Alícia
E lá estava eu.
Em um canto do salão observando todo mundo cumprimentando minha mãe e desejando felicidades aos noivos.
Minha mãe sorria e agradecia todo mundo. De vez enquando olhava para o rosto do Steve, seu noivo, como se fosse a pessoa mais apaixonada do mundo. Como se fosse verdadeiro.
Mas era óbvio que não.Ela só se interessava pelo dinheiro dele, já que nossa família estava indo à falência. E ele sabia, só se fazia de bobo porque ela era bonita.
Eu estava isolada me perguntando o que eu estava fazendo ali, fingindo que estava feliz e pensando em uma desculpa para voltar para casa o mais rápido possível, já que no dia seguinte teríamos que nos mudar.
Minha mãe me chamou com um sorriso enorme no rosto... Quem via até pensava que ela me amava. Ela conseguia enganar qualquer um.
"Mas como assim? Ela é sua mãe, é óbvio que ela te ama!"
Não é tão simples assim.
Minha mãe me culpava por meu pai ter nos abandonado, já que ele foi embora assim que descobriu que ela estava grávida. Uma gravidez não planejada.Fui até ela com o maior desânimo que um ser humano pode ter. Ela me puxou para um abraço e sussurrou em meu ouvido:
-Garota, dá pra pelo menos fingir que está feliz? Eu já te falei que ficar com essa cara não vai fazer as coisas mudarem. Agora coloca um sorriso nessa sua cara e me deseje parabéns!
A soltei e abri um sorriso debochado.
-Parabéns, mãe... Você merece toda a felicidade do mundo. - falei com ironia e ela me ignorou abraçando outra pessoa.
Voltei para o meu lugar, em uma mesa afastada, e continuei observado minha mãe. Ela poderia ganhar o prêmio de atriz do ano.
Procurei o motorista e o encontrei do lado de fora.
-Carlos, me leva pra casa.
-Mas senhorita, eu tenho ordens de não sair daqui até sua mãe mandar...
-Carlos, me leva pra casa, se perguntarem fala que eu não estava me sentindo bem!
-Ok senhorita, se você insiste.
Entrei no carro e tirei os saltos. Como eu odiava aquela falsidade. Aquele mundinho em que tudo se resumia em festas e dinheiro.
Assim que cheguei em casa, fui direto ao meu quarto. Coloquei uma roupa soltinha e me deitei. Até quando eu teria que suportar aquilo? Fingir que minha vida era maravilhosa e que eu era feliz?
Eu não via a hora de completar 18 anos e ir fazer uma faculdade bem longe dali.
Acabei dormindo e acordei horas depois com alguém batendo na porta. Era uma das empregadas.
-Senhorita? Já está na hora de arrunar suas coisas para a viagem.
Ignorei e escutei ela bater mais umas 4 vezes antes de abrir a porta.
-Senhorita...
-Eu já escutei! Já vou arrumar!
Ela fechou a porta e foi embora.
Levantei contra minha vontade, me troquei e comecei a embalar minhas coisas. Assim que acabei, desci para comer alguma coisa.
Abri a geladeira, peguei uma garrafa de iogurte e coloquei no copo... Quando vou beber minha mãe entra dando um berro me fazendo derrubar o copo.
-Alíciaaaa, era pra você estar arrumando suas coisas!
-Olha o que você me fez fazer! Aaaah
-Se você prestasse mais atenção no que faz, não teria feito essa bagunça!
Deixei tudo ali e subi. Aquele ia ser um dia cheio.
♡
Estávamos no avião, minha mãe e seu marido de um lado e eu do outro escutando música, e ainda restavam algumas horas para chegar ao nosso destino.Eu não queria mudar. Ainda mais pra outro país. Mas de acordo com minha mãe era necessário, já que Steve era de lá e já tinha trabalho permanente.
Eu poderia ter ficado com meus avós maternos, mas assim como minha mãe, eles não iam com a minha cara pelo mesmo motivo dela, então a única opção foi eu ir junto.
Eu nunca havia ouvido falar de Candria até ter que me mudar pra lá, e a única coisa que sabia era que é governado pela monarquia, o que eu achei bem bizarro.
Eu já estava cansada de ficar sentada, então resolvi ir pegar uma água.
Era a minha primeira vez em um avião, já que minha mãe nunca me deixa fazer nada, eu sempre fui isolada de muitas coisas.
Então estava eu, pegando minha água, quando começa uma turbulência. E como eu não posso ver uma vergonha que já estou indo passar, fiquei desesperada, já que era minha primeira vez em um avião, não sabia o que fazer, então sentei no chão e comecei a gritar de pavor.
Todo mundo começou olhar pra mim, mas eu não estava ligando. Pra mim o avião ia cair e eu ia morrer.
Até que um rapaz moreno de olhos castanhos que aparentava ter uns 19 anos veio até mim e perguntou:
-Hey, você ta bem?
-Se eu tô bem? O avião vai cair e nós vamos todos morrer!
-Calma! É só uma turbulência, vai passar!
E segundos depois tudo voltou ao normal. Ele me ajudou a levantar e eu olhei em volta. Todos me olhando preocupados, menos minha mãe, que me mandava um olhar de reprovação.
-Desculpa, é minha primeira vez em um avião. - falei envergonhada.
-Imagina, eu quase morri quando voei pela primeira vez também! -falou rindo. - Sou Jack, e você?
-Alícia... - falei e apertei sua mão. -Bom, eu vou voltar pra minha poltrona, acho que já passei vergonha demais aqui.
-Imagina - ele disse rindo. - Foi um prazer, Alícia!
-Igualmente.
Então voltei para o meu lugar, de onde eu não devia ter saído.
Assim que me sentei, minha mãe começou a falar:
-Que escândalo foi esse menina? Que vergonha!
Eu apenas coloquei meu fone e voltei à escutar minhas músicas.
°°°°°°
Oi gentee!
Primeiro eu quero pedir que tenham muita paciência comigo, porque é minha primeira história e eu ainda estou tentando passar as minhas ideias pra cá, então vamos ver no que vai dar.
Espero muito que vocês gostem, deixem o que vocês acharam aqui nos comentários e não esquece de curtir o capítulo! ♡
Beijinhos de luz

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Um Príncipe Em Minha Vida (Concluído)
Novela JuvenilAlícia Montgomery é uma menina de 16 anos que desde pequena foi criada por empregadas e tutoras. Seu pai lhe abandonou quando criança e sua mãe nunca lhe deu atenção, além de nunca permitir que ela saísse pra fora daqueles muros que rodeavam a sua m...