0.45 | narração

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Eu estava tentando o meu máximo, para tentar disfarçar pelo menos um pouco de minha ansiedade, mas isso parecia algo impossível. Eu colocava as mãos em meus bolsos, passava em meus cabelos, ou até mesmo mexia em meu celular, mas nenhuma dessas coisas estava ajudando. Eu estava sentado em um banco no meio da praça, a mais ou menos quinze minutos, esperando para finalmente vê-lo. Eu ainda não estava acreditando que depois de um ano sendo completamente ignorado, eu iria o encontar. 

Desde a sua primeira foto naquele rede social, eu senti algo dentro de mim, que nunca havia sentido em todos esses meus anos de vida. Eu realmente espero que ele goste de mim, eu sei que em fotos, nós usamos o nosso salvador photoshop, mas na vida real não tem como usá-lo.

E se ele me achasse feio? 

─ Por que ele está demorando tanto? ─ Olhei para o horário na tela brilhante de meu celular, ergui minha cabeça, fechando meus olhos por um segundo, e respirando o mais fundo possível. ─ Será que ele vai me achar feio? Eu passei base nas minhas olheiras, acho que ele não irá perceber ─ Rapidamente abri meus olhos, abrindo o aplicativo de câmera em meu celular, olhando fixamente para meus olhos. 

Eu estava tão concentrado em achar qualquer tipo de imperfeições em meu rosto, que acabei não percebendo um rosto aparecendo juntamente ao meu lado na câmera. Chanyeol abriu um sorriso em seu rosto, assim que percebeu que estava o encarando na câmera, e então, senti minhas bochechas começarem a esquentar. Abaixei a tela de meu celular, virando meu rosto para o lado, encarando o outro, que me encarava ainda com um sorriso em seus lábios. 

─ Você não vai me abraçar, baixinho? 

Coloquei a mochila em que estava em meu colo do outro lado do banco, e então rapidamente me levantei, indo em sua direção, logo o abraçando. Envolvi meus braços envolta de sua cintura, e então encostei minha cabeça em seu peito, encostando meu nariz no mesmo. Chanyeol não demorou para retribuir meu braço, deitando sua cabeça em cima da minha. O seu perfume era incrivelmente forte, eu nunca havia sentido um cheiro tão bom como aquele, eu realmente não sei como descrevê-lo, era algo impossível de se fazer. 

─ Você tem um cheiro bom, sábia? ─ Sussurrei, com meu rosto ainda encostado em seu peito. 

─ Obrigado por me lembrar disso ─ Abri meus olhos rapidamente, revirando os mesmo em seguida. 

👺

Nós dois começamos a andar por todo o parque, conversando sobre cada assunto que surgisse no meio da mesma. A única coisa ruim disso tudo, era que ele de cada dez palavras, onze ele vazia alguma piada sem graça sobre nossa diferença de altura. 

─ Se você falar mais uma vez sobre minha altura, eu juro que o IBAMA irá me prender pelo que eu vou fazer 

─ O que você vai fazer? E o que o IBAMA tem a ver com isso? ─ Perguntou, com uma expressão confusa em seu rosto. 

─ Porque eu vou agredir uma girafa! 

Seu rosto ficou sem expressão, e ele estava me encarando com uma de suas sobrancelhas erguidas, provavelmente não achando graça alguma do que eu havia. 

─ Isso não teve a menor graça ─ Revirou seu olhos, colocando suas mãos dentro dos bolsos de sua calça. 

─ Isso se chama lei do retorno, conhece? 

E então nós dois voltamos a caminhar pelo parque, conversando sobre mais e mais coisas, até que finalmente decidimos fazer uma parada, e então nos sentamos em outro banco. De repente, nós ficamos em um profundo silêncio, o que me deixou meio desconfortável, nem parece que nós estávamos rindo de uma piada sobre batman a poucos minutos atrás. Do nada, o outro virou seu rosto para mim, encarando-me fixamente. Virei meu rosto em direção a ele, e mesmo assim, ele continou a me encarar. 

─ O que você está olhando? Tem alguma coisa no meu rosto? ─ Passei minha mão por cima de minha bochecha, começando a ficar preocupado. 

─ Não, não tem nada no seu rosto ─ Ao ouvir suas palavras, solto a respiração que não havia percebido que tinha a prendido. ─ Eu só queria saber como séria roubar um beijo seu

Aquela mesma sensação de que minhas bochechas iriam queimar voltaram, mas desta vez, com razão. Eu não sábia o que fazer, se olhava para ele, se apenas encarava o nada, ou ficava em silêncio. 

─ O que você acha de eu roubar um beijo seu agora? 

Ele estava me testando, não podia ser outra coisa além disso. 

─ Por que não descobre? 

Chanyeol não demorou muito para se aproximar ainda mais de mim, colocando seu braço por cima de meus ombros, puxando-me também para mais perto de si. Ele se aproximou lentamente seu rosto do meu, começando a roçar com seu nariz em minha bochecha, e eu podia sentir sua respiração bater contra meu rosto. Assim que seu nariz chegou de encontro ao meu, rapidamente ele desceu seus lábios até os meus, juntando-os em um simples selinho. O beijo não se aprofundou mais, porém isso era tudo que eu queria, neste momento, eu estava me sentindo realizado. 

Depois de alguns segundos, nos afastamos por conta da falta de ar, e então ele encostou sua testa junto a minha, dando um leve selinho em meu nariz, fazendo-me sorrir com o ato. Mais uma vez eu não sabia o que dizer, estava com medo de estragar este momento dizendo algo de errado, então preferi ficar em silêncio mesmo, apenas curtindo nosso momento juntos. 

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