Amarga dor

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O som dos ponteiros do relógio desandam a minha alma. A raiva me consome pela perturbação que sou. O silêncio, um amigo. A madrugada, minha mãe. O lápis, um irmão. O cobertor, um aconchego. O livro, um abraço.

 Coisas imperfeitas com suas perfeições. Palavras escritas com a marca de uma alma conturbada. Me sinto despedaçada, cortada, roubada pela dor. Dor que não passa, mas se acostuma com o tempo que não tem piedade e retrocede em minha mente. Mente pra mim dizendo que a alma dói, mas o sangue cura.

 Morro todo dia, mas tem dias que não nasço. Me perco no ódio da amarga vida que custa a me oferecer um doce. Ilusões, passatempo. Calos, acúmulo. Letras, imperfeições. Respirar, existir. Deixar, compreender. Escrever, viver.

Inconstância InternaOnde histórias criam vida. Descubra agora