Capítulo 4

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Brian checou no horário para o almoço semanal com seu tio. Uma tradição, pensou enquanto entrava no restaurante. Annie ficaria orgulhosa.

Lawrence já estava lá, sentado à mesa de sempre, um uísque à sua frente. O homem mais velho acenou para chamá-lo.

— Eu não lhe pedi um uísque — disse Lawrence no momento que se levantou e os dois homens se cumprimentaram com um aperto de mão. — Sei que você não bebe durante o expediente de trabalho.

Eles se sentaram. Brian não se incomodou com o menu. Pedia a mesma coisa toda semana. O garçom levou-lhe café, então se retirou.

— Bom trabalho — murmurou Lawrence, batendo o jornal dobrado sobre a lateral da mesa. - O artigo é positivo. Você disse que não fecharia a transportadora de Indiana antes do Natal. Não pode mudar de ideia agora.

— Eu não vou mudar.

— A garota parece interessante. Qual é o nome dela?

— Annie McCoy.

— Ela é realmente professora de jardim da infância?

— Sim. Ela é exatamente quem você me aconselhou a encontrar. Uma boa pessoa, conectada com a família, bonita e articulada.

— O repórter está impressionado — comentou Lawrence e pegou seu copo. — Por quanto tempo você vai sair com ela?

— Até o Natal — respondeu Brian. Os olhos castanhos de seu tio o estudaram com atenção.

— Isso se trata estritamente de negócios?

Brian pensou sobre o breve beijo que ele e Annie tinham compartilhado, então tentou convencer a si mesmo que fez aquilo para demonstração pública.

— Nós não estamos namorando, se é isso que você está perguntando. Eu a contratei para fazer um trabalho, nada mais.

— Eu gostaria de conhecê-la.

— Você é muito velho para ela.

Seu tio sorriu.

— Deixaremos que Annie McCoy julgue isso.

Eles pediram o almoço e falaram sobre negócios durante a refeição. No caminho para o carro, seu celular tocou. Ele olhou para a telinha... O número era desconhecido. 

- Sim?

— Oi. Aqui é Annie.

Eles tinham um jantar de negócios para irem na noite seguinte.

— Algum problema com a nossa programação?

— Não. Vamos buscar nossa árvore de Natal esta tarde, e eu pensei que talvez você quisesse vir conosco.

Brian olhou para o telefone por um segundo, antes de colocá-lo de volta contra a orelha.

— Por quê?

Ele ouviu o sorriso na voz de Annie quando ela falou:

— Porque é divertido, e você precisa de um pouco do espírito natalino em sua vida. Sem pressão. Não tem de ir, se não quiser.

O que ele não queria. Mas, em vez de lhe dizer isso, viu-se perguntando:

— A que horas?

— As 4h. Na minha casa. Suponho que você não teria uma caminhonete que pudesse emprestar? A árvore nunca cabe direito no topo do meu carro.

— Tenho uma frota de caminhões, Annie. Isso é o que eu faço.

— Oh. Certo. Podemos pegar um emprestado? Uma caminhonete é suficiente.

Annie || Brian Kang DAY6 ||Onde histórias criam vida. Descubra agora