Na madrugada a loira acorda e senta na cama, estava suando, então pega o controle do ar-condicionado e baixa mais a temperatura, esfrega os olhos com cuidado e olha para o lado.
Cassandra dormia tranquilamente, há uns três meses elas iriam para aquele luxuoso apartamento e depois iriam embora satisfeitas. Mas as coisas foram mudando, as vezes a morena ia embora na madrugada, mas por necessidade, senão ficavam até na manhã seguinte.
Quem não a conhecesse e a visse assim tão serena nunca imaginaria a mulher fria e calculista que ela é. O lençol cobria seu corpo até o meio do bumbum, seus cabelos negros estavam caídos nas costas sedosas.
Então a loira não resistiu, levou sua mão para a pele exposta da mulher e acariciou de leve. Não sabia o que estava fazendo, na verdade há muito tempo ela não sabe o que faz.
- O que está fazendo?
A voz rouca da morena se faz presente, mas ainda mantinha os olhos fechados.
- Nada, volte a dormir, ainda são três da manhã, vou só tomar água.
- Não demore.
Cassandra diz e volta a se acomodar melhor na cama. A loira respira fundo e desce, usava apenas uma calcinha. Então pega a camisa e vai para a cozinha do apartamento.
Ela gostava dali, tinha uma boa visão do centro da cidade e era confortável, não que ligasse muito para isso, mas era inevitável não notar que a milionária gostava de esbanjar, o que não é pecado, afinal ela trabalhou muito para conquistar o que tem.
A loira bebe a água e respira fundo, sabendo que na manhã seguinte tudo volta ao normal, trabalho, estudo, casa e quem sabe uma noite de sexo, porque ela só ia quando Cassandra ligava, porém sempre estava preparada para receber a ligação. Era sempre assim.
- Te amar é tão complicado, Cassandra.
Ela fala por fim antes de voltar ao quarto para os braços da morena.
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E assim se sucedeu, a loira foi embora de táxi antes da morena, logo depois o motorista de Cassandra chega para buscá-la, não demorando a estar entrando na sala de jantar, apenas seu pai estava na mesa.
- Vocês combinam sempre de dormir fora é? Vocês mulheres são esquisitas.
- Cadê sua esposa?
- Eu sei lá. Acordei e ela não estava na cama.
A morena nada disse, apenas senta em seu lugar, logo depois Bethany entra rápido ainda arrumando seu uniforme. Foi rápido dessa vez. Esse era o pensamento de Cassandra.
- Bom dia!
A morena troca um olhar com a loira, que desvia sem se deixar abater. Não precisava disso agora. Então a empregada vai para perto do homem e começa a servir.
Não demora em escutarem risadas vendo Emília e Ester entrando, quando veem a morena param de sorrir e como de costume desviam o olhar e sentam à mesa. Caladas, tímidas e suaves, características que sempre atraía a empresária.
Logo depois também escutam a enteada de Tomás entrando, mas essa vinha de dentro da casa, sorri com Cassandra que retribui, elas tinham uma cumplicidade, deseja bom dia para todos e começa a tomar o seu café. Não demora e Estefani também entra, essa que explicou ao marido que ele estava roncando demais, por isso foi para o quarto de hóspedes, desculpa que muitos ali não acreditaram.
Cassandra toma seu café e logo sobe para tomar um banho e se trocar. Depois de pronta não demora para estar em frente à sua empresa, porém sua eficiente recepcionista ainda não estava lá, a morena se assusta ao ouvir a loira entrando e quase caindo correndo para chegar ao seu lugar.
Cassandra odiava erros, atrasos e irresponsabilidade, mas também não podia fazer nada, de certa forma ela era culpada por aquilo. Então apenas continua o seu caminho para o elevador. Respira fundo e olha uma última vez para Fátima.
Quando chega no seu corredor, de longe ver sua secretária se maquiando ali mesmo, ela tem um sério problema com horários.
- Bom dia, senhorita Martins.
- Noite agitada, senhorita? – A mulher pergunta, sem demonstrar nenhuma reação.
- Eu... Não, quero dizer, um pouco, mas... Estava estudando para o vestibular.
- Claro, vestibular. Pretende fazer o que?
A morena pergunta, ainda andando para a sua sala com a mulher em seu encalço.
- Direito.
- Interessante. Bom, diga meus compromissos de hoje.
E assim a loira fez. Ela faz seu trabalho com eficiência. Cassandra estava de bom humor, na verdade ela sempre fica quando se encontra com a sua garota, já conseguiu vê-la aquela manhã. Mesmo não podendo ser elas duas de verdade, mesmo não podendo tocá-la, só o fato de a ver tão linda, tão radiante, já era muito bom. Mas ela sabia que sempre a veria todas as manhãs, tardes e noites, porque ela fazia parte da sua vida. Logo a secretária sai e a milionária suspira.
- Amar você é errado e complicado, loira, mas com certeza é a melhor coisa da minha vida.
Na mansão, tia e sobrinha conversavam sobre a noite anterior, na verdade a tia falava.
- Caramba, você não tem noção do quanto ela é boa, na verdade, eu nem sei explicar. – Emília fala, suspirando.
- Quem te viu e quem te ver em tia. "Tá" aí toda apaixonada.
A loira mais velha suspira.
- Esse é o problema, eu não poderia me apaixonar. Só você sabe disso, Ester, se sua mãe descobrir estou ferrada.
- Se você estar preocupada, imagine eu, que estou transando com uma mulher mais velha.
As duas se encaram e depois começam a gargalhar.
- É, nós somos péssimas em relacionamentos em?
- Estamos é fodida, isso sim.
As duas se encaram de novo, de fato se uns dos casos delas viesse à tona, seria uma confusão.
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A Entregadora de Pizza (Romance Lésbico)
RomanceCassandra Martins é uma mulher determinada, destemida e cruel, pelo menos com quem ela acredita que mereça, perdeu sua mãe aos treze anos, seu pai um boêmio da pior qualidade sempre deixou claro que só casou com a falecida por interesse, e por isso...