Trinta e seis

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Jônatas começa a rir que nem um menino bobo e eu começo a rir que nem uma menina boba também.

— Isso é magnífico, Deus continua sendo o mesmo.

— Sim ele continua Jônatas.

Ele pega a sacola que caiu do chão e me puxa pra sentarmos em um dos bancos. — Isso tem que ser comemorado com comida.

— Pra que comemoração? É alguma data especial?

— Sim Ane e essa data você está proibida de esquecer. Entendeu?

— Porque?

— É a data em que você voltou pra Deus.

Eu sorriu. — Obrigada por ter me ajudado Jônatas.

— Não precisa agradecer, eu faria de novo e de novo.

— Bom o que temos de bom pra comer?

— Não sei se exagerei, mas comprei pastel, coxinha e pudim.

— Meu Deus Jônatas, vou sair daqui rolando.

Ele ri. — Essa é a intenção.

— Ah é? — Coloco a mão na cintura olhando bem séria pra ele.

E ele ri. — Sim é sim.

Eu olho pra mesa balançando a cabeça. — Você é um bobo.

— Bobo é um dos meus sobrenomes.

Uma criança corre até nós pra pegar a sua bola que caiu na nossa direção e ele para deixando a bola cair de sua mão olhando bem assustado pra mim e a mãe dele puxa ele pelo braço.

— Luíz quantas vezes eu tenho que te falar pra não brincar longe de mim. — Diz a mãe gritando com ele e Jônatas percebe o meu incômodo segurando a minha mão.

E o menino aponta pro meu rosto, bem na direção que está a minha cicatriz. — Olha mamãe ela parece aquele monstro do filme de terror que a gente assistiu aquele dia. — E eu sinto o meu coração doer e tiro as minhas mãos da de Jônatas tapando a minha cicatriz com a mão.

E a mãe sorri sem graça pra gente. — Me desculpa, mil perdões esse menino não tem modos.

Eu desvio o meu olhar deles chocada com o que acabei de ouvir. Então é isso que as pessoas pensam quando veem essa cicatriz? Um monstro? Eu sou um monstro???

O menino sai correndo com a bola na mão e a mãe dele vai atrás dele pedindo perdão ainda pra gente e Jônatas olha pra mim. — Calma Ane!

E eu olho brava pra ele. — Calma? Você ouviu o que aquela criança acabou de dizer?

— Não liga pra isso, lembra que Deus te ama.

— Do que adianta ser amada! Se eu ainda tenho essa cicatriz horrível no meu rosto? — Digo indignada.

— Ane para com isso, você tava tão bem!

— Você pensa isso de mim também Jônatas que sou um monstro? HEIN ME RESPONDA!!! — Acabo me alterando e gritando com ele.

— Ane pelo amor de Deus para de gritar e se acalma.

Eu tiro as mãos do meu rosto. — Porque? Tem vergonha que as pessoas vejam o monstro que está com você?

— Ane você não é um monstro, você é uma mulher linda.

— Linda Jônatas? — Começo a chorar. — Que homem gostaria de sair com uma mulher assim? Com o rosto todo machucado e que não pode ouvir uma ofensa que já quer desistir até de viver.

De Volta Ao Primeiro Amor - [Livro 1] (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora