Capítulo 4

2 1 0
                                    

Acordei.

Tudo o que havia acontecido veio como uma bomba em minha cabeça nos primeiros instantes. Olhei para a minha perna instantaneamente. A calça estava rasgada e no mesmo lugar a minha perna estava enfaixada.

Eu estava em uma cama. Olhei para o lado e vi os três garotos sentados em um sofá, e pareciam estar aflitos. Quando viram que eu já estava acordada, os três se levantaram e vieram até mim. Ele tinham trocado de roupa.

- Ainda bem que você acordou. - Falou um deles.

- Onde eu estou e o que fizeram comigo? - disparei.

- Calma. - o mesmo respondeu. - Cuidamos de você. Você perdeu muito sangue, mas conseguimos dá um jeito. A perna está doendo?

- Um pouco. Onde eu estou?

- É um lugar nosso. Foi o único lugar que podemos te levar, já que não sabíamos onde você morava.

Eu me dei conta de que estava sendo uma idiota, por falar daquele jeito com eles. Pô, os caras tinham acabado de me salvar. Não era para eu tá agindo assim.

- Obrigada. - agradeci. - Então além de saberem lutar, sabem fazer curativos?

- Por ai.

- Que surpreendente. - falei.

- Está com fome?

- Estou.

- Pega comida pra ela lá dentro. - ele falou com o outro.

O cara saiu.

- Como é o nome de vocês?

- Eu sou Fernando. Esse é Micael, e o que acabou de sair é o Pedro.

- Há, eu sou Sofia.

Então Pedro chegou e me entregou a comida.

- Obrigada.

- Por nada. - Pedro me respondeu.

Sentei-me na cama e recebi o prato.

Comi tudo. A comida estava maravilhosa. Terminando, entreguei o prato a Pedro, e ele o levou para dentro.

Um sonzinho começou a tocar. Reconheci que era o do meu celular. Micael seguiu o som, indo até a minha mochila.

- Está nessa parte pequena. - falei.

Ele abriu, pegou o celular e trouxe para mim. O nome da minha mãe estava no visor. Atendi.

Ela me perguntou se eu estava bem. Respondi que sim (e ainda bem que não pareceu o menor requisito de mentira em minha voz). Contou-me então que só iria chegar sexta-feira, e que havia colocado mais dinheiro na conta, caso eu precisasse. Conversamos apenas mais algumas coisas, depois ela desligou.

- Por que não contou a verdade para sua mãe? - Perguntou-me Fernando.

- Está louco? Não quero ficar ouvindo três horas seguidas de sermão. - Disse rindo.

Eles me acompanharam na risada.

- Você nunca mentiu para sua mãe? - Perguntei para ele.

- Claro.

- Pois então. Sério, tem coisas que eu não posso ser sincera com ela. Imagine você ficar sem liberdade, não podendo ir nem na esquina. - ele acenou, dizendo que sabia. - É isso que iria acontecer comigo se eu falasse sempre a verdade.

- Ela é tão protetora assim? - Pedro me perguntou.

- Sim. Era até capaz de ela botar seguranças em meu pé 24 horas.

A traiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora