Talvez

Capítulo 1

- Não! Não fui eu! - levantei de uma vez com o coração batendo desenfreado. Esfreguei os olhos a fim de despertar. - Ah, foi só um sonho. - constatei.

Resolvi ter alguma ação e ir arrumar minhas coisas antes que o sono me possuísse novamente. Eu e minha irmã mais nova, Hanabi, viemos para Las Vegas dispostas a aproveitar as férias, afinal ela vivia falando sobre querer vir para cá curtir, e segundo a mesma, eu também estava precisando. Sorri com a lembrança. 

Me pus de pé, mas fui obrigada a sentar de novo ao sentir uma leve tontura.

- Minha cabeça dói. - Murmurei ao me dar conta da luminosidade excessiva no quarto.

Mas... O quê? Aqui é bem diferente do quarto que eu e a Hana nos hospedamos - olhei ao redor - Oh sim, realmente não é o nosso quarto.

O que aconteceu?

Vamos ver... Saí com a Hanabi para uma boate, bebi um pouco além da conta, conheci um carinha e...
Olhei para a outra banda da cama instantaneamente ao lembrar um pouco da sucessão dos meu atos noite passada, e oh meu Deus, realmente tinha um cara do meu lado.

No chão, nossas roupas e um pacote de camisinha rasgado. Dei uma olhada para mim mesma percebendo só agora que sim, eu estava nua.

Ao voltar meu olhar para o cara, vi que o mesmo estava deitado de bruços virado para o lado oposto, então sua visualização era limitada. Fui passando o olhar por ele: cabelos loiros, ombros largos, e descendo mais, vi seu bumbum coberto pelo lençol, e que bumbum! Redondinho e arrebitado, daqueles que dá vontade de ficar olhando por horas e apertar. - bom, se é que eu já não tinha feito isso noite passada. Não. Para. Hinata, acorda, você tem que ir embora. Caramba, não sabia nem que horas eram, tinha deixado meu instinto piranha falar mais alto de novo!

Levantei à procura das minhas coisas tentando fazer o mínimo de barulho possível para que o Sr. Bumbum Bonito não acordasse. Encontrei minha bolsa, vestido, sutiã, mas cadê minha calcinha? Tá, deixa pra lá, era melhor eu me apressar, ainda tinha que pegar o voo para casa que saía às 13h - revirei minha bolsa à procura do meu celular.

- Caralho! - gritei ao me dar conta de que já eram 11h da manhã. Automaticamente cobri a boca com a mão ao lembrar que o Sr. BB ainda estava ali na cama dormindo, e eu estava aqui... O que eu ainda tava fazendo aqui?

Antes de sair, dei uma rápida olhada pelo quarto na intenção de encontrar algo possivelmente esquecido, mas o que eu achei foi algo bem mais curioso. Fui em direção a uma pequena cômoda ao lado da cama.

Fotos, e um papel.

Na foto eu estava abraçada com o loiro, que estava com a mão no rosto provavelmente fugindo da foto. Uma capela? Pelo fundo parecia uma capela. Como eu fui parar numa capela? Até onde lembrava tinha ido até uma boate.

Que estranho.

O que poderia ter acontecido? Passei os olhos pelo papel lendo-o.

Certidão de Casamento

O quê? Por que teria uma certidão de casamento jogada assim!? Oh meu Deus, será que ele era casado? - li o resto do conteúdo.

Hinata Hyuuga

- Não, não, não! Isso não pode ser verdade! - me desesperei ao encontrar meu nome escrito ali como a possível esposa.

Eu? Casada? Não, claro que não. Reli de novo, vai que eu tinha um pouco de dislexia e não sei, trocar as letras, palavras, sei lá. Minhas mãos tremiam de nervosismo.

Isso... Eu não posso ter deixado isso acontecer! Tudo bem que aqui em Las Vegas ocorrem casamentos em curto prazo, e tal, mas isso não aconteceu com o meu consentimento, com certeza era apenas um engano. Sim, um engano. Recolhi o papel e as fotos e saí às pressas do quarto. Os pensamentos agitados em minha mente dificultavam um raciocínio normal. Precisei parar um momento a fim de ter um segundo de calma.

- Respira, Hinata. Você é uma jovem tão bonita e esperta, não seria estúpida ao ponto de se prender a um relacionamento, que dirá se casar com um desconhecido. - reforcei a mim mesma. Saí do hotel, e chamei um táxi.

Já dentro do veículo, reli o papel com mais cuidado. Era de fato uma certidão de casamento, mas dizia que não era oficial.

"A certidão de casamento juridicamente legal será obtida cerca de dois dias após a cerimônia."

Senti um pequeno alívio ao perceber esse trecho. Bastava que eu fosse ao Consulado Geral antes dos dois dias precedentes à cerimônia, e conseguisse a anulação dos documentos oficiais. Então, era só falar com a Hanabi, aí passávamos lá antes de ir para o aeroporto, resolvíamos tudo e estava feito! Sim, daria certo. Ou era o que eu pelo menos esperava.

Fiquei apreensiva.

Parecia que a negatividade havia resolvido  passar cola e grudar em mim hoje. Comecei a pensar no que poderia se suceder se não desse certo.

- Idiota! - gritei.

O motorista do táxi olhou assustado pra mim, e eu sorri envergonhada pra ele. 

Mas realmente eu era uma grande idiota. Como fui deixar isso acontecer?!