Sinopse

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Elijah

Ao passar pela enorme porta do hospital, esbarro em alguém, mas isso não importava! Nada disso devia estar acontecendo. Depois de ver o táxi de Hayley partir, me senti desolado. Claro que a culpa era minha, mas isso também não importa. O que importa é o que eu ouvi, e vi; Hayley em uma maca com a cabeça sagrando. 

Ao parar em frente ao vidro que dava acesso a um quarto da UTI, lá estava ela; Desacordada. Muitos médicos a sua volta preparando-a para uma cirurgia fodidamente arriscada. Fecho os punhos fortemente e respiro fundo ao entrar na sala, mas sou impedido por uma mão segurando meu braço com força.

— Elijah, não! — Olho para o lado e vejo Elena me olhando com uma expressão indecifrável.

— Me solta!

— Você não pode entrar lá.

— O que? Eu vou entrar e...

— Você sabe que não pode, Hayley e vocês são ou eram muito próximos, se acontecer algo, você...

— Não vai acontecer nada! — me altero, interrompendo-a. Com quem ela pensa estar falando? - Me solta Elena. — completo, mantendo o tom ríspido.

— Elijah, acorda! — Elena também se altera. — Sabe que não pode entrar lá assim. Sabe que se pudesse também estaria lá dentro ajudando, mas se entrarmos lá e fizermos algo errado eu entraria em pânico e só Deus sabe o que eu faria. Imagine você!

Não poderia estar acontecendo!

No fim das contas Elena está certa, se acontecesse mais alguma coisa com ela por culpa minha eu não conseguiria sequer me olhar no espelho. Maldita seja a hora em que resolvi fazer aquela aposta.

Cada minuto sentado parecia ser uma eternidade. Só agora sei o que se passa na cabeça de alguém que espera por notícias de um parente próximo. Agonia e medo. Relaxar? Algo totalmente impossível. Elena tinha ido notificar aos mais próximos de Hayley quando finalmente vejo o médico sair da sala.
Não espero absolutamente nada para ir em sua direção.

— Miguel, o que houve com a paciente Hayley Marshall?

— Só saberemos quando ela acordar, o que pode levar dias, meses... O melhor é ter calma, Elijah. — responde, com uma frieza impressionante. —  Preciso ir, tenho outra cirurgia me esperando.

— Tudo bem, obrigado.

Não, a porra da agonia não tinha acabado. Semanas passavam e Hayley não acordava, era uma lenta tortura com mistura de ansiedade e medo que anulavam totalmente a minha preocupação em saber se ela me perdoaria ou não. Pedi pra ficar responsável por sua observação, passava todas as minhas horas vagas com ela na esperança de que acordasse, pra mim.
E assim se passaram cinco dolorosos meses, e até o momento continuava tudo na mesma. Quase todos já perderam as esperanças, menos eu.

Estou no refeitório me preparando para passar mais uma hora livre com Hayley quando ouço uma das enfermeiras adentrar o local me chamando.

— Doutor Mikaelson, a paciente do quarto sessenta e nove acordou!

Levanto imediatamente da cadeira pedindo para ela avisar apenas aos mais próximos e vou em direção ao quarto.

Hayley acordou. Porra, isso me despertou um misto de sentimentos. Felicidade e a preocupação pelo que ela ia dizer voltou a me atormentar. Ela vai me odiar. Sim, vai me odiar.

Assim que entro na sala e a vejo acordada e fraca naquela maca, meu coração se aperta enchendo-se de angústia. Culpa minha.

Me aproximo lentamente dela e lhe dou um sorriso meio sem jeito levando uma mão ao seu cabelo acariciando-o.

— Como se sente, Hayley? — sussurro, em um tom baixo ainda com um sorriso no rosto.

Não queria agir apenas como médico nesse momento.

Ela me lança um olhar de indiferença, como se não soubesse quem eu sou e então responde baixinho.

— Quem é você?















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Saudades?

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