Conversando com Espíritos

Capítulo 2

Os dias foram passando, e com isso eu me tornava mais próxima de Mary, estávamos nos dando muito bem. Acabei me aproximando de Lucas também, mas notei que Pedro não está gostando muito disso. Os meus “problemas” voltavam de vez em quando, e isso estava começando a me atordoar de verdade. Antes eu apenas tentava ignorar, mas a cada nova aparição, isso me dava mais medo.

Numa segunda de manhã, após termos voltado da aula, entrei no quarto com Mary e vimos o panfleto jogado no chão, nos convidando para o baile dos calouros. Essa é uma festa para poder dar as boas-vindas a todos os novos alunos (e fazer com o que os antigos conheçam novas bocas), e é uma das festas mais esperadas por todos nós.

- Baile dos calouros, sábado, 20h, no ginásio principal – Mary leu em voz alta.

- Você vai adorar esse baile, sério, os organizadores realmente arrasam, melhores comidas, bebidas, melhor playlist, fica demais, tirando o fato de não ter álcool.

- Tem que ir acompanhada?

- Olha, normalmente sim, sempre acabamos indo com um ‘par’, mas não é obrigado.

- Ai Lucy, eu sou nova aqui, com quem eu iria? Você vai com quem?

- Todos os anos eu vou com o Pedro, e relaxa que eu vou arrumar um par pra você.

- Hmmm, Pedro, sinto que vocês dois ainda vão namorar – ela disse rindo.

- Para de ser boba menina – ri e joguei uma almofada nela – Claro que não, somos só amigos.

- Aham, tá, me engana que eu gosto.

Passamos mais um tempo dando risada e conversando sobre o baile, e saímos para lanchar. Chegando no refeitório, avistei o Lucas sentado sozinho, então Mary e eu pegamos nossos lanches e fomos até ele.

- E ai querido, sozinho de novo? - disse me sentando do lado dele.

- Ah, fazer o que né, só tenho amigos que gostam de dormir – e ficamos conversando por um tempo. Mary decidiu ir dormir e então fomos até a sala de tv assistir algum filme.

Passamos a maior parte do tempo conversando, e realmente gosto de falar com ele, em pouco tempo criamos uma amizade muito boa.

- Lucy, preciso te perguntar uma coisa – Lucas disse em um dos momentos que paramos de falar.

- Diga querido – respondi, bem curiosa para saber o que seria afinal de contas.

- Então, fiquei sabendo que nesse baile aí, o dos calouros, temos que ir acompanhados- ele começou a falar, mas fez uma longa pausa – Então, é que assim, você é a pessoa que mais me aproximei durante esses dias, será que, sei lá, você quer ir comigo no baile?

Confesso que eu gelei.

E eu não sei porque eu fiquei assim.

- Oh, ah – comecei a gesticular – Luc..

- Ei, se não quiser, não tenha vergonha em falar não, relaxa que eu supero – me interrompeu.

- Eu quero sim Lucas, vou contigo ao baile – respondi por fim, ele sorriu.

Acho que eu terei um grande problema quando Pedro descobrir isso.

O restante do dia se passou sem mais surpresas, e dormi tranquila, sem nenhuma perturbação.

Acordei no outro dia com a Mary, tomei um banho, me troquei e fomos para a aula. A manhã passou super chata como de costume, as aulas mal tinham começado mas eu já estava ansiosa pelas férias.

No horário do almoço encontrei com as meninas e fomos para o refeitório. Estávamos na fila quando sinto alguém me abraçar por trás.

- E ai docinho – reconheci a voz de Pedro.

- Que susto seu idiota – disse rindo – Decidiu aparecer? Oi gente – cumprimentei o restante dos meninos, Lucas, Matheus e Gabriel, que responderem em um coro “oi”.

- Fiquei dormindo hoje, estava com sono – respondeu.

- Você é um cansado, Pedro – Beatriz disse rindo, Ficamos conversando enquanto não chegava nossa vez de pegar comida.

- Ah Lu, depois me fala o horário que você quer que eu passe no seu quarto no sábado, pra te buscar para irmos pro baile – Pedro disse. Gelei. Eu não iria com ele esse ano. Lucas me olhou, curioso.

- Pe, ah, é que – engasguei -  Lucas me chamou pra ir com ele, e como ele é novo aqui e ainda não conhece muita gente, achei que seria uma boa ideia ir com ele – Pedro estava abraçado comigo. Me soltou.

- Que? É nossa tradição Luciana – ele parecia um pouco irritado, Lucas apenas observou.

- Por que não vai com a Mary? Ela também é nova, está sem par, e seria uma boa, vamos ficar juntos a festa toda como sempre, não precisa fazer show Pe – disse a última frase baixo. Ele apenas ficou me olhando.

- Tá, tanto faz, vou pro meu quarto dormir um pouco.

Fiquei olhando ele se afastar, até Lucas quebrar o silencio.

- Estraguei alguma coisa?
- Ei, relaxa, é que todo ano eu e o Pedro vamos juntos ao baile, mas não tem problema se não formos esse ano, não se preocupa, depois eu me acerto com ele – tentei tranquilizar Lucas.

Depois de todo esse drama, almoçamos, e fui atrás do Pedro.

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Oi, oi! Não sei se tem alguém que tinha deixado essa história na biblioteca e se interessou, mas enfim, me deu um surto de criatividade e eu decidi voltar a escrever. Essa é uma história antiga minha, e estou reescrevendo-a, espero que quem ler, goste.
Provavelmente estou falando sozinha, mas enfim, obrigada a quem leu!