Os amaldiçoados

O rato roeu a roupa do Rei

*Selina

Nós "Amaldiçoados" como somos chamados pelo povo e pelo Ispe, somos 7 ao todo, então, para não ocupar muito seu tempo, vou me apresentar.

Eu sou Selina Flinn, sou de Portugal. Agora, um detalhe interessante, todos os amaldiçoados se entendem, quase como se todos falássemos uma só língua, mas claro, não estamos livres de problemas, só conseguimos falar com os amaldiçoados normalmente, como nossa sede é nos States, então complica, mas é a vida.

Como estava dizendo, meu nome é Selina, minha maldição é controlar a gravidade, sei que, pra muitos, pode parecer piada chamar "super poderes" de maldição, mas a história que leva cada "poder" é um fardo, é uma maldição, a minha história não tem tantos detalhes e nem aconteceu da mesma forma que a do Ispe, mas foi tão ruim quanto.

Eu estava saindo com meus tios; eles cuidavam de mim, desde que eu nasci, minha mãe morreu no parto e meu pai tinha sumido quando minha mãe estava no quarto mês de gravidez, ao menos foi isso que meus tios me disseram. Fomos a vários lugares nesse dia, uma criança de 8 anos em um parque de diversões pela primeira, acho que naquele dia fiz eles gastarem uma fortuna comigo, fomos em todos os brinquedos, mas foi então que aconteceu, fomos em uma montanha-russa infantil, andamos uma vez, e eu ainda não estava satisfeita, então fomos de novo, foi quando na metade da volta, entramos em um cenário novo, vozes ecoavam dizendo:

"QUEDA, OLODUM, QUEDA ..."

Foi quando ouvir uma voz que calou todas as outras, dizendo:

"Neta de Israel, filha de Malaquias, seu pai perdeu tudo, VOCÊ É O PAGAMENTO"

Eu sentir uma mão me segurando, mesmo não vendo nada ao redor do meu corpo, então implorei pela minha vida, então ele disse as palavras que eu nunca vou esquecer:

"Ele prometeu uma humana madura, ELA É UMA CRIANÇA, TEMOS QUE RECOLHER MAIS SANGUE PARA PAGAR A DÍVIDA"
Foi então que eu fui levada ao topo do parque de diversões, me vi com runas espalhadas pelo meu corpo, olhei para o parque e percebi, todos lá morreram, meus tios, os atendentes, TODOS, por minha culpa, só porque eu era nova. Depois de ter visto isso, acordei no meio daquela "recém-tragédia", encontrei um papel, escrito:

"Agora você está pronta, arauto de Olodum"

Quando me olhei, eu devia ter uns 18 anos ou mais, então eu entendi, as pessoas serviram de sacrifício, para que assim, eu pudesse me tornar a tal Arauto de Olodum.

Minha chave é o nome do meu avô, Israel, e a minha tranca é o nome do meu pai, Malaquias. Nós só podemos usar as maldições quando falamos a Chave e voltamos ao normal com a Tranca. Ela muda de pessoa pra pessoa, de amaldiçoado para amaldiçoado.

Então, hoje em 2017, tenho 15 anos com corpo de 25, infelizmente, a idade da minha tia quando ela morreu

*Vincetti

Meu nome é Vincetti Well, Sou russo, uma coisa que nunca entendi é esses alter egos, todo mundo sabe nossos nomes, acho que é algo mais representativo, algo pra chamar atenção, não ligo muito pra isso, mas se quiserem comprar um bonequinho meu, fique a vontade, eu ganho 30% de tudo que venderem, embora eu não entenda como pensaram em um bonequinho meu, principalmente com a minha maldição.

Minha história é a mais simples e menos traumatizante, pra alguns, não faço idéia de como começar, espero que isso não manche minha imagem

Eu comprei uma revistinha +18, e quando eu ia colocar uma prática em exercício, apareceu a própria rainha Succubus, Hywyna, dizendo:

"Você tem perversidade no olhar, perfeito, por quê não se torna meu arauto terrestre, mortal .?"

Fiz um milhão de perguntas e pra tudo ela dizia:

"Se aceitar você vai saber"

Então eu aceitei, em troca todo mundo que eu conhecia perdeu qualquer memória ou lembrança de mim, foi bem triste no começo, mas agora, está tudo indo tranquilo, tenho 16 anos, meu poder é tomar conta do corpo das pessoas. Chave:"Máscara", Tranca: "Juventude"

*Arthur

Meu nome é Arthur Oliveira, sou brasileiro, em primeiro lugar, minha chave é "Virgem" e a tranca é "Mão", mas não ache que eu sou podre igual certas pessoas, tenho 14 anos, mas nunca fiz essas coisas, talvez algumas vezes, mas isso não vem ao caso.

Eu morava com a minha vó, ela ganhava a vida fazendo as pessoas de trouxa, em outras palavras, ela era cartomante, uma bem famosa inclusive, ela tinha previsto que se um rei comesse em um restaurante tal, ele encontraria um rato na sua roupa, pode parecer piada, mas naquele ano, o rei do Futebol, sim, ele mesmo, esse que você tá pensando; foi comer no restaurante da profecia, não deu outra, o relógio dele quebrou e um dos ponteiros acabou se perdendo na roupa dele, o garçom era argentino e disse: "Acho que você perdeu um "rato" nessa roupa", acho que ele não sabia português fluente e acabou trocando a palavra tempo por "rato", que também quer dizer tempo ou instante, tudo que eu sei é que foi bom ver que um chute da minha vó tinha dado certo.

Infelizmente, minha vó morreu antes del ser amaldiçoado, minha maldição não teve sacrifícios humanos, mas eu perdi a habilidade de enxergar, ao que parece pra ser o arauto de um tal de Leviathan, não é preciso ver, ao menos posso contornar isso com a minha maldição, ela me permite que, ao tocar nos animais, eu assuma seus sentidos por tempo e distância ilimitados, ou seja, eu toco em um cachorro, aí consigo vê tudo que ele vê, por quanto tempo eu quiser, e pela distância que eu quiser.