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A conversa com Maria Inês não me sai da cabeça nem por um minuto, será que temos tudo a nosso favor desta vez? Tenho tanto medo de avançar e voltarmos ao mesmo, voltar a cometer o mesmo erro. Entretanto voltamos para dentro e encontramos três personagens na cozinha, Afonso e Zé estavam de volta das panelas a fazer o jantar enquanto André apenas se encontrava sentado a olhar para eles, a cozinha encontrava-se totalmente desarrumada.

"Oh André, como é que eu sei que isto já está bom?" Zé pergunta indignado a olhar para o arroz que estava na panela.

"Puto, acho que é quando tiver solto." Afonso responde pelo irmão.

"Solto? Mas vocês estão a gozar com a minha cara?" Zé mete as mãos na cintura fazendo-nos soltar a todos uma gargalhada.

"Esse Avental fica-te mesmo bem!" Maria Inês goza fazendo os primos repararem na nossa presença. Decidimos ajudar os primos ou então não iríamos ter jantar, André ajudou a meter a mesa já que dizia que não podia fazer o jantar porque lhe «doía a mão», o que fez Afonso e Zé começarem com piadinhas.

Mais tarde, decidimos ir a algum sítio à noite todos juntos. Combinamos com o resto dos primos no habitual bar da praia de Matosinhos. Fui com André no seu carro, Maria Inês decidiu levar o seu carro porque iria sair com os primos depois, depois de estarmos prontos fomos então para o nosso destino.

"Tive imensas saudades tuas." A voz do moreno fez-se ouvir no meio do silêncio que ali se tinha instalado.

A sua confissão fez-me sorrir e olhei para ele. "Eu também André." Este agarrou na minha mão e entrelaçou os nossos dedos, olhei para as nossas mãos e lembrei-me do quão segura eu me sentia só com o seu toque.

Já estavam todos no bar quando nós chegamos, fazendo todos os primos comentarem o facto que estarmos de mãos dadas. Nem me lembrará que André tinha repetido o gesto quando saímos do carro mas também não dei importância aos comentários.

"Afinal os rumores são verdade!" Hugo começou a picar.

"Eu não sei de nada." Fiz-me de desentendida a olhar para o mesmo.

"Vocês namoram!"

"Deixem de ser chatos." André disse bufando, provocando a gargalhada de todos e comentários do tipo «não chateis a princesa» ou «até já a defende» algo que já estava habituada.

Duarte, o empregado de mesa que já nos conhecia a todos, veio fazer o nosso pedido e logo depois começamos todos a ter uma conversa. Senti Mafalda a dar-me uma cotovelada e a puxar-me para mais junto dela e Maria Inês.

"Vais nos contar o que se passa entre vocês ou?"

"Nada, somos amigos. Ambos sabemos o que sentimos um pelo o outro decidimos começar as coisas sem remorsos e com calma." Esclareci tudo.

"E as mãozinhas?" Mafalda arqueou uma das sobrancelhas.

"Oh... não sei, foi instantâneo e não senti a necessidade de as separar."

"Ela hoje admitiu-me que ainda gostava dele!" A minha melhor amiga diz como se fosse uma criança que acabará de receber um doce.

"Eu acho que devias de dar uma oportunidade ao André, a vossa história é demasiado bonita para acabar por um erro do passado!" Mafalda piscou-me o olho e eu ri-me. Dei um golo na minha bebida e senti desta vez o olhar de André em mim.

"Uma foto dura mais." Ri-me metendo-me com o moreno, fazendo este rir também.

"Estás demasiado irresistível para meu gosto."

"Mas vais ter de resistir." Encolhi os ombros.

"Um beijo." Fez uma cara de bebé, e eu soltei uma gargalhada.

"És um parvo." Abanei a cabeça.

"Por favor Nena." Beijou-me a bochecha.

"André..." Olhei-o.

"Ok!" O moreno afastou-se sentando-se direito na sua cadeira e logo tentou entrar na conversa dos primos. Sabia que ficará chateado, mas não me sentia a vontade num sítio público.

Bebemos alguns copos, conversamos e combinamos passar uma semana todos juntos de férias num destino que ainda iríamos decidir amanhã na praia. O Silva e o Vieira mais novo acompanharam Maria Inês numa saída até uma discoteca, já o resto decidiu ir para casa para amanhã acordar para a praia.
André não tinha falado comigo desde que recusei lhe dar o beijo, o que achei deveras infantil e desnecessário pois não tínhamos nada.

"Vais continuar amuado?" Disse quando já estávamos os dois a chegar ao carro.

"Não estou." Disse encostando-se a porta.

Bufei. "Não entendo porque estás assim, podias tentar entender o meu lado!" Olhei-o e peguei no seu rosto para o fazer olhar para mim.

"E entendo, mas foda-se! Só estavam lá os meus primos, mais ninguém estava a olhar. Tu não sabes o que eu me aguentei para não te beijar ali!"

"Decidimos ir com calma..."

"Um beijo não mata ninguém Madalena." Ele aproximou-se. "E eu já te disse que era incapaz de voltar a magoar-te." Sinto a sua mão a pegar no meu queixo e a outra a por o meu cabelo atrás da orelha, os nossos rostos aproximaram-se  e os meus olhos começaram a fechar-se lentamente, senti os seus lábios a roçar nos meus e um arrepio percorreu o meu corpo logo a seguir entreabri os meus lábios e começamos um beijo lento mas apaixonado. As suas mãos percorreram o meu corpo parando no meu pescoço, os nossos sentimentos estavam neste momento a flor da pele e as minhas borboletas voltaram a aparecer como se fosse a primeira vez.

Agora sim tinha a certeza que André era o único que me podia fazer sentir assim.

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Hellooo, desculpem a demora mas os testes começaram :/
Espero que gostem!
  Beatriz

Happiness | André Silva Onde histórias criam vida. Descubra agora