Teus pecados vos condenarão.

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Há coisas que devemos guarda dentro de nós, e nunca, jamais espalhar. Não são segredos, mas sim lembranças que devem ser levadas até a morte e depois então, abandonadas.

Alessia guarda o caderno de capa preta dentro da gaveta de seu criado mundo, respira fundo pensando no que havia escrito, levanta, apaga a luz que ficava ao lado da porta de entrada do seu quarto, deitou-se em sua cama e cobriu-se, mas o sono não vinha.

O que tinha de errado com ela? Porque fechar os olhos e dormir lhe dava um formigamento estranho na cabeça? – E aquele queimor na garganta voltou.

O que é isso? O que é esse vácuo de lembranças em sua cabeça?

Levantou-se, e de repente uma fúria havia tomado conta de seu interior, seus olhos que outrora eram negros, tomou a cor de sangue. Sua pele clara, se tornou albina e todo seu semblante calmo, se tornou furioso. - Olhou-se pelo espelho e viu o mostro pelo reflexo. – O seu demônio havia lhe possuído.

- Alessia? Já está dormindo? Tem uma moça na porta te procurando – Uma voz fina surge detrás da porta de entrada que está fechada e dois gritos aterrorizantes.

Alessia se assustou e pulou da janela de seu quarto. – A maçaneta do quarto girou, e uma mulher de longos cabelos claros aparece com a mesma aparência demoníaca de Alessia, porém de sua boca escorria sangue.

Alessia caminhava sobre as ruas escuras e vazias da cidade onde morava. O lugar era simples e assustador, ela nunca havia olhando por esse ângulo, a velha igreja da praça com o relógio gigante em sua única torre, parecia cheia de demônios, as sombras cobriam a cidade por todos os cantos, então, naquela hora percebeu que as arvores que cercava a praça, estavam secas e sem vida, e que a brisa que sopra dava um frio na espinha.

Alguém se pôs a fora da igreja. – Era o padre, um senhor baixo de pele escura e cabelo brancos, Alessia foi até ele.

- Proteja-me padre, imploro, pois, as sobras que andam a noite me perseguem, a luz do dia quer me ver pegar fogo, a paz de mim foi tirada e nada fiz eu para merecer tamanha desgraça. - Disse Alessia de joelhos.

- Sinto muito, mas nada posso fazer por tu, escolheste vim ao mundo e permanecer. – Respondeu o padre.

- Sei que abrigas demônios em tua igreja. – Levantou-se Alessia fichando cara a cara com o padre.

- Sei que conversaste com eles.

- Não sabia o que eram.

- Lhe avisei.

- Devia ter dado ouvidos, mas agora vejo com clareza o que antes estava escuro. Salve-me do que está por vim

- Tu escolheste assim.

- Ainda não escolhi.

- Então faça a tua escolha. – O padre estremeceu. – Se escolheste o sague, tua alma pertencera as chamas...

- Se não meu corpo pertencerá a terra.

- A alma é imortal, e se morreres limpa descansará pela eternidade.

- E o que me tornaria suja?

- O pecado, minha jovem.

- O que pode ser considerado pecado, padre?

- Tudo que faz sua consciência pesar.

- Perdoe-me, já não sei o que faço.

Estão o queimo na garganta cessou quando Alessia abocanhou o pescoço do padre e sugou todo sangue do seu corpo.

ForeverWhere stories live. Discover now