Goodbye, Louis Tomlinson.

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E então você disse o tão temido "Adeus".
Assim, sem menos e com certeza sem mais.
Não se importou em prolongar, engatou simbolica e literalmente a marcha ré e saiu. O som daquele motor certamente não foi a única coisa que ficou gravada em mim.
Tanto tempo se passou depois daquela noite e ainda não fui capaz de encontrar as palavras que descrevam perfeitamente todas as sensações que me rondaram ali.
Atravessei todas as fases que um término - com uma porcentagem significativa de sentimento unilateral - requer e ainda pressinto que tenho muito a evoluir.
Em primeiro lugar tratei de odiá-lo com tudo que tinha, desejei a ele coisas que meus pais me ensinaram a nunca desejar a ninguém, atribuí a ele todos os xingamentos que conhecia, e mesmo assim a raiva não me ensinou a deixar de ama-lo.
Em seguida tratei de me culpar, por todas as consequências que fui obrigado a aceitar, por todas as razões que o levaram a optar pelo fim, por todos os erros cometidos.
Vi por inúmeras vezes meu mundo desabar, meu travesseiro pode confirmar.
Não estava sequer disfarçando ao público - e olha que eu sempre fui um expecional ator -, e ainda assim não deixei de ama-lo.
Passei uma boa parte do meu tempo priorizando a "necessidade" de não ser esquecido, suplicando por reciprocidade, ainda que no campo da saudade, até perceber que a única vítima da materialização dessas vontades era eu.
Porque é essa a lei que rege o universo:
Ação e Reação.
Hoje quando sou convidado a responder se estou bem, dou um sorriso intermediado por um suspiro e não insisto mais em responder que sim. Digo no mesmo tom de alívio quanto um enfermo quando finalmente encontra o antibiótico correto para se livrar de todos os sintomas e efeitos de uma doença insistente.  
Não deixei de ama-lo e talvez minha parte adolescente nunca deixe. Nunca mais senti nada parecido e não sei ao certo como irei reagir quando vê-lo de mãos dadas com alguém. Mas creio que a maturidade me auxiliará também nesse quesito.
Parei de lhe desejar o mal lutando com armas ineficazes pra não cair no esquecimento, semeei amor e fiz por vontade própria as malas do ódio, que vá para longe!
Tenho o hábito de orar para que ele seja feliz, assim como eu quero ser. Levei um longo tempo pra entender que o amor se resume nisso: Desejar - inevitavelmente - o bem não importa o favorecimento ou não das circunstâncias e situações.
Continuo a evitar notícias a seu respeito, embora as vezes elas caiam no meu colo sem dar importância à minha vontade.
Mas confesso que optei por sorrir ao invés de chorar quando vi o caminho que você decidiu trilhar.
Espero - com doses precisas de sinceridade - que essa vida escolhida nunca lhe deixe faltar nenhum prazer da que foi renunciada, que o ego não seja capaz de reprimir a pureza dos bons sentimentos - porque esse, sim, é um erro arriscado - e que principalmente necessidades mais básicas, tal como a felicidade, se instale de um modo mais permanente do que fugaz mesmo que a efemeridade tenha sido priorizada.
É isso que eu espero que a vida nos dê, mesmo não sendo eu que vá lhe oferecer. É que talvez o mundo lá fora seja melhor capacitado para lhe disponibilizar todos os regalos que meus defeitos "incorrigíveis" não foram. Muito amor, sobretudo. Sempre.

Harry Edward Styles.

Goodbye, Louis Tomlinson.Where stories live. Discover now