Prólogo

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Diretor geral vence a concorrência.
O diretor geral Brian Kang mais uma vez vence a concorrência.O bilionário de transportadoras marítimas acaba o ano com mais duas aquisições, incluindo uma pequena companhia de transportes por caminhões e uma linha ferroviária muito lucrativa na América do Sul. Com a Kang Industries dominando o mercado de transporte mundial, todos pensavam que o bilionário deveria ser generoso, mas aparentemente esse não é o caso. Pelo segundo ano consecutivo, Brian foi nomeado o diretor-executivo mais avarento do país. Não é de admirar que o bilionário solitário recusou-se a ser entrevistado para este artigo.

— Isso é inescrupuloso — disse Lawrence Kang, batendo o jornal sobre a mesa da sala de reuniões.

Brian recostou-se em sua cadeira e reprimiu um bocejo.

— Você quer que eu dê a entrevista?

— Essa não é a questão e você sabe disso.

— Qual é a questão? — perguntou Brian, desviando a atenção de seu tio e voltando-a para os outros homens que faziam parte do quadro de diretores. — Há muito dinheiro entrando? Os investidores estão infelizes com todos os rendimentos?

— A questão é que a imprensa adora odiar você — replicou Lawrence. — Você comprou uma área para estacionamento de trailers habitados, então despejou os residentes, a maioria dos quais eram idosos e pobres.

— A área para estacionamento de trailers era ao lado de uma das maiores transportadoras que possuímos. Eu precisava do terreno para expansão. O quadro de diretores aprovou a compra.

— Nós não aprovamos ver senhoras idosas na televisão, chorando porque não tinham um lugar para ir.

Brian fez uma careta.

— Oh, por favor. Parte do acordo era proporcionar aos residentes um novo estacionamento para trailers. Os lotes de terra deles são maiores e a área é residencial, em vez de industrial. Eles têm serviço de ônibus bem do lado de fora do portão principal. Nós pagamos todos os custos. Ninguém perdeu nada. Isso foi a mídia tentando criar uma história.

Um dos outros membros do quadro de diretores o olhou.

— Você está negando que levou seu competidor à falência?

— De jeito nenhum. Se quero comprar uma companhia, mas a pessoa que a possui não quer vender, eu encontro outra maneira. — Ele endireitou o corpo. — Uma maneira legal, cavalheiros. Todos vocês investiram em minha companhia e viram lucros extraordinários. Eu não me importo nem um pouco com o que a imprensa pensa sobre mim ou sobre minha companhia.

— É aí que está o problema — observou o tio. — Nós nos importamos. Kang Industries têm uma reputação horrível, assim como você.

— Ambas não são merecidas.

— Mesmo assim. Essa companhia não é somente sua, Brian. Você nos trouxe para dentro dela quando necessitou de dinheiro para comprar um sócio. Parte do acordo é responder a nós.

Brian não gostou do que ouviu. Era ele quem tinha transformado a Kang Industries de um pequeno empreendimento num império de classe mundial. Não eles... Ele.

— Se vocês estão me ameaçando... — começou ele.

— Não ameaçando — outro membro do quadro falou. — Brian, nós entendemos que existe uma diferença entre uma pessoa implacável e uma cruel. Mas o público não entende. Estamos lhe pedindo que se comporte como um homem bom e generoso pelos próximos meses.

— Mude essa sua imagem — disse seu tio, balançando o jornal para ele. — Estamos quase no Natal. Dê dinheiro aos órfãos, encontre uma causa. Resgate um cachorrinho perdido. Namore uma boa garota, pelo menos uma vez. Ora, nós nem nos importamos se você vai realmente mudar. Imagem é tudo. Sabe disso.

Brian meneou a cabeça.

— Então, você não se importa se eu for o maior patife do mundo, contanto que ninguém saiba disso?

— Exatamente.

— Sem problemas — disse ele, colocando-se em pé. Poderia bancar o bonzinho por alguns meses enquanto levantava dinheiro suficiente para comprar as ações de seu quadro de diretores. Então não precisaria se importar com o que os outros pensavam a seu respeito. Que era como preferia as coisas.

Annie || Brian Kang DAY6 ||Onde histórias criam vida. Descubra agora