I - IT'S ALL INTERCONNECTED

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Dois meses depois
Tudo está conectado, está tudo acontecendo da maneira em que sonhei, isso vai ser muito ruim, muito mesmo. Será que o Lucas vai morrer como morreu nos meus sonhos? Juro que não sei.
Estou com muito medo, mas eu não vou falar isso para os outros, não posso, não quero, pois isso pode influenciar muito as ações desse mal que está nos afetando cada vez mais nesses últimos meses. -Maia

Maia estava pensando sobre isso em seu apartamento e, como de costume, estava atrasado. Ia em direção a um café próximo de onde estava, quando chega na mesa onde vozes amigáveis e queridas podiam ser ouvidas:
-Olha o atrasado! -Grita Marya, feliz.
-Finalmente, né? Tá nos achando com cara de trouxa? -Pergunta Adrielli com sua ironia altamente notável.
Eu estava tomando banho, apenas me atrasei. -Diz Maia, tentando se justificar mentindo.
-Só tomando banho? Hehe -Diz João, insinuando coisas.
-Cala a boca! Hahahaha -Diz Adrielli, aos risos.
Ele se senta e pede um cappuccino com muito chantilly, se distrai completamente e começa a pensar na menina que morreu na piscina no Parque Aquático.
-Que saudades que eu estou da Lara, se ela tivesse prestado atenção naquela maldito aviso ela ainda estaria aqui. -Diz Maia
-Todos aqui sentimos falta dela, mas vamos tentar não falar sobre isso? A Marya não gosta. -Diz Adrielli, sussurrando para ele.
Tentando mudar de assunto, Adrielli grita:
-MAIAAAA! JÁ NÃO ESTÁ COM SAUDADES DA MARYA??
Ela consegue deixar ambos vermelhos, mas eles simplesmente fingem que não escutaram. Maia lança uma ideia, já sabendo que não ia dar certo.
-Pessoal, sabe a cabana dos meus sonhos? Eu sei exatamente onde ela fica, o que acham de irmos até lá? Óbvio que nada de ruim vai acontecer, foram apenas sonhos, nada de mais, juro.
Maia queria provar para si mesmo que nada daquilo havia acontecido de verdade, para estes acontecimentos finalmente pararem de atormentá-lo a noite.
-NEM FUDENDO! -Grita Marya.
-TEU RABO, MAIA! -Grita Adrielli.
-Eu não preciso nem falar nada, né seu demente? -Diz João.
-HAHAHA EU ESTAVA SÓ BRINCANDO! VOCÊS SÃO MUITO TROUXAS, MEU DEUS!
-Mente Maia, para tentar disfarçar a ideia horrivelmente ruim.
Óbvio que ele não ia deixar assim, ele pensava todos os dias no seu plano: Ele iria na cabana, ficar por duas horas no máximo, gravar tudo com o celular e voltar, para provar para seu grupo que não há nada lá. Mas, caso haja, eles vão passar um tempo lá até descobrirem o que é.
No próximo dia, ele pega seu celular, os fones de ouvido, um carregador portátil e sua coragem limitada e vai em direção a cabana, dirigindo em seu carro.
Quando mais se aproximava, a sensação era pior, era horrível. Ele sentia como se estivesse ligado aquele lugar, já tinha a sensação de que coisas horríveis iriam acontecer ali.
Ligou seu celular, tirou algumas fotos e começou a gravar, se aproximando lentamente da cabana.
Estacionou e sentou em um banco, para tomar coragem antes de entrar na cabana. Pegou seu celular e resolveu dar uma olhada nas fotos que tirou e, quando prestou atenção, viu aquilo na janela, uma figura vermelha, horrível, observando apenas com metade da cabeça para fora da janela.
Sonho ou não, estava bem real. Ele não precisava mais entrar na cabana, já tinha a prova para mostrar para seus amigos. Entrou no carro, colocou a chave e deu ignição, só faltou ele funcionar, sim, ele havia estragado "magicamente". Ele falou para si mesmo "eu não fico aqui uma noite com aquela figura vermelha, Deus me livre"
Abriu o capô mas simplesmente não entendia nada, quem arrumava seu carro sempre que estragava era João, mas por R$ 70,00 por que nada é de graça.
Mexeu, mexeu... e agora nem o barulho da ignição dava. Estava completamente sem sinal em seu celular, não havia como se comunicar com ninguém. Já era 20:00, estava escuro e só havia um poste de luz de uma trilha que havia perto dali... porém ele pensou: "não vou dormir na mata né?".
Entrou no carro, se trancou ali dentro, pegou umas mantas e fez uma cama improvisada no banco de trás. Quando acordou, ele não acreditou no que viu: estava dentro da cabana, escura, sombria e a figura estava observando ele calmamente, embaixo da pia.
Essa figura voou em cima dele e arrancou suas entranhas lentamente, enquanto ele sentia a máxima dor que poderia em toda sua vida.
Tudo era apenas um sonho, ele acordou rapidamente, ofegante, nervoso. Precisava sair o mais rápido possível daquele local, aquilo poderia ter sido um sonho ou até mesmo um aviso para manter distância. Porém, parou um momento para refletir.

Dois meses atrás - Parque Aquático

-Maia!! A água da piscina de ondas está muito fria, vou esperar uns 10 minutos para entrar. Enfim, queria dizer que caso tu se sinta culpado por ter sonhado que eu havia morrido, saiba que está tudo bem, não te culpo por nada. Tu é um amigo maravilhoso, faz eu me sentir única e especial, eu te amo mais do que nunca amei ninguém, tu e meus outros amigos são maravilhosos. -Disse Lara.
-Também te considero muito mesmo, Lara. Tu é uma das minhas melhores amigas. Agora vai aproveitar a piscina de ondas, menina! A gente tem pouco tempo aqui, temos que curtir o máximo possível pra depois voltarmos pra nossa vida chata de sempre! Hahahaha -Disse Maia, rindo.
50 minutos depois
"Parece que uma menina se assustou com uma aranha na piscina de ondas (...) ela morreu"
"OH"
"MEU"
"DEUS"
Atualmente...
Maia se lembrou desses momentos e não conseguia parar de pensar que ele era o principal culpado da morte de sua amiga.
"Eu vou entrar, eu vou arriscar tudo por ela, seu bicho desgraçado, tu é o principal culpado disso e, se eu morrer, tu vai pra vala junto."
Chutou a porta da cabana, ligou a gravação de vídeo do celular com o flash (para também poder usar como lanterna) e foi jogado com uma força tão forte na parede, que perdeu a noção instantaneamente.

A FLORESTA ESCURA 2Onde histórias criam vida. Descubra agora