Eight

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                     MinHee

" - Prendam-na ali no mastro e rasguem suas vestes deixando o tronco nu, quero que essa punição ocorra mais fácil. - Meu pai disse enquanto os guardas me arrastavam até o mastro de punições.

Nunca havia sido santa, sempre aprontei, fiz coisas que não devia enquanto estava me preparando no exército, meu pai assim como eu, hoje ajudava no treinamento dos novos cadetes e eu fiz uma das piores coisas que se poderia fazer ali... Enfrentar meu pai...

- Filha me perdoe, isso é para o seu próprio bem, evite gritar e chorar, vai ser melhor. - Meu pai sussurrou perto do meu ouvido e logo se afastou.

Eu pude sentir naquele momento meu pai criando seu próprio chicote com seu cerne, e logo depois senti a dor nas minhas costas.

Já tinham se passado mais de 20 chicotadas e eu não havia gritado ou chorado em momento algum, não sentia vergonha de estar praticamente nua na frente de todos, eu já não sentia mais a dor que emanava das minhas costas, eu... Apenas olhava para o além de forma vazia... Até encontrar o olhar de JungKook, eu sabia que ele iria até minha residência — local onde apenas os nobres reais podem morar enquanto estão no exército, não há muito conforto mas é o suficiente — me ajudar com os machucados depois.

Quando atingiu o número de 50 chicotadas meu pai parou e mandou me soltarem e logo JungKook veio ao meu encontro me ajudar, ele cobriu- me com um manto e me levou para minha residência.

Quando chegamos em minha residência eu estava quase desmaiando, então JungKook aproveitou isso para me por de bruços e começar a cuidar das marcas do chicote, sabia que estavam profundas e que mesmo com meu poder eu não conseguiria me curar a não ser se eu fizesse uso de curativos e coisas do tipo.

Eu mal percebi quando JungKook terminou os curativos, só percebi que ele não estava mais comigo quando eu vi meu pai parado na porta da sala/quarto — nas residências não há cômodos separados, então o quarto é a sala e tudo mais, o único cômodo separado é o banheiro para oferecer privacidade. E as residências costumam abrigar apenas uma pessoa, no máximo duas — me olhando com os olhos marejados.

Por mais que meu pai sempre tenha que aplicar essas punições em mim, eu não o odeio, sei que ele faz isso para me proteger, ele não pode me tratar de forma diferente só por ser filha dele, todos tem que ter tudo de forma igual, o que muda é o local onde dormimos, tirando isso, é tudo igual.

Meu pai estava ajoelhado ao meu lado chorando enquanto me pedia perdão, eu apenas sorria de forma fraca por estar quase desmaiando de dor, meu pai continuava ali mesmo depois de eu ter desmaiado, e continuou ali por bastante tempo e logo saiu me deixando aos cuidados de JungKook.

Desde essa época eu já sabia do meu destino de me casar com Jimin e eu fiz de tudo para aproveitar meus últimos momentos com JungKook, mas a maioria se resumia em ele cuidando de mim ou vise-versa.

Nós tentamos fazer algo a mais, mas nunca conseguíamos, não sabíamos o porquê mas não conseguíamos seguir em frente com o que tentávamos, nunca passava de carícias e uns amassos.

Eu nunca havia sentido tanta dor igual senti nesse dia, minhas costas pareceriam que tinham sido dilaceradas. Eu mal conseguia me mover de tanta dor, e nesse dia eu gritei, gritei com todo o meu fôlego presente em meus pulmões quando eu vi como eu provavelmente iria ficar depois daquilo, eu já tinha outras cicatrizes mas nada se compara a essas que eu havia conseguido naquele dia.

Me olhei no espelho depois de ter gritado e vejo o que realmente sou, a verdadeira forma do meu cerne."

Acordo sem fôlego e suando, eu sabia que não havia gritado, mas eu continuava desesperada, essas lembranças por mais que não tivessem sido ao todo ruins, eu não gostava delas.

Sinto o ar ficar mais gelado que o normal e olho para o meu corpo, minhas mãos começavam a tomar a forma de gelo maciço, eu sabia que eu tinha que liberar toda essa magia presa, acumulada por 1 mês, mas não sabia que teria que ser logo agora.

Me levanto rapidamente colocando apenas minhas botas, saio do meu quarto ignorando o fato de não me lembrar de como fui parar lá, e o fato de que sinto-me observada.

Eu andava apressada pelo castelo até chegar na baia dos cavalos, caminho rapidamente até meu cavalo negro e o preparo rapidamente, logo monto no mesmo e ponho-me a correr em direção a floresta presente atrás do palácio.

Eu sabia que estava sendo seguida, mas decidi ignorar o fato. Quando estava bem longe do castelo, coloco uma proteção de gelo maciço em volta dele para impedir que os outros invadam aquele local.

Depois de um tempo eu paro na clareia presente na floresta e amarro o cavalo na árvore, me concentro e logo sinto o gelo fazer parte de mim. Uma pequena explosão de gelo se forma depois da minha transformação.

Aproveito o fato de ainda estar com meu poder no auge e invoco os outros, que não são mais do que esqueletos de pessoas mortas.

Quando vejo os outros se aproximarem deixo minha espada se formar na minha mão e passo a lutar com cada esqueleto, vez ou outra sendo atingida.

Saio do meio dos outros e transformo minha espada em um arco, concentro meu poder para fazer 3 flechas com finalidades diferentes, explosão de gelo, paralisia e explosão de flechas.

Eu lutava cada vez mais com os esqueletos, liberando parte da minha magia acumulada, usando minha magia para formar minhas armas, eu havia me tornado algo bem temível aos olhos das outras pessoas, as orelhas ainda mais pontudas, os caninos bem mais alongados, meu cabelos brancos como neve, não no seu tom normal que é um cinza azulado bem claro quase branco, meu corpo agora era gelo puro, meus olhos estavam mais azuis que o normal, minhas unhas viraram garras de gelo bem afiadas por sinal, capaz de esvivecerar um homem com apenas um golpe, a coroa agora presente em minha cabeça se tornou gelo, as pequenas pontas de gelo se misturavam com os fios do meu cabelo mas mesmo assim não deixava de aparentar ser uma coroa.

Quando eu vejo o sol praticamente nascendo eu uso meu poder para retirar a vida dos esqueletos os levando para os seus devidos lugares.

Saio daquela forma assustadora e olho ao redor para ver se eu encontro alguma coisa que indique o que aconteceu com a pessoa que estava me seguindo.

Sinto um cheiro meio familiar e decido segui-lo até chegar em uma árvore alta que estava sendo protegida por magia, o que impediu que a pessoa que me seguiu ser morta, mas aquele feitiço não era meu.

Quando cheguei bem perto da árvore o feitiço já havia sido desfeito, olho para cima e vejo um Jimin com os olhos arregalados em pé em um dos galhos da árvore, ele me olhava de forma aterrorizada, possivelmente por causa da minha forma de lutar e por causa da  minha transformação.

Continuo o encarando e ele decide fazer o mesmo, mas eu mantinha um olhar preocupado, mas ele... Ele mantinha o olhar aterrorizado.

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