Quando começarei a viver? - Prólogo

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Quando eu era rei, eu tinha tudo, mas nada eu tinha... Poderia ter tudo que quisesse e na hora que eu quisesse, mas ela eu não tinha, Me perguntando sempre o porquê. Todos me achavam bacana, conseguia agradar todos em meu reino, diziam que de todos de lá, eu era o mais carismático e bondoso, superando qualquer um que passou ou passará a ser um dia. Mas por quê? Por que diabos não conseguia agradá-la?

Esse pensamento dominava meus sonhos, ou talvez pesadelos. Era estranho, eu era normal com todos os habitantes, mas com ela, sentia algo diferente... Será que estaria eu, apaixonado por aquela garota? Precisava conversar com alguém sobre, não aguentava mais. Então, decidi que conversaria sobre com minha mãe.

- Mãe? Estás no quarto? Podemos conversar? - Disse enquanto abria a porta.
- Entre, meu querido filho, diga-me o que queres. - Disse ela.
Então, entrando no quarto, fui bem direto ao assunto. - O que se faz quando você se sente estranho ao estar cara a cara com uma pessoa, ou simplesmente quando ela está ao seu lado? - Disse rapidamente, quase deixando-a sem entender, já que ela já estava bem velhinha. - Calma, meu filho, por que estás tão nervoso com uma pergunta dessas? - Disse ela, sorrindo, deixando-me sem entender nada.

- Por que sorristes mãe? Eu não falei nada engraçado! - Falei alto, bastante nervoso e corado. - Tenha calma, meu filho, o tempo vai lhe mostrar tudo... -Disse ela, novamente sorrindo. Então, novamente sem entender nada, agradeci pela ''resposta'' e saí do quarto, me questionando e ansioso para o tempo me mostrar logo o que era.

Alguns dias se passaram, e a mesma questão me dominava, como e por que aquela garota me deixava assim? E qual era o sentido de eu estar daquele jeito? Bom, resolvi deixar isso um pouco de lado e voltar ao que tinha que fazer. Depois de algum tempo fazendo o que tinha de fazer, decidi descansar um pouco, então sentei em meu trono, peguei um bom livro e comecei a ler, era o que eu gostava de fazer nas horas vagas. Minutos se passaram, estava tudo normal, até o momento em que um dos meus guardas abriu a porta com força, veio correndo até mim, deu para ver em seus olhos, um tamanho desespero. - O que foi, por que estás assim, tão desesperado. - Disse, ainda não imaginando o que pode ter acontecido. - Majestade, a senhorita, no quarto, rápido! - Disse ele, ainda em desespero e trêmulo. Parei por alguns instantes, aquilo não poderia ser real, o que ele estava dizendo não poderia ser verdade. Corri rapidamente ao quarto de minha mãe, abri a porta desesperado, e lá estava ela, deitada, com os olhos fechados.

- Mãe?? O que houve mãe? responda-me! - Disse, com lágrimas nos olhos e desesperado. - Filho... meu querido filho... - Dizia ela, quase sem voz, segurando em meu braço, estava sentindo ela quase sem forças. - Diga-me mãe, como eu faço para ajudá-la, você não pode ir agora, vou levá-la a algum curadeiro! - Disse, caindo em lágrimas. - Não, meu filho... o tempo sabe a hora em que temos que ir... não faças nada. - Disse ela, enxugando minhas lágrimas com suas mãos.

Naquele momento, meu coração parou, por que aquilo teve que acontecer? Por que a fizestes partir, ó meu Senhor? Então eu a cobri, claramente chorando, os guardas me viam e conversavam uns aos outros de que foi a primeira vez que viram um Rei sentir tanto assim. Os dias já não eram como antes pra mim, o desprezo e um ódio me dominavam, que já dizia que aquele posto não era para mim e que deixaria o meu trono. As pessoas discordavam e faziam de tudo para me reanimar, eu até via o esforço, mas nada superava aquela maldita dor.

Semanas se passaram, eu, com o mesmo pensamento, queria ir embora dali e esquecer tudo que já passei naquele lugar, não sei o que me consumia, mas parecia estar louco, porém, novamente um dos guardas abriu a porta e veio em minha direção, o que poderia ser? Eu já não tinha mais ninguém, que notícia poderia ser aquela? - Majestade, tem alguém querendo falar com você, é uma garota. - Disse ele, em sentido, já que era um novato, porém, já o tratava como fiel. Mas, quem poderia ser, no reino que vivo tenho muitas pessoas que me adoravam e que também me consolaram após o incidente com minha mãe, mas, nenhum deles vinham até meu castelo. Achei estranho, mas mesmo confuso, disse. - Deixe entrar, traga-a até mim. Então o guarda saiu.


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⏰ Última atualização: Dec 01, 2017 ⏰

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