Capítulo 1

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3 meses antes:

Andava trêmulo pelas ruas, não era uma boa ideia beber logo antes de cumprir com um dever. Olhei para o pequeno papel escrito "Matar John Wood", e engoli em seco, logo entrei na Corporação Wood, "aonde tudo se realizava" seu logo estava pendurado nas grandes cordas do salão da recepção, advogados e outros empregadores andavam de um lado ao outro, com celulares em mãos, ou até notebooks. Sentei ao aguardo da recepcionista que estava sob pressão com três telefones que não paravam de tocar, tentei desviar o meu foco nos jornais, porém um homem chama minha atenção:

- O que te trás aqui jovem? – Um homem grisalho, ultraje á rigor e com olhos azuis, ele me analisava com seu olhar; Mas por algum motivo, eu não me sentia desconfortável, pelo contrário, me sentia a vontade.

- Bem... Vim ver John Wood, tenho notícias que ele achará importante. – Em um jeito surpreso, o velho sorri para mim, e começa a falar:

- Interessante... Então prazer Senhor...? – Ele estende sua mão em intenção de paz, mas o estranhei por achar esse momento interessante.

- Me chamo Jacobs Wills e o senhor?. – Novamente ele sorri, e fala:

- John Wood, mas pode muito bem me chamar de John. – Seu aperto de repente se torna forte, que fez minha mão ficar branca, após ele soltar, ele continua. – Já que pretende falar diretamente comigo... Me siga até meu escritório, senhor Jacobs.

Agora:

Acordei assustado. Sentia a dor em minhas costas, já tinha perdido a noção do quanto de dias estava ali preso, todo segundo nesse lugar parecia uma eternidade. Até que repentinamente, as amarras se soltaram com um *click*, e o miserável voltou a falar:

- Bom dia raio-do-sol, ainda lembra-se de mim não é mesmo? – Sua risadinha diabólica volta á tona, eu não o aguentava mais, meu sangue ferveu... E estava prestes a entrar em crise, até que... – Eu chequei os seus sonhos... E vi uma coisa interessante, algo que mais parece uma lembrança na Corporação Wood. – De repente tudo ficou estranho... Eu não entendia o que ele tinha dito "Eu cheguei os seus sonhos", isso por acaso é uma gíria? Para me pôr medo?

- Eu não estou entendendo... O que quer dizer com isso? E como sabe o que eu sonhei? – Sua risada , preencheu o salão oval, mas eu não liguei. – Anda! Conte-me já.

- Aposto que deve ter estranhado ter se nomeado de nome "Jacobs Wills" não é? – Por mais que eu não o visse, eu sentia que aquele psicótico estava sorrindo orgulhado. – E se eu te dissesse que Jacobs Wills morreu 3 meses atrás, na Corporação Wood, você acreditaria?.

Foi quando eu tive um vago Djavu, uma voz bem alta e clara de John Wood no meu sonho.

"Cale a boca, antes que eu atire em você, seu miserável".

Barulhos de tiros iam e regressavam em minha cabeça, e mais eu ficava confuso, mas a risada do cretino me fez recuperar á realidade.

- Entendeu agora Zack? – Eu não fazia ideia do que estava falando, eu só sabia pensar nos tiros, parecia que eu tinha sido acertado, uma dor em meu peito me fez cair de joelhos. Parecia que estava sentindo a mesma dor que na hora. – Não se preocupe com essa dor... Você está apenas vivenciando a lembrança de Jacobs Wills.

- Vivenciando? – A dor aumentava a cada vez que eu falava, até que soltei um grunhido de dor, mas estava me esforçando para não cair de costas no chão, eu precisava entender o que estava acontecendo naquele momento. Quem era Jacobs Wills? E por que alguém como ele estava em meu sonho?

- Vamos dizer que eu coloquei as memórias dele em sua mente, para recriar a cena daquele momento... E entender, qual era o real motivo dele estar ali. – Eu não aguentava mais, meu ouvido tinia cada vez mais alto, minha visão ficava mais turva e aos poucos eu entrava em desmaio.

3 meses antes:

A sala de John Wood era de madeira e mármore, era deslumbrante, ele me deixou passar primeiro, para entrar e elogiar a bela sala, decorada e montada aos dedos ricos dele, quando ele finalmente deu-se por costas, eu posicionei a arma em seu dorso e disse bem devagar e solenemente:

- Não se mova... Não quero tornar isso pior, do que já é. – Mas fui apanhado de surpresa, ele me afastou com um chute, recuei em cima da mesa que me fez cair e derrubei minha arma, eu sabia que não devia ter bebido. Bem antes que eu pudesse fazer algo... Ele já estava com o revólver apontado em minha cabeça:

- Cale a boca, antes que eu atire em você, seu miserável. – Ele puxou a tranca do gatilho e estava prestes a puxá-lo. – Quem te mandou? O cartel? – Ele esperou eu responder, mas logo se melindrou. – Se não vai falar... Então deixa que eu cuide disso sozinho...

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