Como combinado, assim que desliguei o telefone (e terminei os meus delírios), liguei para a Luiza e para o Pedro e perguntei se a gente podia fazer o trabalho no apartamento dele. Eles falaram que tudo bem. Assim que desliguei o telefone fui me arrumar. O destino não costumava ser legal comigo, então se ele me deu aquela chance eu tinha que caprichar.
Às três e vinte da tarde em ponto eu estava pronta e a caminho do apartamento do Pedro, que era bem pertinho. Eu tinha 10 minutos para chegar lá e fui à pé. Quando cheguei lá só estavam o Pedro e a Luiza, e eu não conhecia eles direito, nunca nem conversei muito com eles, só sabia que eles namoravam à um ano e meio.
O apartamento do Pedro era grande, com 4 quartos, um dos pais, um dele, um do irmão mais velho, Marcos, que tinha 21 anos e ainda morava com eles e um que era do irmão mais velho, o Ricardo, de 27 anos, mas que não morava mais com eles. Eu e a Luiza tínhamos 16 anos, o Leo tinha 17, e o Pedro tinha 18. Mas os pais dele quase não paravam em casa, pois depois que o filho mais velho saiu de casa e o Pedro fez 18 anos resolveram viajar pelo mundo, coisa de gente rica. Nesse dia eles não estavam em casa, estavam na Holanda. O irmão mais velho dele, o Marcos, também não estava. Depois de 15 minutos segurando uma super vela, o Leo chegou.
Começamos o trabalho. Eu era PÉSSIMA em matemática, mas disfarçava concordando com tudo que falavam e fingindo cara de interessada. O Pedro também era ruim em matemática, o Leo estava calado mas prestando atenção no trabalho, e a Luiza era quem estava fazendo a maior parte, por mais que também não fosse muito boa em matemática.
Quando terminamos o trabalho, por volta das seis horas, depois de muito sufoco e enrolação o Pedro foi buscar um lanche pra gente, e por a gente eu quero dizer eu e o Leo, por que ele estava interessado em comer outra coisa... Nós ficamos na sala assistindo tv e comendo, e depois de um tempo o Pedro e a Luiza foram para o quarto. Nessa hora eu e o Leo avisamos que íamos embora porque estava ficando tarde. Depois de sairmos do apartamento ele perguntou se eu queria que ele me deixasse em casa, porque estava ficando tarde. Eu falei que só se ele quisesse, porque eu morava perto, e ele disse que a casa dele ficava no caminho. Nós fomos juntos e ele me deixou em casa, na hora de dar tchau ele só acenou com a cabeça e disse tchau, eu fiz o mesmo, mas a minha vontade mesmo era de dar um belo de um beijo nele. Mas é claro que não fiz isso, por mais que eu quisesse muito.
Logo que entrei em casa, tomei um banho, me deitei e fiquei pensando em casa detalhe do dia. Do dia do "encontro a luz de velas", que na verdade foi só um trabalho de matemática. Do dia que, mesmo sem ter acontecido nada de mais, estava com uma grande chance de ficar como o melhor dia da minha vida. Até agora...