O Alfaiate Valente

Capítulo 4

Olha você de novo aí, espero que esteja gostando.

***

Jerry, não estava acreditando no que estava acontecendo, Juliet, a belíssima dama de companhia da rainha estava lhes dando uma missão suicida, exatamente o que eles tanto haviam tramado para não acontecer estava se tornando realidade.

A sua única alternativa agora, era desaparecer do país e procurar viver como alfaiate em alguma aldeia pouco conhecida, provavelmente iriam voltar novamente a pobreza extrema justamente no momento em que os dois já estavam se acostumando com as mordomias que haviam acumulado nos últimos meses no novo cargo.

Estavam vivendo em um quarto melhor no centro da cidade e Hugh estava começando a convencer o amigo a o acompanhar nas suas investidas nos bares da cidade, agora sem a necessidade de economizar dinheiro, as festas eram muito mais interessantes, Jerry estava se tornando um boêmio, demonstrando um potencial para ser muito mais astuto que o próprio amigo, "eu criei um monstro", era isso que Hugh agora estava acostumado a comentar quando amigo o surpreendia.

— Claro que sim, Senhorita Breens, vamos acabar com esses autômatos gigantes para a rainha, com toda a certeza — Hugh respondia a moça praticamente no modo automático, dava para notar isso, pelos olhar perdido que ele lançava a ela.

— O que está fazendo Hugh? Lembra que um destacamento do exercito foi derrotado por essa máquina?— Jerry puxou seu amigo para um canto e o repreendeu.

— Jerry é o nosso sonho, imagina, ganharmos terras, um título e ainda poder escolher nos casar com uma das mais belas damas da Inglaterra — quando falou isso, seu olhar ficou preso novamente nas feições de Juliet, ela retribuiu com um sorriso encantador, Hugh só conseguiu voltar a conversa com Jerry quando foi sacudido pelo amigo. — Vamos lá Jerry, com a sua inteligência e a minha astúcia iremos conseguir derrotar esse autômato gigante, não deve ser muito difícil, só desligar alguns fios, é sabido que autômatos não tem olhos, mas algo que os engenheiros chamam de sensores, são praticamente cegos, podemos ser bem sucedidos.

— Desligar alguns fios é? Praticamente cegos? Mas porque o exercito não conseguiu fazer isso se era tão fácil? — Jerry perguntou com a mão no queixo.

 — Claro que eles não conseguiram destruir esse gigante, vendo os guerreiros chegar trajando aquelas armaduras pesadas e armados até os dentes, o monstro os atacou, nós iremos sem armas somente armados da minha astúcia e da sua inteligência.

—  Desligar alguns fios, será que é só isso mesmo?

— Diga a Vossa Majestade que pode considerar esse autômato destruído — Hugh ignorou Jerry e gritou para moça que se despediu e foi embora. — Conde Hugh Chichester, soa bonito não soa?

Quando ouviu isso, Jerry imaginou se estava fazendo a coisa certa e como sempre quando se tratava de mulheres Hugh estava disposto a fazer qualquer coisa, e eles ainda nem sabiam como derrotar a criatura.

A dupla usou o que havia de melhor no castelo, Hugh, pegou as melhores armas do arsenal da rainha e as escondeu no casaco, Jerry notou que era a mesma casaca que havia os colocado nessa enrascada, escrito nas costas "Jerry matou três de um só golpe", quando inquerido sobre a vestimenta Hugh apenas respondeu "nostalgia". Jerry seguindo o conselho do amigo também se armou, mas por ser mais cauteloso resolveu pegar algumas provisões, a viagem poderia ser mais longa do que eles imaginavam, foi a cozinha a procura de um bom queijo, daqueles bem úmidos que ele mais gostava, chegando lá, encontrou não só um queijo, mas um pássaro, preso em um gaiola, "sem dúvidas é o animal de estimação do cozinheiro", sem pensar duas vezes capturou o animal que cabia na palma da sua mão, o colocou no bolso com a intenção de o libertar lá fora, "uma criatura linda como essa não merece ficar presa numa gaiola", catou o queijo e foi embora até a estação ferroviária.