Prólogo.

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Points Of View Justin Bieber.

— Você é um filho da puta. — Briana ri, enquanto muda o canal.

— Não fala assim. Sua mãe é a mesma que a minha. — eu retruco e ela arqueia a sobrancelha.

— Não, Justin. Não é. — ela se aproxima, me abraçando. Coloco as mãos em sua volta.

— Mas eu gosto de imaginar que sim. Prefiro ter como mãe alguém que tenha morrido dignamente do que uma que vive como uma vadia drogada. — ela revira os olhos.

— Sua mãe te ama muito, não é justo o que você faz com ela. — eu a afasto de mim e semicerro os olhos.

— Eu não me importo. Por mim que ela morra de velhice naquele hospício. — pego a pipoca e vamos direto para a sala. — As únicas pessoas que me importam de verdade estão aqui comigo. Você e meus amigos. É por vocês que eu mato e morro, sempre será.

Briana bufa, enquanto me encara, negando. Todas as vezes que entramos nesse assunto ela tenta colocar algum juízo na minha cabeça. Pelo menos o juízo que ela acha que não tenho. Eu apenas não ligo para quem não liga para mim. A única pessoa da minha família que um dia me amou de verdade foi meu pai, o mesmo que foi morto a treze anos atrás. Foi exatamente por isso que eu decidi entrar no mundo do crime. Para dar o conforto necessário que Briana merece, já que depois que ele morreu sobrou apenas nós dois.

FlashBack On.

18 anos atrás.

— Por que o senhor tem que sair de novo, papai? — pergunto, enquanto o encaro com olhar de decepção.

— Porque eu preciso trabalhar. — ele se aproxima e beija o topo da minha testa. — Você não gosta dos brinquedos que eu te compro? Das roupas? — ele pergunta e eu concordo, sorrindo.

— Eu só não quero ficar sozinho com ela. — aponto para minha mãe, que dá uma risada sarcástica. Eu chamo meu pai para perto e o mesmo se agacha. Sussurro em seu ouvido: — Eu tenho medo dela. — ele ri, enquanto se levanta.

— Eu te levo na casa da Briana, se você se sentir mais confortável. — ele fala e eu automaticamente sorrio.

— Você é o melhor pai do mundo! — digo, abrindo os braços e vendo ele sorrir ao me pegar no colo.

— Você gosta mesmo dela, não é? — eu faço que sim com a cabeça. — Então eu preciso que você me prometa que sempre irá protege-la, mesmo que isso custe a sua vida.

— Eu prometo, papai. — envolvo o seu pescoço com os meus braços. — Por que ela não pode morar com a gente?

— Porque sua mãe não sabe que ela está viva. Patricia pensa que ela morreu junto com o Michel. — eu nego.

— Não gosto de ter que deixa-la sozinha, papai. — eu digo.

— Eu sei. Por isso trago você aqui. Por isso venho aqui todos os dias e também é por isso que sempre deixo alguns amigos na porta da casa dela: para que ninguém entre e a machuque. — eu deito em seu ombro e ele sorri.

Nós andamos até a rua debaixo para ir até a casa de Briana, mas antes mesmo de chegar até o portão laranja que eu conhecia muito bem, meu pai me coloca no chão e tira a arma do bolso. Ele pede para eu me esconder atrás do poste e assim eu faço, assustado. Vejo dois homens na frente da casa de Briana, matando os amigos do meu pai que cuidavam dela. Fecho os olhos, com medo do que poderia acontecer.

— Por favor, papai do céu, não deixe que nada aconteça com o meu pai. — eu peço, com as mãos em forma de oração.

Eu ouço um barulho alto e me permito olhar, vendo meu pai no chão. Meus olhos automaticamente enchem de lágrimas e eu me aproximo, vendo que não havia sido um tiro e sim um atropelamento. O carro para e dele desce um homem, que caminha até nós.

— Por favor, Jared. Não faça nada com meu filho, ele é apenas uma criança. — meu pai diz com a voz falha e eu seguro com força a mão dele.

O homem me olha e sorri sarcasticamente. Eu jamais esqueceria daquele sorriso e daquele olhar. Ele pega a arma do bolso e a destrava, acertando dois tiros na cabeça de meu pai. Eu começo a chorar ainda mais, mas o homem se aproxima de mim e passa seu dedo em meu rosto, secando minhas lágrimas.

Homens não choram, pequeno Bieber. Isso demonstra fraqueza. — depois disso ele simplesmente se levanta e vai embora, deixando meu pai caído ao chão.

FlashBack Off.

— No que tanto pensa, Drew? — Briana pergunta e percebo que ela está me encarando.

— Em como eu vou torturar e matar o Jared quando o encontrar. — ela suspira, concordando.

— Eu espero que você o faça sofrer tanto quanto nós dois sofremos quando ele matou o Jeremy. — ela diz.

— Disso você não precisa ter dúvidas, pequena Briana. — digo com convicção.

Quando eu puser minhas mãos naquele desgraçado a única coisa que iremos ouvir serão seus gritos pedindo por socorro. E eu? Não vou ligar nem um pouco, do mesmo jeito que ele não se importou ao deixar uma criança de oito anos pedindo socorro no meio da rua, enquanto tinha seu pai morto à sua frente.

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