O elevador abre rapidamente, vejo um homem parado no fundo da cabine, com a cabeça baixa, entro feito um furacão, estou espumando de raiva, seleciono o térreo, e olho para frente, mas não vejo nada, minha visão está vermelha de raiva.
Aquele filho da puta vai me pagar!! – Penso furiosa.
Um tranco no elevador, as luzes se apagam, e em seguida uma luz de emergência acende.
- O que foi isso?! – Pergunto assustada.
- Provavelmente acabou a energia elétrica. – Ouço uma voz grossa e aveludada, olho para o meu lado e lá está um belo exemplar da raça masculina, isso sim é um homem e não o traste do Renato, mas não estou com esse pique todo, estou odiando a raça masculina.
Meu coração acelera, não sou dada a medos, mas ficar num elevador parado no meio do caminho não me parece algo muito acolhedor.
- Talvez devêssemos ligar para o bombeiro?! – Falo angustiada, pegando meu celular e vendo que o maldito está sem sinal.
- Eles devem estar ligando o gerador, tenha calma!! – Olho para o homem e o vejo olhando indiscretamente para o meu decote.
Suspiro com força.
Mais alguns minutos e nada do elevador voltar, olho novamente para o homem, e lá está ele olhando novamente para o meu decote.
Que filha da puta tarado dos infernos!!! - Penso com raiva.
- O senhor tem algum problema, ou é tarado mesmo?! – Falo emputecida, estou de péssimo humor.
Ele sorri, o filha da puta tem um sorriso maravilhoso, aliás, ele é maravilhoso, mas acho que irei me tornar lésbica, estou de saco cheio dos homens.
- Não contei nenhuma piada, e se você não parar de olhar para o meu decote e vou sentar a mão na sua cara!!! – Falo fora de mim, acho que estou com o diabo no corpo.
- Desculpe, mas é que a senhora esqueceu-se de fechar o seu vestido!! – Ele sinaliza com a cabeça, e vejo meu vestido escancarado, mostrando o espartilho, os peitos saltando na meia taça, um verdadeiro vexame.
Desespero-me tentando arrumar o vestido, mas o problema é que não o prendi por dentro, então terei que abri-lo inteiro para arrumá-lo.
Oh, merda de vida!!
- Feche os seus olhos, eu preciso arrumar meu vestido. – Falo nervosa, segurando o decote que está escancarado.
Seu sorriso que era apenas um sorriso de lado, agora está escancarado.
- Eu já vi tudo, mas se você prefere assim... – Ele vira seu rosto de lado, e em seguida vira de costas para mim.
Fecho meu olhos e respiro fundo, e arrumo o maldito vestido, odiando-o, e o espartilho, e todo o resto que me cerca.
- Pronto, posso me virar?! – Ele pergunta com uma ponta de cinismo na voz.
- Pode!! – Falo com uma carranca maior que elevador.
Ele vira em minha direção, olha por cima dos cílios, e lá está aquele sorriso de cafajeste no rosto.
Ai que ódio!!!
Um novo solavanco no elevador, e ele volta a descer.
Eu suspiro aliviada.
Que vergonha, meu Deus, não vejo a hora de sair desse elevador.
Olho de relance para homem, ele mexe em seu celular, parece ler uma mensagem. Aproveito que ele está entretido, e resolvo olhá-lo com mais cuidado, ele é alto, cabelos castanhos, não muito escuros, cortados perfeitamente, e estão levemente molhados. Seu rosto é másculo, bem feito, sua barba começa a crescer, dando um ar meio selvagem a ele. Os lábios são finos, mas bonitos, e o nariz combina perfeitamente com o rosto.
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