forças do lugar mais fundo de sua alma, ela ergueu a cabeça para olhar Harry. O rosto dele estava tenso e preocupado, mas não expressava dor, pelo menos não a física. No entanto, a preocupação de vê-la daquele jeito estava matando-o por dentro. Quando pensou em alguma coisa, seu olhar lhe calou. Era melhor o silêncio. Em sua mente ecoava as melodias cantadas por palavras avulsas e os dois tentavam achar um pouco de esperança.

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