I feel like i never gonna be happy again

1K 111 491
                                    

 *Liguem a música, bem no baixinho, quase no mudo*

-Ele me chamou para jantar, e eu fiquei esperando por duas horas, até que ele me mandou isso -Expliquei a Charlie no final da aula.

-Sério?! -Ela perguntou quase gritando, claramente preocupada -Eu pensei que vocês dois estavam bem.

-E nós estávamos... -Pensei por alguns segundos -Sinceramente, não sei qual o problema dele! A gente está junto faz tanto tempo e... eu achei que estávamos apaixonados -Confessei com tristeza em minha voz -Mas pelo jeito, era só eu -Ri sem vontade nenhuma.

-Ele é um babaca! -Charlie disse com raiva -Eu juro que se eu ver ele, vou matá-lo -Ela fechou o punho.

-Ele não veio a escola hoje, provavelmente com um outro alguém ou sei lá...  -Dei de ombros e nós fomos para fora da escola -De qualquer jeito, irei seguir em frente.

-O que caralhos está acontecendo ali? -Charlie parou, curiosa ao ver a multidão.

-Alguém morreu? -Brinquei, parando de andar também, sem tirar os olhos de meu celular. Lia e relia sua mensagem.

"Está tudo acabado. Sinto muito. Não consigo mais fazer isso" 

-Droga, Charlie! -Resmunguei, dando risada logo depois ao me assustar com o barulho de seu copo de café caindo -Qual o problema? -Parei de rir ao ver sua expressão séria.

-Não olha! -Ela me abraçou forte.

-O que está acontecendo? -Preocupado virei meu rosto para a multidão.

Meus olhos se arregalaram ao ver todo o sangue. 

-Eu disse para não olhar, Dean -Sua voz estava trêmula -Por favor, não olhe -Ela aconchegou minha cabeça em seu peito.

-Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não -Minha respiração estava fraca e isso era tudo que eu conseguia dizer.

"Está tudo acabado. Sinto muito. Não consigo mais fazer isso" 

Charlie implorou mais uma vez para que não olhasse, me soltei de seus braços. E de repente o mundo ficou mudo. Tudo que conseguia ouvir era o som do meu coração pulando para fora do meu peito como se eu tivesse tendo um infarto ou algo assim. Era como se alguém tivesse me esfaqueando diversas vezes. Cambaleei até a multidão.

"Está tudo acabado. Sinto muito. Não consigo mais fazer isso" 

Seu sorriso veio a minha mente. A droga do seu sorriso.

Empurrei todas as pessoas, ajoelhando em seu corpo.

Memórias me atingiram.

Nosso primeiro encontro. 

"Está tudo acabado. Sinto muito. Não consigo mais fazer isso" 

-Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não. -Lágrimas invadiram meu rosto.

 Nosso primeiro beijo. 

"Está tudo acabado. Sinto muito. Não consigo mais fazer isso" 

--Não. Não. Não. Não. Não. Não. -Tentei sentir seu pulso, mas não consegui.

Nossa primeira vez.

"Está tudo acabado. Sinto muito. Não consigo mais fazer isso" 

-Acorda. Acorda. Acorda. Acorda. Acorda. Acorda. Acorda -Implorava, pegando-o pelo sobretudo e o chacoalhando forte.

Senti uma mão masculina me puxar, o empurrei sem nem ver quem era.

-Por favor, anjo... -Fechei meus olhos -Por favor... Acorda! -Gritei com o máximo de fôlego que consegui. -Acorda!

Senti outra mão em meu ombro, soquei seu braço.

-Por favor. Por favor. Por favor, Cas -Eu abracei seu corpo, não me importando com todo aquele sangue -Eu preciso de você -Lágrimas caíram -Eu preciso de você aqui comigo.

Três pessoas agarraram meu braço e me puxaram com cuidado. Me debatia todo -Eu te amo!-Gritei sem me preocupar com o que as pessoas pensariam -Eu nunca te disse isso, certo? 

-Senhor, você precisa nos dar licença -Ouvi a voz do paramédico e parei de lutar contra as pessoas. 

Eu estava sem chão. Não conseguia ouvir nada. Minha visão estava embaçada. E suas palavras vinham em minha mente.

"Está tudo acabado. Sinto muito. Não consigo mais fazer isso" 

-Você vai sobreviver a isso -Sussurrei enquanto via eles pegarem o corpo de meu amado -Eu te amo -Me joguei no chão e agarrei meus próprios joelhos -Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo.

-

-Sinto muito em te dizer isso, mas Novak faleceu antes mesmo de chegar ao hospital.

-Ok -Concordei com a cabeça.

-Ele tem alguém para que possa ligar?

-Não... -Esfreguei meus olhos -Eu sou a única pessoa que ele tem -Dei um meio sorriso -Tinha.

-Eu... -Apontei para a saída -Eu vou indo -Dei dois passos para trás -Ahn...Obrigado.

Ouvi ele dizer algo, mas não entendi o quê, simplesmente saí da sala.

-

Dizem que as pessoas lidam com a perda de maneiras diferentes. Minha maneira de lidar com sua morte, foi fingir que nada estava acontecendo. Quem me visse transando com garotas diferentes todas as semanas nunca pensaria o quão morto eu estava por dentro. Toda vez que falavam em Castiel eu sentia um ódio invadir meu peito. Castiel Novak era egoísta essa foi a única explicação que consegui achar para ele ter me deixado.

Estou namorando uma garota. Ela me ama. Charlie a odeia.

-Por quê você está com ela? -A ruiva tomou coragem e perguntou.

-Ela é ótima -Eu sorri -E ela me ama, e nunca me abandonaria e isso é o que eu mereço.

-Deus, Dean! -Ela gritou, perdendo o controle -Você não pode substituir o Cas.

E foi nesse momento que meu sorriso se desmanchou, minhas mãos começaram a tremer. 

-Por que não?! -Gritei de volta - Ele terminou comigo se suicidando! -Peguei um dos livros que estava em minha cama e o joguei no espelho, fazendo ele se rachar todo devido a capa dura.

Charlie arregalou os olhos. Aquela era a primeira vez que eu "falava" de Cas desde seu suicídio. 

-Eu o odeio! -Berrei, sentindo uma dor no meu peito -Eu o odeio. Eu o odeio. Eu o odeio -Repeti, batendo minha cabeça na parede.

-Você não o odeia, Dean -Charlie se aproximou -Você não odeia ele.

-Talvez eu devesse! -Olhei em seus olhos -Eu sinto que nunca vou ser feliz novamente -Agarrei meu cabelo e o puxei para cima -E todo dia só fica pior, e pior... Eu não posso mais sentir falta dele. Eu não posso, eu não quero -Uma lágrima caiu de meu rosto -Ele nem disse um Adeus...

Destiel | Encontrar-te ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora