Evangeline

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  Vendo que Harry já estava fora de sua vista, Louis tira a mão escondida das costas e revela uma pérola que havia pego da casa de Mama Odie. Ele olha para o lado a procura de algo que faça aquilo se transformar em um anel e coincidentemente um pedaço de aço estava jogado no chão. Ele passa a tarde toda criando o objeto, a noite chega cedo, Louis estava frustrado com seus sentimentos e com medo de sua decisão.

- Ah, Evangeline. Por que eu não consigo olhar nos olhos de Harry e dizer: "Farei qualquer coisa para realizar seu sonho por que ..." - Louis conversava com estrela em busca de ajuda, enquanto Ray estava escondido ouvindo tudo. - "Por que eu te amo?" - Continuou.

- Calma aí, cara. Você está de olho na minha garota? - Ray chega com raiva, achando que as palavras ditas pelo príncipe era para Evangeline. - Se prepara pra brigar.

- Não Ray! Não estou apaixonado pela Evangeline. - Louis responde rápido, explicando. - Estou apaixonado pelo Harry! - Solta sem perceber.

- Eu sabia, eu sabia! Vem cá. - Responde Ray mudando totalmente o humor e abraçando Louis.

- Não posso me casar com a Chloe Blake. - Respondeu com firmeza.

- Serão tão felizes juntos. - Ray pulava animado.

- Darei outro jeito de dar o restaurante a Harry. - Respondeu lembrando da proposta.

- Vocês vão ter lindos girininhos. - Ray estava realmente feliz, Louis o olhar estranho.

- Vou arrumar um emprego. Talvez dois. Talvez três. - Continua Louis.

- Preciso contar para ele. - Diz Ray saindo para contá-lo.

- Não. Não. Eu quero contar a ele. Sozinho. - Respondeu puxando Ray de volta.

- Certo. Safadinho. - Responde Ray saindo enquanto piscava.

No topo do barco, Louis havia preparado uma pequena mesa com as frutas que ele mesmo havia picado de tarde.

- Aonde está me levando? - Pergunta Harry com os olhos tampados.

- Eu queria te amostrar uma coisinha. - Responde Louis ajudando Harry a se locomover. - Para comemorar nossa última noite como sapos.

Louis tira a mão dos olhos de Harry, o cacheado vê uma mesa improvisada, uma garrafa de vinho com uma flor dentro e xícaras como cadeiras. Harry acha tudo muito romântico, ele sorri com os olhos cheios d'água e fica encantado com todos os pequenos detalhes que Louis colocou.

- Ninguém nunca fez isso pra mim antes. - Responde ainda hipnotizado.

Harry olha para Louis, o mesmo estava com uma borboleta presa em seu pescoço e fez jus a " gravata borboleta". Harry ri disfarçadamente.

- Exagerei um pouco, não é? - Pergunta Louis sem graça. - Obrigado, Jo . - Diz o príncipe espantando a borboleta.

- Eu achei que estava romântico. - Responde a borboleta com falsa indignação.

- Finja que não viu isso. - Responde Louis puxando o pela mão delicadamente enquanto o cacheado ainda ria. - Por favor, sente-se.

- O que é isso? - Harry pergunta apontando a bandeja de frutas cortas enquanto Louis puxava a cadeira para o mesmo sentar. - Você que cortou?

- Eu mesmo! - Responde animado. - Você teve uma grande influência sobre mim, isso é incrível pois eu namorei milhares de mulheres e...

Harry fecha a cara fazendo Louis se tocar.

- Não, umas duas ou três outras mulheres. Enfim, ouça. - Continua Louis tentando se consertar. - Vou recomeçar.

Nisso ele se apoia na mesa improvisada fazendo ela cair com tudo, inclusive com ele. Harry vê uma coisa brilhando no canto da cadeira e tenta ver o que é.

- Harry! - Grita Louis pulando em cima do anel para esconde-lo. - Desculpe, falei alto.

- Sou um desastre. - Comenta Louis frustrado com as frutas grudas em seu corpo, Harry só sabia rir.

- Não. É lindinho. -Responde Harry tentando fazer ele relaxar já que suas mão tremiam tanto, o cacheado podia apostar que ele teria um ataque cardíaco a qualquer momento.

- Harry, eu... - Louis se ajoelha e começa a puxar o anel.

Harry olha para o lado e se levanta rápido.

- Olhe lá! - Diz o cacheado indo para a borda do barco e se sentando.

Louis frustrado guarda o anel novamente e se junta a Harry.

- Seu restaurante? - Pergunta vendo os olhos do cacheado brilhar ao passar perto daquele imóvel antigo.

- Sim! Não consegue imaginá-lo? Todo iluminado como no fim de ano. - Responde Harry sonhando alto.

- Sim. E o jazz bombando. - Diz Louis viajando junto a Harry.

- Tem que ser elegante. - Diz Harry.

- E descontraído. Tem que ter música! - Continua Louis, passando o braço envolta do ombro do Harry enquanto ele concordava.

- Conhece alguém que toca ukelele? - Pergunta Harry.

- Eu! Posso tocar lá? - Diz Louis animado e seus olhos ganham o mesmo brilho que os de Harry.

- Vou falar com o proprietário. - Responde Harry se virando e pedindo "permissão" a si mesmo. - Ele disse que sim.

- Isso! Ainda bem que ele deixou né. - Responde Louis brincalhão

- Pessoas de todas as classes sociais vão experimentar a nossa comida. - Diz Harry encostando no peito de Louis, o cacheado sonhava acordado.

- Nossa comida? - Louis pergunta sorrindo e puxando o anel novamente.

- Ah não. Meu pai. - Explica Harry carinhosamente. - Sempre quisemos abrir esse restaurante. Ele morreu antes que acontecesse.

Harry pega na mão de Louis e olha no fundo dos seus olhos.

- Mas amanhã, com sua ajuda, nosso sonho vai finalmente se realizar. - Diz Harry grato.

- Amanhã? - O sorriso de Louis diminui.

- Se eu não entregar o dinheiro amanhã de manhã, perderei o imóvel para sempre. - Responde Harry ficando cabisbaixo.

- Harry, eu amo... - Louis começa mas ao olhar no fundo dos seus olhos, ele desiste, guardando o anel. - Como fica entusiasmado quando fala do seu sonho. - Continua.

Harry sorri agradecido e escuta cada palavra com toda atenção possível.

- Um sonho que... É tão lindo. - Diz Louis frustrado, segurando as mãos de Harry. - Prometo que farei o possível para que se torne realidade.

- Porto de Nova Orleans, à frente! - Grita o capitão do barco atraindo o olhar dos dois.

- Vou procurar os garotos. - Louis responde triste se levantando.

Agora Harry estava sozinho, parou por um segundo naquela noite de pensar em si mesmo em seu futuro e pensou se tudo fosse diferente, se Louis fizesse parte dele. O cacheado parou, refletindo sobre seus sentimentos e chegou a conclusão de que jamais seria recíproco. Obvio, Louis iria se casar com sua melhor amiga, então ele teria que guardar tudo o que ele sente, para ver a felicidade da amiga e ver seu sonho, que ele já não sabe mais se é seu principal sonho, se realizar.

- Evangeline, eu sempre tive certeza do que eu queria, mas agora... - Diz Harry docemente tampando o rosto com as mãos. - O que eu faço? Por favor, me ajude.

A estrela brilhava sobre toda a Nova Orleães, o cacheado continuava a sentado e pensava no que fazer naquele momento delicado. Louis foi para parte de baixo do barco atrás dos meninos, mas antes de achá-los sente alguém tapar a sua boca e puxá-lo para trás. Era uma das sombras que conseguiu escapar, ao ver o príncipe sozinho o captura novamente, levando ele para o centro da cidade, sem que ninguém perceba.

O príncipe e o sapo - l.s Onde histórias criam vida. Descubra agora