Capítulo 1

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Vinte e oito dias para o Natal.

















Era um novo recomeço para todos que estavam ali. Escrito em negrito, no cartão cor escarlate, Christian e Rafael, deixaram mais do que claro que desejavam que todos que estivessem ali, celebrassem juntamente com eles, um dia muito mais que especial. Finalmente iriam casar, após dois anos de muita luta, finalmente naquele dia, a felicidade para ambos, estava prestes a desencadear de uma vez. Era mais um sonho realizado, e mesmo com toda a insistência de Christian, para que a festa de casamento fosse grande, Rafael sentia-se realizado. Sabia que nada e nem ninguém faria com que seu agora, esposo, mudasse de idéia. Diferenças a parte, era hora de ir curtir a festa, e para Maite, estava mais que na hora de se despedir de todos e ir para casa, lembrou-se que um lugar com muitas pessoas a fazia sentir-se asfixiada, se conversasse com quatro ou cinco, fora os noivos, presente ali, era muito. Tinha aceitado o convite, já que havia recusado inúmeras vezes ser madrinha, porque era amiga de Christian, e não poderia deixá-lo triste, em um dia que era para ser de total alegria, mas já tinha aparecido, tinha felicitado tanto Christian como Rafael, então já era hora de ir embora, em casa, uma pilha de trabalho a aguardava.

- Baby, espere!

Maite estava pronta para seguir até a porta, quando escutou a voz de Christian a chamar, não entendia, pois já havia despedido-se. Então, ao virar-se para ele, pronta para se despedir novamente, a surpresa lhe sobreveio. Christian segurava uma mulher pela mão, e ambos sorriam abertamente para ela.

- Tenho que te apresentar uma amiga, Baby. - Christian aproximou a tal mulher, puxando-a para frente. - Essa é Anahí. Annie, essa é a Maite, a amiga que te falei.

- Oh, sim. - Anahí assentiu, cumprimentando Maite com dois beijos nas bochechas, fazendo-a franzir a testa.

- Você que foi a madrinha, eu te vi no altar. - Maite afastou-se um pouco, olhando-a dos pés à cabeça.

- Sim. - Anahí assentiu, sorridente. - Inclusive, eu adorei a cor. - segurou na barra do vestido longo.

- Maite fez questão de me ajudar a escolher as cores. Mas, recusou o pedido de ser madrinha. - Christian cruzou os braços, com um bico nos lábios. - Eu ainda não perdoei.

- Chris, por favor... - Maite maneou a cabeça. - Você sabe os meus motivos.

- Eu não tenho culpa se você é anti social, Baby, nem o Rafael, foi um close bem errado esse que você deu! - Christian apontou para Maite e Anahí soltou uma gargalhada.

- Você é muito dramático, Chris, por favor né. - Anahí negou entre risos.

- Põe dramático nisso. - Maite negou, depositando um beijo no rosto de Christian.


- Mesmo assim, obrigada por ter vindo. - o moreno segurou as mãos dela. - Fico muito feliz.

- Eu sei... - Maite sorriu de leve, abraçando-o. - Bom, já estou indo, aproveite a festa.

- Você também deveria ficar para aproveitar! - foi Anahí quem disse, atraindo a atenção dos dois. - Ainda esta cedo e não acho que você tenha algo de muito interessante para fazer em casa.

- Tenho sim. Tenho bastante trabalho. - Maite respondeu, séria.

- Hello, Baby, você tem o dia todo na segunda para fazer isso. - Christian cantarolou. - Fique mais um pouco.

- Não. Realmente não posso. - Maite negou, e antes que pudessem intervir novamente, saiu em passos largos.

- Ela é muito séria. - Anahí comentou, enquanto a observava sair.

- É. - Christian assentiu, com os braços cruzados. - Mas tem muitos motivos para isso, acredite.

- Eu posso saber quais? - Anahí olhou-o, curiosa. - Porque ela é bastante atraente. Eu gostei...

- Hm, eu sabia! - Christian sorriu malicioso. - E tem toda a minha permissão.

- Eu agradeço. - Anahí brincou, rolando os olhos.

- Agora vamos, tenho que te contar todo o babado! - o moreno saiu puxando-a pelo braço.












Fugir de conversar desagradáveis não se tornava tão difícil quando se tinha pessoas insistindo. Maite achava aquilo desconfortável, e aquele era o jeito dela, tinha lutado para conseguir, e agora não iria perder tão fácil assim, era feliz com a vida solitária que tinha, quem ousasse intervir que nem a falasse os motivos, opinião de outros não a importava, e apenas ela que poderia dizer se a vida que levava era liberdade ou solidão.












Anahí já não tinha se divertido tanto quanto fizera aquela noite, talvez tivesse sido a quase dois meses atrás, já que seu consultório estava a mil por hora, o fim do ano aproximava-se e tudo realmente ficava muito puxado, mas para ela era algo normal, já tinha acostumado, era só se programar para acordar mais cedo, alimentar seu cachorro, as vezes até levá-lo junto, se ele não fosse tão preguiçoso.
E aquele dia começou, por coincidência, daquela maneira, já havia acordado quinze minutos atrasada, estava cansada pelo pouco descanso que tinha tido pela noite, e Sancho ainda dava trabalho para sair de casa; era absolutamente uma luta. Depois de muitas conversar com o cachorro, Anahí finalmente conseguiu, seguindo assim, por fim, para o trabalho. A clínica veterinária ficava a quatro quadras do bairro onde morava, era no Brooklyn, e sempre que Anahí entrava ali, não conseguia entender como alguns diziam que era perigoso. Ela definitivamente não via nada de perigoso, a não ser a ignorância de quem diria isso. Depois de um suspiro longo, estacionou o carro, tirando o cinto.

- Vamos lá, gordo, a mamãe tem muito trabalho pela frente. - ela saiu do carro com Sancho no colo, rumando para dentro. Cumprimentou a todos, com um sorriso nos lábios.

Era simpática e muito reconhecida por essa qualidade, fazia o que amava, e como todo ser humano, também era imperfeita, tinha seus defeitos, só que Anahí Portilla, gostava de dizer que se não os tivesse, não seria ela. Sua vida amorosa também nunca fora tão certa, pelo menos não do modo como via todos ao seu redor ter, tinha tido um relacionamento a quase um ano, fora com Caly, uma garota que trabalhou com ela, tinham algumas coisas em comum, porém Anahí não conseguia encontrar nela algo que a fizesse se apaixonar perdidamente, Caly era uma garota incrível, e mesmo com o preconceito que sofria, e a intolerância de alguns, Anahí não se importava, e jamais pensou em terminar aquele relacionamento por isso, ela só entendia que se não podia corresponder Caly como ela merecia, iria por fim aquilo tudo. Fora fácil, Caly entendeu, e hoje não tinha nada mais que uma boa amizade. Anahí não pensava em ter outro relacionamento sério nem tão cedo, porém as coisas são incertas, e na noite passada algo havia mexido com ela, como nada antes havia feito, um par de olhos castanhos e misteriosos havia chamado sua atenção, e aguçado seu interesse...

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