Acordo com um barulho de explosão. "Eles me acharam?"- corro para arrumar tudo. Pego minha mochila e saio da caverna.
Na mata eu procuro recursos para que eu possa me alimentar e ganhar energia para fugir ou para me camuflar.
Encontro uma árvore grande cheia de frutos. Arremesso uma pedra amarrada em uma corda na árvore para ter segurança na hora de escalar. Pego minha faça e começo a subir.Quase no topo, paro em uma galha grossa e , aparentemente, firme. Ao redor desse tronco tem várias maçãs. "Comida!"- Não conseguia conter meu sorriso. Finalmente estava comendo, depois de dias andando. Pego todas que consigo. Como até eu me sentir cheia e guarda as que sobraram.
Escuto outra explosão. "Agora que eu consegui comida! Não posso ser pega!"- Eu tremia de frio. A floresta era fechada e úmida, provavelmente tinha chovido na noite anterior.
- Corre! Eles estão próximos! - escuto uma voz... humana?- Mas chefe, onde vamos nos esconder? - Outra? Não é possível.
- Na caverna que tínhamos avistado. Lá deve ser pequeno, mas vamos estar seguros lá.
- Tem certeza papai? Eu não quero morrer. - Uma criança!
- Sim minha filha. Eu vou te proteger, não precisa ficar com medo.
NÃO! Aquela caverna está ainda mais próxima dos robôs. Eles irão ser capturados, mas eu não posso fazer nada... Ou posso?
- Heeyyy! - Grito com o resto de voz que ainda tenho. - Aqui!
Eles escutam e olham para mim. Jogo a corda para eles subirem.
Amarram a criança na corda e eu à puxo, enquanto o pai e um outro homem sobem com adagas.
Que eu não tenha feito a escolha errada. Mas eles iriam morrer, não podia deixar isso acontecer! Jamais iria me perdoar se isso tivesse acontecido.
- Estamos indo para uma caverna, mas acho que aqui eles iram nos esquecer. -Disse o homem mais velho, aquele que a garota chamou de pai.
- A caverna está cercada por eles, eu passei a noite lá. Acabaram me achando, mas consegui fugir.- Fui interrompida pela pequena.
- Papai estou com fome!
Meu coração doeu. Uma garotinha morena dos cabelos pretos, que estavam amarrados em um rabo, segurava uma bonequinha de palha.
Peguei três maçãs, dei uma para cada.
- Muito obrigado jovem! Não existe palavra que represente o tamanho da minha gratidão. Além de salvar a minha vida e a vida de minha filha e amigo, nos deu comida. Se não for encomodo, gostaria de saber seu nome e idade.
- Papai a gente não falou nossos nomes para a moça da maçã! Meu nome é Rebeca, tenho seis aninhos. - Ela estica os dedos representando sua idade. Sorrio com sua ação, algo que não faço a anos. Sorrir. Quando eu tinha 15 anos, meu sorriso sumiu. Eu havia perdido meus amigos, todos foram embora. Não sabia se eles ainda estavam vivos, mas eu lutava para encontrar pelo menos um de meus amados colegas.
Dia 04 de outubro de 2019, eu tenho 15 anos e alguns meses. Não tenho mais aquela inocência, não costumo sorrir.
Hoje eu estava me despedindo de outro amigo. O último. Todos estavam indo embora para longe, atrás de um abrigo para se protegerem dos novos moradores da terra.
- Adeus minha amiga, espero que no futuro, se eu ainda estiver vivo, eu volte a te ver.
Odiava me despedir, odeio tudo o que está acontecendo. Minha mãe está doente, minha irmã está em um orfanato, meu pai, o meu herói, morreu para me salvar.
Os grandes inventores do passado conseguiram destruir minha vida! Agora eu estou sozinha.
Entro no meu quarto para me despedir. Fico em frente ao espelho. Sou uma garota comum, pele clara, cabelo castanho escuro e curto, meus olhos são como safiras, verdes bem claros, era baixa e magra. Eu sou idêntica ao meu pai, e tenho os olhos da minha mãe.
Paro de me olhar no espelho e vou pegar as malas que estão no canto da sala.
Caminho lentamente até o quarto onde minha mãe estava, dou um beijo em sua testa e me despeço. Lágrimas caem de seus olhos.
- Tão pequena e já viu a desgraça do mundo acabar. Meu filhote vai embora. Estão tirando meu bebê de mim. Vá minha filha, corra! Sobreviva! Mamãe já está morrendo, mas nunca vai te deixar, assim como o seu pai nunca nos deixou.
E assim eu vou para a estação de trem, onde todos os adolecentes estão sendo mandados para uma prisão, para tentarem sobreviver.
Durante a viagem lembro de como meu pai morreu. Sabe a criação perfeita? Ela realmente existe. É tão inteligente quanto a gente. Ela roubou o caderno do maior inventor do mundo. Lá tinha a fórmula para criar mais robôs iguais ao primeiro e com isso essa criação sumiu.
Bom, esse assunto durou bastante tempo, mas depois da invasão ela acabou. Alienígenas de todas as cores e formas invadiram nosso planeta. E o robô sumiu de nossas memórias.
Até o dia que meu pai morreu. O robô criou uma nova raça, que é superior a nossa. Ele e sua "tropa" começaram a invadir casas e a matar os humanos. Eliton Truf, morreu para me salvar. Meu pai, salvou minha vida e a vida da minha mãe. E a partir desse dia
O meu sorriso foi enterrado junto com o meu herói.
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Apocalipse
Science FictionEu era uma adolecente quando tudo começou. Vários inventores construindo diariamente uma peça diferente que juntas formaram o fim da raça humana. Uma invenção que conseguiu fugir dos experimentos e sumiu no mundo. O caderno com a fórmula da perfeiçã...