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N/A: então, gente, eu escrevi essa oneshot e eu coloquei tanto de mim nela, que significaria o mundo se vocês lessem e comentassem! espero que gostem tanto quanto eu gostei de escrevê-la. se divirtam, é uma jornada longa :) xx

Lucky Ones - Lana Del Rey

Louis vivia apressado. Ele esperava que, no auge de seus vinte e cinco anos, teria uma vida mais calma e tranquila, sem toda a pressão do Ensino Médio, uma época que tanto o havia estressado. Porém, aquela era apenas mais uma expectativa que havia sido desconstruída durante o tempo.

O despertador tocava com seu som estridente de sempre, fazendo com que Louis tentasse desligá-lo, falhando miseravelmente ao derrubar seu celular no chão. Isso, pelo menos, fez com que ele levantasse da cama, apressado e assustado, para ver se havia quebrado a tela. Felizmente, isso não havia acontecido.

Ele colocou suas pantufas bege super confortáveis e quentinhas, encaminhando-se, quase se arrastando, na verdade, para o banheiro. O dia estava frio demais, fazendo com que Louis se lembrasse como ele odiava invernos em Nova York. Enquanto fazia a barba, Louis já fazia algumas ligações para seus colegas de trabalho para acertar os planejamentos do dia. Sempre tinha coisa demais para fazer em apenas 24 horas.

-Sim, sim. -ele disse, tentando não se machucar com a lâmina de barbear. -Não esqueça de organizar minha papelada e minha sala para a reunião que terei às 8 horas. Sim, exatamente 8 horas. Obrigado, Liam.

Após desligar e começar a escovar os dentes, deixando o sabor mentolado permanecer em seu hálito, recebeu mais uma ligação de seu trabalho.Ótimo, outro momento oportuno para atender uma ligação.

-Bom dia. -Louis falou com a boca cheia de pasta de dente, provavelmente, soando como um idiota. -Sim, está tudo certo, Niall. Eu estou apenas escovando os dentes. Meu terno bege não ficou pronto na lavanderia? Droga. Então, separe aquele meu terno azul claro, tanto faz. Sim, sim. Aquele da Gucci. Não se atrase. Obrigado.

Louis, por mais que reclamasse de sua profissão, por nunca ter tempo para se divertir ou fazer qualquer coisa interessante, sentia um orgulho extremo de ter atingido tudo que havia conseguido em tão pouco tempo de vida. Com apenas vinte e cinco anos, Louis já ocupava o cargo de chefia de uma das maiores agências de jornalismo dos Estados Unidos, uma das mais respeitadas. Ele, desde criança, havia sonhado com isso e nunca acreditou que aquilo poderia, realmente, tornar-se realidade.

Claro que isso não foi sorte. Louis não acreditava nem um pouco no que as pessoas chamavam de sorte. Ele acreditava em trabalho duro e esforçar-se ao máximo para conquistar seus objetivos. Ele sempre pensou assim, colocando esse pensamento em prática. Sua teoria, pela sua experiência própria, deveria fazer o mínimo de sentido.

Louis odiava quando as pessoas o chamavam de talentoso. "Nossa, o Louis realmente nasceu com o dom para escrever. Não é a toa que ele é o redator chefe da revista People." Quando Tomlinson ouvia esse tipo de comentário, ele sentia a vontade de revirar os olhos, até que eles caíssem de seu rosto ou algo do tipo.

Ele sempre respondia essas pessoas com seu clássico sorriso simpático e agradável no rosto, que havia praticado desde a infância, mas Louis odiava ser chamado de talentoso. Em sua concepção, não existia algo como "talento". Isso era uma romantização que as pessoas criavam em suas cabeças. Ele não era uma criança talentosa; ele se esforçava pra caralho. Apenas Louis sabia tudo que havia deixado de lá para atingir todos os seus sonhos.

Louis sempre foi bem introspectivo e organizado. Desde criança, era o melhor aluno do colégio, justamente por ser o mais estudioso e o mais competitivo. Ele nunca se contentou com segundos lugares, segundas oportunidades. Para ele, tudo tinha que ser primeiro. Até mesmo, quando tinha apenas cinco anos e sua única ocupação era desenhar casas e árvores. Louis era o melhor desenhista de árvores e casas que ele havia conhecido. Talvez, tenha sido por isso que todas as crianças que ele tentava se aproximar não queriam ser as suas amigas. Isso até poderia representar um obstáculo na vida de Louis, mas ele usou essa ferida para se aperfeiçoar em outra área. Como ele era tímido e inseguro demais para desabafar sobre seus sofrimentos para as pessoas, Louis escrevia. Escrevia, escrevia, escrevia. Sobre tudo, todos, onde estivesse.

Lucky OnesWhere stories live. Discover now