Love For Food

O Sol, Foi Ele

Playlist - BANNERS - Someone To You 

Beca me ligou mais de dez vezes, eu não atendi. Me sento dentro da banheira cheia de água, fecho os olhos. Não, não vou me matar, não desta vez. Eu gosto de ficar assim, aqui, sozinha e em paz. Preciso pensar, é só isso.

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Abro o armário e, meus remédios acabaram. Que tipo de mãe deixa os remédios da filha cheia de problemas acabar? 

Pego dinheiro no quarto de Jared, porque, não quero incomodar minha mãe, ela está dormindo. Pela primeira vez, ela tira umas folgas. 

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O sol queima no meu rosto, suspiro. Passo no caixa e pago tudo. Saio da farmácia, eu só quero deitar agora e dormir. Eu até tinha que encontrar os garotos para o trabalho, mas, não quero. Não me sinto bem com eles.

Mesmo eu querendo ficar longe deles, vejo o grupo a distancias de mim, comendo sorvete. Coloco a sacola na cara, é só disfarçar. Vejo que meu plano dá errado quando um deles grita meu nome na maior altura. Na hora que me viro, vejo o grupinho tentando atravessar a rua, sinto tontura. Por que estou vendo tudo embaçado? Será o sol?

Me encosto na parede e vejo um homem na minha frente, falando algo comigo. Olho pro lado e vejo os garotos correndo, muito rápido, até mim. Tudo escurece.

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Abro meus olhos e forço as vistas. Estou em um quarto de hospital, que merda. Vejo os fios nos meus braços, pra que isso?

Me mecho, nervosa. A porta do quarto se abre, o médico aparece.

- Ei, não pode fazer isso, tem que ficar calma - disse ele.

- Calma? Estou em um hospital! - bufo.

- Claro, você passou mal na rua, não lembra? - ele pergunta.

- Ah, só podia ser isso! - reviro os olhos. - Me deixe ir embora!

- Bem, sua mãe está vindo para cá, seus amigos lá foram ligaram para ela, muito gentil da parte deles - ele sorri.

- Ninguém merece! - franzo a testa.

- Eu dei uma olhada no seu pulso, cortou, não foi? - ele me encara.

- Não é da sua conta, isso já faz tempo - respondo.

- Tem depressão? - ele suspira.

- Isso e outras coisas, por que? Está querendo me ajudar? - rio, sem paciência.

- Não podemos ajudar quem não quer ajuda - ele revira os olhos. - E, você está muito anêmica, precisamos fazer um exame de sangue.

- Não precisa disso, estou ótima! - disse.

- Você está gorda - disse ele.  

- GORDA? - arregalo os olhos.

O médico suspira, olha dentro dos meus olhos, querendo ler minha alma.

- Você tem anorexia - disse ele.

- Deixa de ideia - disse.

- Você quase infartou quando eu disse que estava gorda, e, está muito magra - o médico respira fundo. - Precisa de um psiquiatra. 

- Eu já fui em um psicologo, agora, psiquiatra é demais! - bufo.

- Eu vou falar com sua mãe - ele saí do quarto.

Espera, anorexia? De onde ele tirou isso?

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