Blind ¥{KTH + JHS}¥ (EM REVISÃO)

Number Ten

Eu já havia faltado mais uma fez na aula, eu não ouvia mais aquele falatório que eu tanto gostava, eu não estava mais provando todos os peperos que o Jimin comprava, eu não estava sentindo mais o ar puro que vinha na cerejeira, mesmo odiando ir lá. Eu adorava todas as poucas e boas coisas que a escola me proporcionava, mas eu tinha que sair dela, péssimos tempos.

Eu ainda queria ver Hope, ele nunca me decepciona, mas eu não pude mais o vê-lo, eu sinto a falta do seu sarcasmo e da sua irônica e também da sua calma, da sua atenção comigo. Eu sentia falta dele, assim como sentia falta de Jimin, do Jungkook - o apelidei de Internacional Playboy quando ele veio dormir aqui -, do Wonwoo, do Hoseok, até da Seulgi eu sentia, eu precisava dos meus amigos de volta, porém a vida sempre quer me derrubar.

Eu estava em casa terminando de ler o livro que Jungkook me deu enquanto minhas malas estavam arrumadas por minha mãe me ajudar, daqui a alguns dias eu já iria para a minha nova cidade, morar com a minha avó e falar sobre morangos com ela, melhor do que viver em uma casa agitada. Eu estava bem concentrado naquele livro até eu ouvir um bater na porta e permito a entrada e quem era, eu não pude reconhecer o cheiro, nem a sensação, o que me assustou um pouco.

- Sentiu falta de mim?

Aquela voz soou tão familiar pra mim que sorri largo e novo, meu Hope havia voltado para me ver, eu estava pulando de alegria.

- Hope, você veio até aqui!

Eu fala ainda incrédulo, abro os braços para receber um abraço e assim foi feito, resultando em nós dois agarrados e deitados na cama, rindo que nem uns loucos.

- Bebê, eu não quero aceitar que você vai embora daqui um tempo, como que eu vou ser sua esperança se você não está por perto? - Ele perguntou e logo senti carícias em minha cabeça, ele estava me tratando mesmo como um bebê, e eu gostava disso, adorava na verdade.

- Hope, você sempre vai ser minha esperança, eu prometo te encontrar quando for mais velho, seu bobão! - Dei língua para ele e sinto seus lábios em minha bochecha, o que me fez corar. Ele me dava sensações que nem Jimin seu em todos esses anos de amizade conseguia me fazer sentir.

- Eu espero, e se você não me encontrar, quando eu morrer, eu vou puxar teu pé enquanto estiver dormindo. - Hope disse e apertou minha bochecha, logo ele me levantou e começou a acariciar meu rosto. - Tae Tae, você sabe que eu gosto de você, não sabe?

- Bom, já que você disse, eu sei sim, por que? - Perguntei animado, podia sentir meus olhos brilhando.

- Que bom, eu só queria confirmar mesmo... - Ouvi ele rir como se acabasse de me prender em uma brincadeira, e um pouco irritadiço, bati nele, não sabia onde, mas sabia que acertou nele por causa da sua exclamação de dor imediata.

- Seu bobo! Achei que era algo importante! - Dei língua para ele mais uma vez, eu adorava brincar com ele, mesmo que fosse a nossa primeira vez nisso.

- E é, não quero ficar numa amizade infiel, mesmo que isso seja impossível com você, meu bebê.... - Ele disse de uma forma rouca e me arrepiei um pouco, ele deve ter percebido pois o ouvir rir baixo.

- Obrigado? Eu devo encarar isso como um elogio? - Perguntei confuso. Senti meu nariz ser apertado e dou língua para ele na terceira vez do dia, parecíamos crianças.

- Se me der língua de novo, eu irei morder! - Ele ameaçou e eu cruzei os braços irritado, logo mexo minha cabeça lentamente e dou língua rapidamente. - Como você ousa, Kim Taehyung?

Senti meu corpo ser agarrado novamente e o impacto fez com que eu caísse na cama, logo meu rosto é apertado, apenas ri que nem um bobo com aquilo, eu iria sentir falta dele.

- Vamos, abra a boca, Tae... - Hope tentou ser sério, mas ele tinha um tom risonho na sua voz, o que me fez rir.

- Nunca! - Gritei e senti seus dedos de impedirem minha boca fechar, apenas mordi eles com força, ele grunhiu de dor e os retirou de lá, o que me fez dar um sorriso vitorioso. - Eu venci!

- Eu deixei você vencer, querido, e também, não queria abusar de você... - Hope riu rouco e me estremeci com isso, acho que ele percebeu, pois ouvi sua risada nasalada, o que me fez ficar envergonhado ainda mais. Ele mexia comigo, tanto fisicamente quanto emocionalmente e psicologicamente. - Eu apenas vim conversar com você, sabe? Eu não vou poder te ver frequentemente, e também não vou poder se despedir de você quando for embora, pois eu tenho uns assuntos pra resolver antes...

- Então, essa é uma despedida? - Perguntei triste. Eu não queria ir embora, muito menos deixar meus amigos irem, mas era para me sentir bem, para minha vida melhorar, poderia ser egoísta da minha parte mas era aquilo ou não era mais anos e anos sendo humilhado de novo. -Hope, eu vou sentir sua falta...

- Eu também vou, meu bebê, mas lembre-se, eu sou sua esperança! - Hope disse e logo senti seus braços rodearem minha cintura e meu corpo ser puxado ao seu, o que fez meus braços rodearem pelo o pescoço dele. - Eu mal te conheço, porém, eu te adoro o suficiente pra sermos melhores amigos.

- Se eu também te disser que é a mesma coisa comigo, você acredita? - Falei baixo e senti seu perfume, era cheiro de menta, agora, se tornou um dos meus favoritos, perfume de menta.

- Sim... - Ouvi uma risada nasalada vindo dele e logo senti seu selar em minha testa. - Eu tenho que ir agora, Taehyung. Eu gostaria muito de ficar com você e fazer coisas bobas, ver o sorriso nesse rosto lindo e encantador que você tem, mas eu realmente tenho que ir... - Sinto suas mãos me soltarem e fiz bico de uma forma manhosa. Senti um puxão nele e choraminguei, eu parecia um bebê daquele jeito. - Ah, eu tenho que ir Taehyung, não faça isso...

- Tudo bem... - Ri fraco e comecei a tocar em seu corpo até achar seu rosto, como ele era alguns centímetros maior que eu, me inclinei e beijei sua bochecha, me sentindo envergonhado pela atitude em seguida. - Tchau Hope, sentirei saudades...

- Tchau Tae... - Senti meu rosto ser reerguido e senti algo úmido em meus lábios, logo que me toquei, Hope estava bem beijando.

Hope estava me beijando.

Ele estava me beijando.

Ouvi sua risada baixa e logo o som da porta bater, sorri todo bobo e fui até a cama, logo me jogando nela - sem antes procurá-la, claro -, era um dia tão bom, eu nunca iria esquecer dele, ele agora estava gravado na minha memória.

Meu primeiro beijo.

Ouvi meu celular tocar no criado-mudo, apenas me inclinei e o procurei com a mão até achar, procuro o botão certo com aquelas marquinhas em braile e atendi, logo o colocando no ouvido.

- Alô? 

- Oi Taehyung, aqui é o Jimin, você não vai acreditar no que eu e o meninos descobrimos do Mingyu!

- Calma, calma, o que aconteceu? O que vocês descobriram?

- Ok, espera, deixa eu respirar, é muita coisa pra assimilar... - Ouvi a hiperventilação de Jimin entre o celular e bufei.

- Fala logo! - Exigi, impaciente.

- Ok... - Ele suspirou e logo começou. - Nós descobrimos que Mingyu leva garotos na sua casa e transa com eles sem compromisso, apenas por diversão!