Cléo, no dia 24 de dezembro, às 14:34, em sua casa.
O Natal é uma das épocas em que mais gosto, eu tenho tudo — ou quase tudo —; um marido maravilhoso, uma afilhada maravilhosa, uma família maravilhosa e um Deus perfeito. a única coisa que eu não tenho é: um filho. Não que eu esteja reclamando da Duda, ela é uma ótima menina, só sabe me dar orgulho, mas ela não nasceu de mim, sabe? Não é diminuindo a Duda, é que eu não a posso chamar de filha, pois ela não veio de mim!
Nesse momento, estou no meu quarto, chorando.
Dói-me muito, não ter um filho!
— Maddy, você... — Duda entra no quarto, sem bater — O que aconteceu?
— Nada, Duda. Nada. — digo, limpando as lágrimas, mas quanto mais limpo, mais cai
— Aconteceu sim. — ela vem até mim e se senta ao meu lado — O que ?
— Nada. — digo, colocando minha cabeça em seu ombro — É que...
As lágrimas tomam conta de mim.
— Não precisa falar, tá? — Duda faz carinho em meu cabelo — Se quiser, depois me conta.
*-*
Depois de algum tempo, Duda sai, ela disse que vai ir na casa da Talita.
Pego uma folha e uma caneta. Okay, é meio infantil, mas sempre que eu fazia isso quando criança, o que eu pedia sempre acontecia.
Querido Deus,
É... Eu... Faz tempo que eu não faço isso, que chega a ser um pouco infantil, confesso.
Eu quero te agradecer por tudo, mas tem uma coisa que eu queria que o Senhor fizesse por mim. Eu necessito de um milagre. Eu queria muito ter um filho, um filho pra eu carregar por 9 meses, sentir os chutes, poder morrer de felicidade, quando descobrir o sexo do bebê, sentir as dores do parto... Eu sei que pode parecer um pouco egoísta da minha parte, mas é que... Senhor, por favor, opera esse milagre em mim.Com amor, Cléo.
Termino de escrever a carta e dobro-a, colocando dentro de um papel cartão.
Coloco o meu nome, e o nome do destinatário.
O guardo embaixo do meu travesseiro e vou para o banheiro do nosso quarto, lavar meu rosto.
— Amor? — Carlos me chama
— Oi. — respondo
— Você tá bem? A Duda disse que você estava chorando.
— Estou bem. Foi que eu estava passando mal. — digo
Na verdade, eu não estava mentindo, eu estava passando mal por dentro.
— Hum! — ele diz
Seu semblante sério se transforma em um semblante tranquilo e ele sorri.
— Duda foi tomar sorvete com a Talita. Daqui a pouco ela já volta. — ele me informa
— Ah! Ia chamar ela pra ir no mercado comigo. — digo
— Eu até iria, mas vou ter que ir na igreja. — ele diz e vem até mim
— Eu tenho que ir no mercado. — enrosco meus braços em seu pescoço
— E eu na igreja. — ele beija meus lábios
— Então, eu tenho que ir. — coloco linhas mãos em seu peitoral e o afasto de mim
— Não pode demorar? — ele me olha com uma cara de cão abandonado
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Meu Presente de Natal.
Short StoryCléo é uma moça cristã, que cria a Duda como se fosse sua filha. Quando ela descobriu que era estéril, viu seu maior sonho ir por água a baixo. E nesse Natal, ela escreve uma carta para Deus, pedindo o seu Presente de Natal. Conto exclusivo para o D...