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laranja,

beleza (s.f.). qualidade, propriedade, caráter ou virtude do que é belo; manifestação característica do belo. caráter do ser ou da coisa que desperta sentimento de êxtase, admiração ou prazer através dos sentidos.

    — fluffy.

Era, independente de quanto ache estranho, colorido.

O que tinha cheiro de chuva, textura de gelo e calmaria que só tu consegues me passar, era o que tu me dissestes ser azul. O vermelho caracterizava-se no ardente, quente e apaixonante. Tinha gosto apimentado e textura de redução melosa de vinho. Tinha o sabor desse teu beijo etéreo. Fui iluminado pelo amarelo, tão amplo e alegre, que fazia meu coração se encher de ânimo e meus poros de suor, assim como você faz todos os dias desde que te conheci.

Dissestes a mim que misturaram-se o céu e o sol e fizeram esta grama que meus pés pálidos e magricelas pisam. Dissestes que isso cobre lagos e campos, representa animais, predomina nos países, colore planetas, que representa vida e crescimento. Descobri que uma variação dela pintava os meus cabelos. Também dissestes que esse tal de verde era o que menos gostavas em usar nas tuas vestimentas, mas eu tenho certeza que tudo melhora quando entra em contato com a tua pele de seda.

Conheci a que me dissestes ser a tua favorita, roxo. Era livre e desimpedido. Tão forte e chocante quanto você. Era um tanto misterioso, quanto forte e presente. Introvertido e extrovertido. Era tímido a certas opiniões, e sem vergonha a outras. Era brilhante de fato, a junção aquarelada do que me dissestes ser o céu e o seu beijo.

Pensei eu que terminaria por aqui, mas descobri que cada cor dessa variava no que me dissestes chamar "tom". Havia bilhões de outros desses, que misturavam-se entre si, cortavam o céu, o teu beijo, o sol, a grama e a tua favorita. Eram uns mais suaves, outros mais fortes. Uns alegres, outros tão tristes quanto eu antes de te conhecer.

Era rosa, anil, fúxia, lilás, um tal de bebê, mar, púrpura, caramelo, royal.

Mas quando me dei fé, esquecestes-vos de me dizer a minha preferida. O que eu descobri depois chamar-se laranja.

Era a cor dessas estruturas finas e sedosas que formavam seu cabelo. Ela pousava-se graciosa e sensualmente sobre o que eu sabia ser sua testa. Suas orelhas eram escondidas pelo mar amarelo-vermelho que cobria tua cabecinha.

Era a minha preferida, porque não teria outra para te definir se não fosse ela. Alegre, forte, graciosa, ácida, gritante, envolvente, apaixonante.

Quando eu saí, Jimin, daquela sala de cirurgia, são e salvo, eu pude então descobrir que você era a minha cor preferida. Eu agora, Jimin, poderia ver o quanto esta cor combina contigo.

Te vi derrubar essa substância cristalina que eu sabia ser as lágrimas tão abundantemente no que eu percebi ser o seu rosto sorridente.

— Eu não consigo acreditar, Yoongi — você murmurou tão choroso, uma das mãos molhadas de lágrimas tampando a boca aberta. A surpresa de perceber que minhas órbitas realmente focavam em ti.

— Eu também não — eu correspondi ao teu pranto quando suas mãos pousaram delicadamente sobre a minha face.

E agora eu entendia o que as pessoas chamavam de belo. Eu agora sabia o que queriam dizer quando te elogiavam.

Porque independente de todas as faces, rostos e estruturas que ainda conhecerei, eu sei que você é a mais bela e estonteante de todas.

E não importa o que digam, meu amor, você é a coisa mais linda do mundo. Embora loucamente apaixonado, eu não sou suspeito em dizer, porque eu nunca tive como ter influência nenhuma sobre beleza.

Você é lindo porque você é o que você é.

Eu não me arrependo de que, depois de vinte e dois anos, a primeira coisa que eu consegui ver foi seu rosto.

Eu não sabia se aquilo era bonito para outras pessoas, mas quando notei outros rostos próximos ao nosso naquele momento de felicidade, vi que nenhum se compara ao teu.

Nenhum me acalmava como azul, nenhum me seduzia como o vermelho, nenhum me iluminava como o amarelo, nenhum era tão vivo quanto o verde, nenhum era tão chocante como o roxo.

Nenhum era tão laranja quanto você.