Parte 1 - Ben & Nick

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Nova York, Estados Unidos


Nicholas Martin. Nunca pensei que pronunciaria esse nome novamente em minha vida, nem em minha cabeça, mas também não poderia deixar de fazer, nunca o esqueci em toda a minha vida.

Eu havia me mudado para Nova York em pouco tempo. Nova casa, novo bairro, nova escola e talvez novos amigos. Minha mãe conseguiu uma oferta de emprego muito boa e por fim nos mudamos. Deixar uma vida construída para trás não é tão fácil como meus outros amigos disseram, é uma vida inteira. No entanto, estava feliz pela minha mãe.

— Ben, vai se atrasar! O ônibus vai passar logo! — gritara minha mãe.

— Já estou indo!

Olho-me no espelho e mentalmente digo a mim que logo acostumarei com a minha nova vida. Acho que seria egoísta se não ficasse feliz pela minha mãe, mas eu estou feliz por ela, é só que...

— Benjamin! Não me faça dizer o seu sobrenome e subir aí!

Coloquei rapidamente o material na mochila, amarrei os cadarços dos tênis, dei uma última penteada no cabelo, disse para o meu eu refletido no espelho "é só respirar" e desci correndo as escadas.

— Já estou aqui. — respondi quando dei um salto da escada para o chão.

— Ai que susto! Oh Ben, não corra.

— Mãe, você mandou que eu meu apresasse.

— Sim, mas não quero que chegue suado. Queria tanto te levar!

— Você já fez isso no primeiro dia.

— Mas eu também queria te levar hoje.

— Ai mãe, olha a hora. Preciso ir. — dei-lhe um beijo. — Tchau. — saí correndo.

— Eu te amo! — gritou.

— Eu também!

— Faça novos amigos!

Em dez segundos, o ônibus passou e parou em frente à minha casa. Subi e sentei em um dos bancos do meio que estava vago. Depois de uma hora, o ônibus chegara ao campus da faculdade.

O alvoroço dos universitários para entrar era absurdo, era como se fosse o primeiro dia de aula de crianças em uma creche. Entrei e fui para uma daquelas máquinas de sucos e refrigerantes. Paguei por um suco de abacaxi com hortelã de caixinha e fui para a sala. O professor ainda não chegara, abri meu suco enquanto colocava minhas coisas na carteira.

— Aposto que tem hortelã. — disse um garoto que sentara na cadeira ao lado da minha no fundo da sala.

— É o que? — perguntei.

— Seu suco é de abacaxi. Dificilmente alguém bebe suco de abacaxi puro. Aposto que tem hortelã.

— Eu gosto de abacaxi puro.

— Você é uma exceção, mas isso aí tem hortelã. Quer apostar?

— Eu apostaria se realmente não tivesse hortelã no suco e se tivesse dinheiro. Além do mais, adoraria ver você desfazer essa cara de convencido.

— Olha só, o cara é osso duro de roer! Gostei. Prazer Benjamin, meu nome é Nicholas Martin.

— Como sabe meu nome?

— Você é o novato por aqui, eu tenho fontes.

— Meu Deus. — comecei a retirar os livros da mochila. — Você é um stalker?

— De forma alguma. Pode me chamar de Nick.

— Ok. Prazer Nick, pode me chamar de Benjamin.

— Não deveria ser Ben?

Nada Será Como AntesOnde histórias criam vida. Descubra agora