Forever

Pela eternidade

Fizemos uma promessa e as quebramos, pedimos perdão pelos nossos pecados, e pecamos novamente, juramos nunca mais e na primeira oportunidade fazemos tudo novamente. Me ajude a ser diferente, Deus tenha piedade da gente. – Alex terminou suas orações e foi se encontra com Alessia em sua casa, ele sabia o que sua irmã havia se tornado, mas não conseguia acreditar que ela fora capaz de tamanha burrice só para preservar um corpo que devia pertencer ao pó. Ele queria ver com seus próprios olhos.

Dois dias atrás...

Naquela manhã de domingo Alessia acordou tremendo e suando, apenas se lembra do fim de seu sonho. – Morte.

Vestiu-se com seu melhor vestido, em seu pescoço pendurou um terço, e foi a missa.

Chegando igreja, orou o pai nosso de joelho no banco. Ainda estava assustada com aquele sonho. Sentou-se ao lado de Alex, que cumprimentou com um beijo no rosto.

- Está bem? – Cochichou ele.

- Sim, só não dormir muito bem. – Respondeu ela.

- Devo me preocupar?

- Vamos assistir à missa.

Quando a cerimonia terminou, Alessia pediu para que Alex fosse embora, pois gostaria de conversar com padre. Enquanto ele atendia outras pessoas, ela a esperou pacientemente no banco, quando um dos coroinhas, um rapaz pálido de olhar amedrontado se aproximou.

- Ele não pode te ajudar. – Disse ele de maneira estranha e assustadora.

- O que? – Respondeu Alessia.

- Ele não é como os outros, ele acha que nós ainda temos salvação, mas sabemos que não temos.

- Do que está falando?

- Somos iguais...

- Não somos. – Alessia estava assustada, havia se levantado, e estava prestes a sair quando o padre se materializou em sua frente. Um senhor negro, baixo com cabelos brancos e olhar doce.

- O que houve? – Indagou ele.

O coroinha saiu e se escondeu na sacristia.

- Eu preciso ir. – Implorou Alessia.

- Cuidado com quem conversa, há muitas coisas que não podemos ver, mas sentimos que não é do bem.

- O que faz de algo bom ou ruim?

- As coisas que fazem quando ninguém está vendo...

- Mas o que é bom para mim, pode ser ruim para o senhor.

- Quais eram suas intenções no fim das contas? - Alessia ficou pensativa, parecia conversa de gente louca, porém ela estava entendendo. – O mundo não é o que parece, e você sabe disso. Aceite que chegou a hora de tua alma descansar.

Alessia saiu da igreja e foi até a cafeteria.

- Oi Blair. – Disse Alessia sentando no balcão.

A garçonete loira olhou para ela com um sorriso sereno.

- Só um minuto. – Disse Balir saindo de detrás do balcão com uma bandeja. - Alessia a esperou com impaciência. – Oi, o que vai querer?

- Não foi à missa hoje?

- Trabalhando. O que aconteceu ontem?

Alessia tentou se lembrar, mas sua mente se tornou pesada.

- É o que eu vim te perguntar. - E as lembranças voltaram como mil flashes.

Blair a olhou nos olhos, deixando Alessia ver sua verdadeira face. Ela brilhava e seus cabelos se tornaram fogo.