Prólogo

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A noite estava fria no porto de São Petersburgo, na água tinha alguns blocos de gelo que indicava a saída do inverno na cidade histórica da Rússia. Alguns navios zarpavam do porto e outros chegavam de uma longa viagem marítima. O porto estava quase deserto e a grossa neblina não ajudava em nada a melhorar as coisas, ao longe se via a luz do farol de uma BMW preta que estacionava em frente a um grande armazém. De dentro do carro saiu um homem alto vestindo um terno preto e um casaco grosso da mesma cor. Ativou o alarme enquanto andava até a porta da grande construção cinza, na porta estava um homem grande com uma cara nada amigável.

 Se curvou um pouco em respeito ao homem e abriu a porta dando passagem para ele entrar, no meio de várias caixas de madeira e de metal estavam sete homens amarrados em cadeiras de metal. Eles só usavam as peças íntimas e o rosto estavam em péssimo estado, assim como o resto de seus corpos. Somente uma lâmpada os iluminava, em frente a eles havia outro homem com roupas parecidas com as do recém chegado. O homem usava óculos para a leitura e estava muito concentrado na pasta vinho em suas mãos, não precisou levantar a cabeça para saber quem havia chegado. O homem se sentou ao lado dele e tirou um cigarro o acedendo e o tragando com gosto, soltou a fumaça pela boca enquanto arrumava o silenciador na sua arma.

-Deveria parar de fumar. Nesse ritmo você não vai durar muito.

-Olha quem fala. Antes de se casar você também fumava, e era bem mais do que eu!

-Não venha mudar de assunto, toma, esses são os documentos que você precisa. Estou indo na frente terminar aquele serviço. Não demore Vincent.

-Boa sorte.

O homem de óculos saiu do recinto deixando os homens amarrados e o de terno junto com alguns capangas. Depois de terminar de arrumar a arma, Vincent abriu a pasta e começou a ler os documentos e a ver as fotos. Nelas haviam vários corpos de pessoas baleadas, agências bancárias destruídas, entre várias outras coisas. Depois de terminar de ler os documentos o castanhado atirou na cabeça do homem da ponta, fazendo com que os seis restantes se desespera. Vincent tinha um olhar felino que emanava ira, em sua volta a sua aura transbordava poder e superioridade de um verdadeiro rei. E era o que ele era, Vincent Nightray, chefe da segunda casa principal da máfia russa, o Rei do Gelo. Seus capangas deram um passo pra trás, para eles aquele homem não deveria ser contrariado ou desafiado e foi exatamente esse erro que aqueles homens cometeram.

-Muito bem, muito bem, muito bem. Eu admito que vocês tem coragem ou falta de juízo para fazerem o que fizerem no meu distrito. Mais o que eu mais quero saber é: quem mandou vocês fazerem isso?

Nenhum som saiu dos seis homens amarrados, na cabeça deles o homem de terno estava blefando. Coitados, mais um tiro e dessa vez espirrou muito sangue no local, os cinco restantes começaram a entrar em pânico. Aquele homem era louco! Não parecia ser um traficante ou um político, não, aquele homem era alguém muito poderoso. Dois deles começaram a implorar por piedade, aquele som começou a irritá-lo e mais dois tiros foram feitos sobrando apenas três homens.

-Não venham com essa ladainha de piedade pois com essas pessoas - mostrou algumas fotos de corpos baleados e ensanguentados - não tiveram. Tá na cara que vocês não são daqui e não sabem como essa cidade funciona. Não deveria ter entrado em território estrangeiro sem saber das suas regras.

-O-Olha senhor...Nós estamos m-muito arrependidos de nossas a-ações. Não há nada que possamos fazer para nos redimir?!

Vincent olhou para o que parecia ser o líder do bando, um sorriso brotou nos seus lábios; um sorriso maldoso e cheio de malícia. Talvez não fosse tão ruim brincar um pouco com os prisioneiros, precisava se distrair um pouco da sua rotina que parecia ter caído em puro tédio. Nem as mais belas e experientes mulheres tiravam essa sensação de chatice do seu corpo. Começou a rodar a arma em sua mão pensando em como os torturaria psicologicamente. Ele não era tão bom como seu amigo e braço direito Gilbert, mais sabia muito bem como manipular uma pessoa, ainda mais quando ela estava sob muita pressão.

Meu MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora