Bad Girl ▪C.D.

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C.S.

Muitas pessoas pensam que ter dinheiro é significado de felicidade, mas eu sinceramente não acho bem assim. Dinheiro é até bom para comprar uma bolsa da Gucci ou uma paleta de sombras da Kylie Jenner, mas não traz coisas pequenas, como um elogio ou um carinho, por exemplo. Sei que muitas pessoas necessitadas provavelmente discordam do que falei, mas é a mais pura verdade. Dinheiro não me faz feliz, me faz rica, porém muitas pessoas acham que esses dois termos são sinônimos.

Já eu definitivamente acho que felicidade e dinheiro não são duas palavras que se encaixam harmoniosamente. Principalmente quando se é a menina mais rica da escola.

Qual é, eu não estou dizendo que ter dinheiro não tem as suas vantagens, mas definitivamente não é tudo.

Mas ninguém pode saber que eu penso assim, vai ser o nosso segredinho, rs

Acho que eu nunca fui apresentada formalmente para vocês. Prazer, Charlotte Sparks, ou amor da sua vida, se preferir rs.

Olha, vocês podem me achar bem filha da puta pelo que fiz com o Cameron, mas eu tenho meus motivos.

Meu ego é tão elevado quanto o dele, mas gosto de esconder isso para mim mesma, porque assim consigo fazer as pessoas ficarem mais perto de mim, e depois consigo dar o famoso bote.

Eu sei que isso soa meio maníaco, mas entendam, a minha vida é uma grande merda!

Ás vezes eu não queria ser a grande Charlotte, filha dos pais mais ricos de LA, herdeira de uma fortuna bilionária, ás vezes eu só queria ser a Lottie, que adora se empanturrar de Nutella e assistir OUAT na Netflix, mas isso é tão difícil.

Então eu prefiro ser assim, fria e falsa, porque é assim que eu terei que ser quando tomar posse da Sparks Industry e me tornar a mais nova participante do elite club dos Estados Unidos.

Não que eu já não fosse né

Em fim, o real motivo de eu ter feito isso para o grande Cameron Dallas foi...

- Senhorita Charlotte!

Ops, estão me chamando, que pena né.

- Sim? - Respondo ao homem, ou melhor, velho.

Vai fazer a barba, misericórdia!

- Gostaríamos de levá-la conosco à delegacia, para dar o depoimento. A senhorita se incomoda?

Sim

- Não, de forma alguma!

- Certo, então vamos. - O tal homem me guiou até o carro e nos levou até a delegacia, o que levou por volta de 5 minutos.

Ao chegar, abri a porta do carro e logo saí do mesmo. Estava fazendo frio aquela noite, mas não podia perder a pose de plena, então fingi que nada estava acontecendo.

Caminhei lentamente à porta do estabelecimento, e ao abrí-la, parece que todos os funcionários do local pararam o que estavam fazendo.

1: Porque eu estou gostosa essa noite;
2: Porque eu sou provavelmente a única menina que eles conhecem que está no colegial e já tem mais dinheiro do que eles juntariam trabalhando a vida inteira sem gastar um tustão.

Empino o meu nariz, elevo a minha postura, arrumo o meu cabelo e faço vista grossa ao passar por todos, pois eles sabem que não podem me enfrentar, e eu tenho que confirmar isso, nem que seja com arrogância.

Passo pelas diversas salas à procura do moreno de olhos cor de mel e logo o vejo.

Está na hora do show.

C.D.

Bato os dedos naquela mesa cinza mais uma vez, para espantar o meu tédio, ou pelo menos tentar.

Eu sei que piranha nasceu pra ficar dentro do mar, mas já que essa ganhou pernas será que ela não poderia chegar mais rápido?

Eu não sou de xingar mulheres, principalmente as bonitas, mas que essa menina tem dedo nessa história, tem.

E o pior é que eu nem sei o que fiz para ela, será que ela descobriu que eu a seguia, porque eu acho que isso provavelmente já é um crime, não precisava ter feito essa ceninha toda.

Bom, eu só sei que peguei um ranço bem forte dessa garota e não vai passar tão cedo.

Ela me fez sentir tão humilhado, tão lixo, que eu nem sei do que serei capaz quando ver ela aqui na minha frente, vulnerável.

Ouço a porta sendo aberta lentamente, e um barulho de salto-alto que me faz prestar atenção.

Olho atentamente a pessoa que abre a porta, observando seu vestido vermelho com um decote em V bem grande, e seus saltos meio nude, e logo depois vejo seu batom, também vermelho.

- Sempre tão descuidado, não é Dallas? - A garota fala ironicamente, caminhando em passos lentos em direção à cadeira.

- Sempre tão gostosa, não é Sparks?

- É sério que você vai me cantar depois disso tudo?

- Fala logo o que você quer.

- Vim tratar de negócios.

- Negócios? Sério? Eu sendo levado preso e você quer tratar sobre negócios? - pergunto nervosamente, essa garota tá de brincadeira comigo?

- Calma, esses negócios incluem a sua liberdade, mas vai ter que me ouvir.

- Tanto faz, fala logo.

- É bem simples, quero que faça tudo o que eu pedir durante todo o ano letivo.

- É só isso? - Pergunto curioso, e a morena afirma. - E quem te garante que eu vou cumprir isso?

- Isso. - A garota puxa um papel dobrado de dentro do seu decote, e logo desdobra, me dando a visão de um contrato muito bem planejado. - Pode ler, se quiser.

Concordo e logo começo a forçar a minha vista com cada letrinha minúscula presente no papel, afinal não estou afim de ser trouxa novamente.

- E por que eu aceitaria isso se eu posso pedir para a minha mãe me soltar? - Falei jogando o verde, porque eu sei que a minha mãe não me soltaria por confiar mais nas provas do que em mim.

- Porque eu sei que a sua mãe não te soltaria, já eu sim. - Parece que ela fez o dever de casa.

- E o que você ganha me soltando? - Pergunto curioso, afinal não tem porque ela estar fazendo isso por mim.

- Você saberá em breve. Aceita ou não? - Charlotte pergunta, se inclinando para frente e apoiando seus braços na mesa,  o que eu particularmente achei bem sexy.

A questão era, eu aceito ou não?

-Tic Tac, meu anjo. - A morena fala, me deixando mais nervoso.

- Eu aceito. - Falo, fazendo a menina abrir um sorriso confiante.

- Só assine o contrato e depois deixe aí, logo irão pegá-lo. - A morena fala e se levanta, mas logo seguro o seu braço, a fazendo virar.

- E eu? - Pergunto, tá achando que é assim fofa?

- Não se preocupe, logo irão liberá-lo e ninguém nunca saberá que um dia Cameron Dallas quase foi preso. - A menina então tira a minha mão dela e caminha em direção a porta e sai, me deixando lá sozinho, me perguntando se isso foi uma boa ideia ou não.

Eu só espero que não tenha acabado de assinar um contrato com o diabo em pessoa.

Porque se eu tiver eu vou estar fudido, mais do que já estou.