Pov Louis.
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Uma semana depois e eu já me sentia completamente bem novamente. A gripe tinha finalmente ido embora e eu já havia voltado a escola para dar minhas aulas. Meus alunos me receberam eufóricos e aquilo fez com que eu me sentisse muito amado. Eu ainda estava tomando o antibiótico e, infelizmente, teria que continuar por mais duas semanas, como exigiu o farmacêutico. Eu não gostava de ter que tomar aquilo, tinha um gosto doce e amargo ao mesmo tempo, era totalmente ruim e eu me sentia como uma criança birrenta a cada vez que Harry trazia o remédio e eu me recusava a tomar, sendo obrigado por ele a ingerir o líquido.
Ficar doente não era muito legal, mas também não era de todo ruim. Eu devo dizer que amei ser mimado por Harry e pelas meninas. Eu nunca gostei muito de ser tratado como centro das atenções, mas eu amei ter Harry fazendo isso por mim. Ele me tratava como se eu fosse quebrar e todo esse cuidado fazia eu me sentir aquecido por dentro. Ele foi até a farmácia, comprou o remédio, ficou em minha casa os dias que eu estava de cama, me trazia café, almoço, jantar, até mesmo nos banhos ele me acompanhava e, de uma forma estranha, isso não fez com que eu me sentisse sufocado, mas sim amado, já que ele sabia medir espaço pessoal e demonstrava mais amor e cuidado do que invasão com a sua atitude.
As meninas ficaram afastadas de mim por alguns dias, já que minha virose estava forte e ficamos com medo de contamina-las, mas, quando puderam voltar a me ver, me mimaram igualmente o pai fez. Elas liam livros (inventavam uma história com o livro aberto, já que não sabiam ler ainda), ajudavam Harry a preparar minhas refeições e, algumas vezes, até mesmo na boca me alimentavam, dizendo que eu estava "dodói" e elas iam ter que cuidar de mim até eu melhorar.
Receber tanto amor assim tinha me deixado emotivo e grato de certa forma. Eu odiava fazer comparações ou ficar recordando tudo que me aconteceu no passado, a vida me deu uma nova chance e eu preciso esquecer o que passei, mas foi impossível não comparar a forma como eu era tratado por Harry pela forma como eu era tratado por Adam. Enquanto Harry me tratava como se eu fosse de porcelana, delicado e frágil, Adam me tratava como um qualquer, nunca cuidou de mim dessa forma, nem mesmo em uma das vezes em que ele me agrediu física e verbalmente e eu acabei por ter uma febre emocional, além dos hematomas causados pela agressão.
Recordar de tudo isso não me deixava triste.
Não mais.
Não agora que eu tenho Harry cuidando de mim e me dando amor, fazendo eu me sentir único e especial.
Ouço um barulho vindo ao fundo mas não dou muita importância. Sinto a respiração pesada de Harry resvalando contra meus cabelos, seu braço está em volta de minha cintura e sua mão descansa sobre minha barriga lisa.
Meu sono está indo embora aos poucos, mas eu ainda desejo dormir por mais um tempinho, então permaneço de olhos fechados, apenas recordando tudo que já vivi e agradecendo por tudo que vivo hoje.
Um movimento na cama, o colchão se afunda um pouco ao meu lado apenas para depois se afundar um pouco mais. Uma risadinha baixa e infantil, seguida de outra e eu já sei o que está acontecendo.
— Acoda ele. — A voz de Claire alcança meus ouvidos e eu prendo a risada.
— O papa vai biga. — Chloe responde e eu posso claramente imaginar seu rostinho repreensor em direção a sua irmã.
— Eu vou beja ele. — Ela sussurra o mais baixo que pode, tentando, em vão, não atrapalhar meu sono e de Harry.
Eu estava muito absorto em pensamentos para ouvir elas abrindo a porta, mas agora percebi uma claridade a mais tentando atravessar minhas pálpebras.
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• My Little Piece Of Happiness • // MpregLouis
FanfictionDepois de se livrar de um relacionamento abusivo ao qual ficou preso por quatro anos, Louis se muda da movimentada Londres para a pequena e pacata Holmes Chapel. Trabalhando como professor para pequenas crianças na escola da cidade, Louis se encanta...