Cap 2 Interesse profissional?

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2017

POV Nina

—Perfeita !
Exclamei ironicamente para meu reflexo no espelho. Eu ia para  um jantar super importante com um homem super importante, tratar de um assunto... Super importante... Mas isso já sabia.
Minha blusa de mangas compridas, dois números acima do que eu deveria usar, estava bem  larga, como eu gostava. A saia até os joelhos e o salto preto discreto. Perfeitos.
Eu sei, eu tinha vinte e sete anos e não devia me vestir como uma senhora de cinquenta… Mas eu me sentia bem e segura assim.
Meu celular vibra e eu vejo que o cara mais lindo e doido que conheço já estava me esperando na frente do prédio. Ajeitei meus óculos de grau, meu cabelo, que estava preso num coque alto, peguei minha bolsa e desci.

—Até que enfim Nina. Você demorou
—Boa noite pra você também, senhor Doncaster.
Sorri ironicamente e me sentei no banco ao seu lado. Aquele carro sempre me dava a sensação de poder. Não era pra qualquer uma andar numa máquina daquelas. Um jaguar xj maravilhoso.

Victor ligou o som e me encantou com sua voz que era linda

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Victor ligou o som e me encantou com sua voz que era linda. Eu gostava, mas nunca admitiria para ele.
—Baby, I’m preying on you tonight .Hunt you down, eat you alive.
Just like animals, animals, like animals
(Baby, serei seu predador essa noite. Te caçarei, te comerei viva
Como animais, animais,  como animais)
Victor sorria e fazia umas caras engraçadas enquanto cantava Animals junto com Adam Levine e olhava para mim quando o sinal ficava vermelho. Eu batia meus dedos na coxa, tentando não cantar com ele… Victor sabia que eu cederia alguma hora.

—Agora você Nina. Vai
"Eu não vou… Não vou… Tarde de mais"
—You can find another fish in the sea, you can pretend it’s meant to be. But you can’t stay away from me
(Pode encontrar outro peixe no mar, pode fingir que não era pra acontecer. Mas não consegue ficar longe de mim)

Na hora no refrão, praticamente gritamos juntos. "Onde estão os dois adultos super sérios e responsáveis que deveriam estar aqui?" Ele estava tentando não surtar e nada melhor que cantar para distrair a mente. Victor tinha esse jeito brincalhão as vezes, e bom, acho que eu era uma das poucas pessoas que conhecia bem esse lado dele. Por isso e por outras pequenas grandes coisas que eu era… A melhor companhia pra ele, eu o entendia e tinha sua confiança. Victor podia ser quem quisesse comigo, e eu era admirada por isso.
—Nina eu tô muito nervoso… Vamos dar um grande passo pro nosso futuro.
—Eu sei. Calma. Estou aqui com você, não estou?
Ele puxou o ar, fechou os olhos e passou as mãos pelos cabelos castanhos. Era visível sua tensão agora.
—Tava tão bom só a gente no carro dando nosso show
—Victor... Deixa de frescura, vamos logo.
—Querida, preciso me acalmar. Um. Dois. Três...
—Já percebi que sabe contar. Podemos ir, não era você que tava apressado? Vai dar tudo certo.
Victor concordou com a cabeça e se encarou no retrovisor.
—Isso aí. Vai dar tudo certo. Eu posso. Nós podemos.
"Amém senhor" Me livrei do cinto e logo o manobrista do restaurante Mercy's veio fazer seu trabalho. Victor deu a chave pra ele, agradecemos e entramos no restaurante imenso e claro demais pro meu gosto. As paredes brancas, jogos de mesas em um tom de bege, toalhas amarelas.
A recepcionista lançou um olhar nada decente pro meu acompanhante e depois um de total desprezo para mim. "Mas que vaca"
—Boa noite senhor, reservas?
—Sim claro, Doncaster, Victor.
Ela sorriu e baixou o olhar para seu tablet, deslizou seu dedo super fino pela tela e segundos depois nos avisou que a mesa estava pronta. Victor pegou minha mão e fomos seguindo outro funcionário do Mercy's com seu uniforme impecável e extremamente branco e azul escuro.
Victor puxou a cadeira pra mim e ao sentarmos ficou olhando distraindo ao seu redor.
—Pelo menos não nos atrasamos
—É. Victor, vai dar tudo certo.
—Eu sei Nina, mas… Não é fácil. Estamos falando de um império da perfumaria estado-unidense.
—Belle é a melhor, e quer o melhor. Por isso marcaram com a gente.
A RDoncaster publicidade era uma das maiores empresas de marketing e propaganda de New Falls.  Éramos responsáveis por várias campanhas publicitárias, seja na criação, seja na parte artística. Desde projetos de catálogos, plataformas tecnológicas, outdoors, e até comerciais para tv. Éramos completos. Quatro filiais, aqui em New Falls, Estados Unidos, no Brasil, Itália e Espanha.
Não demorou muito, um trio de homens veio até nós. O mais velho, era Harry Keaton, um senhor de uns cinquenta anos, olhos claros e expressão calma, os mais novos eram versões dele, mais novas e bonitas.
Antony e Lucca, filhos e diretores da perfumaria Belle.
—Boa noite, senhor Keaton, Antony, Lucca. Prazer. Essa é Nina Meester, minha assistente pessoal e braço direito na RDoncaster.
Lucca me olhou erguendo uma sobrancelha e sorrindo, me analisando dos pés à cabeça.
—Nina, prazer.
Ele pegou minha mão e levou até seus lábios. "O que tá acontecendo aqui?" Eu não era acostumada a ser tratada assim.

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