Parte III - o Fantasma

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Já fazem muitas luas desde que meu corpo descansou no calabouço tenebroso deste prédio  e eu nunca mais vi a luz.

Há na verdade poesia nessas palavras, pois do mesmo modo que essas paredes me tiraram a vida, elas me deram uma nova vida. Um paradoxo fantasmagórico.

Já era noite quando eu a vi pela primeira vez, Elisa era o nome dela. Seu corpo era de carne e osso, havia vida em seus olhos, e eu me apaixonei por sua voz.

Quando ela cantou pela primeira vez eu senti meu corpo todo pulsar novamente, ela era minha rainha fantasma, eu achava o seu nome para mim.

Era uma agonia sem fim, vê-la, ouvi-la, mas nunca toca-la. Era uma agonia fantasma, e eu vivi com esse sentimento por dias e dias a fio.

Até que eu tive uma ideia brilhante! Elisa seria minha pela eternidade!

Durante suas noites de sono eu aparecida em seus sonhos, chamando-a pelo nome, cantando para ela, dentro de sua mente. Eu a fazia suar frio todas as noites, seu medo era meu alimento.

"Cante para mim querida"

Eu estava lá. em todos os lugares, eu era o calafrio da noite fria, os passos do corredor, o vento frio em todos os lugares, eu era o seu fantasma da ópera.

Eu fantasiava em tê-la como minha esposa, fazia um labirinto em sua mente, eu estava lá o tempo todo.

The Ghost OperaOnde histórias criam vida. Descubra agora