Talvez

Capítulo 7

Acordei naquela manhã recebendo os raios solares beijarem minha face. Fechei meus olhos novamente inspirando fundo, numa tentativa de acordar completamente. Meu despertador tocou e eu o desliguei, caminhando em direção ao banheiro. Ao me olhar no espelho, percebi que minha situação não era das melhores. Meu cabelo era um completo emaranhado azulado, e meu rosto estava amassado pelo travesseiro.

Logo, a lembrança do que o Uzumaki me disse na noite anterior, invadiu meus pensamentos, e eu me peguei sorrindo minimamente, o que me deixou parecendo aquela garota, Samara, de “O chamado”.

“Eu já tenho você”

De certo, a atitude dele me foi surpresa, afinal, ele se absteria um ano de suas “atividades”, por um casamento de fachada.

Mas... o que ele quis dizer com isso? Ele “me tem” porque agora somos um casal, mas um casal falso né, isso não significa que ele vai achar seu “alívio” em mim. Bufei e me despi entrando no box para tomar banho, com a mente embaralhada de pensamentos.

É, nós precisamos estabelecer um acordo do que podemos e não podemos fazer, antes que ele vá achando que possui liberdade para agir como quer.

Depois de um banho rápido, vesti uma saia creme justa, e uma blusa branca de botões ¾. Peguei minhas coisas e desci.
Fiz umas torradas e comi ligeiramente.

Após pegar um táxi - eu precisava comprar um carro, pegava táxis demais - entrei na empresa cumprimentando os poucos funcionários restantes e subi para a sala do meu pai.

-Bom dia.

-Bom não está, mas é o que desejo que aconteça. - sorriu sem graça e negou duas vezes com a cabeça. - Desculpa, filha, é que me ligaram para mais cobranças, e o dinheiro que tínhamos eu gastei pagando algumas dívidas. - olhou para os papéis na mesa.

Toneri me pagaria por tudo que estava nos fazendo passar. Era evidente o cansaço e a chateação do meu pai com todos esses problemas, e me doía vê-lo assim.

Inspirei fundo tentando me acalmar, e da mesma maneira que a raiva veio, ela foi embora, e o alívio me preencheu automaticamente ao lembrar que não precisaríamos mais passar por isso.

-Pai, preciso conversar com o senhor. - voltou seu olhar para mim. Me sentei na cadeira à sua frente. - Eu consegui uma maneira de ajudar a empresa.

-Isso é sério? Como?

-Bom, não está tudo muito concreto, mas isso também tem haver com outra notícia que também quero lhe dar. - pigarreei - A Namaki's Company vai ser nossa sócia, e enquanto nos reerguemos ela vai auxiliar no que precisarmos. - me olhou confuso.

-A Namaki's? - concordei com um aceno de cabeça. - Mas… por quê ela se aliaria a nós assim do nada? Nossa ficha está suja, não haveria motivos. - ficou pensativo - Como conseguiu isso?

-É aí que a minha outra notícia entra. - abaixei o olhar para minhas mãos. Naruto e eu havíamos combinado de contar que estávamos somente em um “relacionamento”, um namoro, ou algo do tipo. Deixaríamos para revelar o casamento no almoço que iríamos marcar com ambas as nossas famílias. - Naruto Uzumaki. - incitei o olhando e ele concordou. Meu pai conhecia bem sobre as empresas e herdeiros por tanto participar de eventos e ser sócio de grandes acionistas. - Ele conseguiu isso, afinal ele é o futuro presidente.

-Entendo… - batucou os dedos na mesa - Ou não.. - franziu o cenho - Não consigo compreender o que o levaria a tal feito. Vocês se conhecem? Pelo que eu sei parece que ele mora nos EUA…