capítulo único.

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Tudo estava mais que perfeito. Perfeito demais. Aí começaram os problemas.

Os problemas nunca foram entre mim e Castiel. Era um tempo conservador e nossa relação era mantida apenas para nós, não que estivéssemos reclamando,  o que tínhamos cabia apenas a nós.
Nosso longo caminho estava para sempre gravado em minha mente.

Nossas mães como melhores amigas.

Deus, elas nos apoiavam tanto.

Como crescemos juntos e desenvolvemos mossa ligação de berço.

Eu sempre fui dele.

Como nos beijamos em uma noite qualquer e passamos semanas nos evitando.

Céus, nós éramos tão idiotas.

Como nosso relacionamento começou no ensino médio e eu tinha certeza que era para a vida.

Eu sei que é para a vida.

Como namorávamos a mais de dois anos quando ele finalmente foi meu por inteiro.

Eu lembro de cada pequena parte daquele dia.

De como a segunda guerra mundial começou e mesmo com receio e todos os sentimentos aflorados, fomos recrutados.

PRIMEIRO DE AGOSTO, 1939.

Era um dia qualquer e era um bom dia. Eu estava com vinte e dois anos, Castiel com vinte e um.
Nós havíamos chegado do trabalho e estávamos no sofá da sala, era para ser um dia de filme, mas o noticiário anunciava que a guerra estava cada vez mais próximo e que todos os homens, até mesmo os mais velhos, deveriam se dispor a servir a sua pátria.
Desligamos a TV e fomos para a cama, mas Castiel estava aflito, todos os sentimentos misturados e a grande parte era medo.
Meu medo era o ver assim, Castiel era luz, brilho e tudo que representava o bem em um mundo como esse.
Eu tinha dezesseis anos quando nós realmente resolvemos ter algo, sem medos e sem nos importar com o que meu pai ou o seu dizia sobre nossa relação.
Fazem seis,  quase sete anos que eu e Cas somos mais que grandes amigos.
Ele era tudo para mim, meu melhor amigo, meu grande amor, meu alicerce, meu cúmplice.

Não sei quando deixei de querer Castiel apenas fisicamente para o querer em cada pequena coisa que ele pudesse me oferecer. Eu era apaixonado por Castiel e todas as suas coisas, eram as 'melhores' coisas para mim.

Eu o amava acima de mim.

Quando eu dizia a ele que ele era alguém muito melhor que eu, que eu não o merecia e que eu reconhecia isso, ele segurava minhas mãos e me assegurava de que não havia nada mais que ele quisesse no mundo se eu não estivesse junto.
Eu também me sentia assim.

Eu era dependente dele, de sua obsessão por arrumação, de suas broncas pela toalha em cima da cama, de seus beijos inesperados e todas as vezes que ele dizia que me amava.

O ver andando de um lado para o outro no nosso quarto, enquanto pensava o que seríamos de nós, de Gabriel e Samuel, de todos nós, me deixava mal, eu não tinha medo da luta.
Não quando sabia que isso poderia salvar a vida dele, mas a idéia dele ter que lutar também acabava comigo.

Eu não podia perder o homem que amava, não quando à dois dias atrás comprei uma aliança para representar tudo que éramos um para o outro.
Para sermos um do outro independente do preconceito ou pensamento alheio. Não quando eu finalmente iria propor que ele fosse Castiel Novak-Winchester.

Ele afundou na cama e me olhou nos olhos, seus grandes olhos azuis estavam ansiosos e cheios de lágrimas.

- você acha que nós teremos que lutar?
- Cas, amor, eu acho quase impossível que não sejamos recrutados, mas também não podemos sofrer por antecipação, ainda somos nós e isso é o melhor de tudo, certo?
- Certo.
- Nós seremos nós aqui, na guerra, na alegria e na tristeza,  para estar ao seu lado em qualquer situação.
- Eu quero que um dia possamos realmente recitar nossos votos.

War of hearts.Onde histórias criam vida. Descubra agora